Agronegócio

Por que essas 5 corretoras recomendam comprar Banco do Brasil (BBAS3)

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O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 35,6 bilhões, alta de 11,4% na comparação com 2022. O número foi o mesmo do Itaú (ITUB3ITUB4) e muito maior que o de outros concorrentes, como o Santander (SANB11) que lucrou R$ 9,4 bilhões e o Bradesco (BBDC3; BBDC4) que teve lucro de R$ 16,3 bilhões em 2023.

As ações do BB são recomendadas por 5 de 6 corretoras e bancos consultados pelos E-Investidor. Entre as casas participantes, os analistas do BTG Pactual, XP Investimentos, Itaú BBA, Santander e Genial Investimentos recomendam compra para as ações do banco.

Segundo os analistas da XP Investimentos, “o Banco do Brasil é um herói não aclamado”, que está descontado mesmo em alta performance. Para a corretora, o resultado robusto do ano passado deve se repetir em 2024.

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Os analistas da casa estimam que o BB deve entregar um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito, provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (entre 8% e 12%), apesar das recentes preocupações relacionadas com uma desaceleração mais forte do que o previsto no setor do agronegócio.

“O BB tem conseguido navegar neste cenário mais difícil. Esperamos que a sua margem financeira bruta aumente 14% em comparação com o ano passado e recue 6,6% em relação ao trimestre anterior, principalmente devido a operações de crédito mais modestas”, dizem Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório da XP.

Quando o assunto é inadimplência, a XP comenta ainda que o indicador acima de 90 dias deve subir para 3%. “Ainda assim essa é a mais baixa do setor, visto que a taxa reflete o perfil defensivo da carteira do Banco do Brasil”, explicam os especialistas da XP.

Para os analistas da Genial Investimentos, o Banco do Brasil deve reportar uma rentabilidade, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 21,1%, com um potencial alta de 0,4 ponto porcentual em relação ao quarto trimestre de 2023, e um crescimento de 1,4 ponto porcentual em relação ao primeiro trimestre de 2023.

“Esperamos que o banco apresente um resultado robusto com um lucro líquido de R$ 9,26 bilhões, um crescimento de 8,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Essa melhora será puxada por um crescimento da carteira de crédito de 10%, crescimento da receita líquida de juros em 9,6% e menor patamar do custo de crédito”, afirmam Eduardo Nishio, Wagner Biondo e Felipe Oller, que assinam o relatório.

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Já os analistas do Santander estão mais otimistas que os demais até aqui. Eles comentam que o resultado do primeiro trimestre de 2024 do banco será saudável.

“Apesar da queda de 2% na comparação com o trimestre anterior, esperamos resultados do Banco do Brasil no primeiro trimestre de 2024 ser mais limpo e com mais qualidade, considerando que as receitas relacionadas à Patagônia devem responder menor da margem financeira total do que no quarto trimestre de 2023”, explicam Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, que assinam o relatório do Santander.

Eles comentam que estão alinhados ao consenso do mercado para o resultado do primeiro trimestre de 2024, mas possuem uma visão mais construtiva para o desempenho do banco em relação às perspectivas para 2024.

Esse otimismo decorre da expectativa deles acreditarem que os resultados poderão mostrar melhorias adicionais durante os próximos trimestres. “Dito isso, mantemos o Banco do Brasil como nossa ação preferida pelo setor bancário em comparação com outras empresas que fazem parte do nosso universo de cobertura”, explicam Navarro, Shirazi e Rios.

Os analistas do Itaú BBA não apontam o papel como o favorito, mas dizem que a ação é uma escolha fundamental que não pode faltar na carteira do investidor. Os analistas estimam que o banco se destaca pelo seu desconto, visto que ele é negociado 10% abaixo da média dos seus pares no múltiplo Preço sobre Lucro (P/L).

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“Uma reclassificação vem acontecendo devido às revisões positivas constantes dos lucros e à percepção da governança. Em relação a outros bancos brasileiros, o BB tem um ROE mais elevado, o que torna o papel mais atrativo ainda”, ressaltam Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, que assinam o relatório.

Banco do Brasil tem gestão assertiva

O BTG Pactual também comenta que vê a gestão de Tarciana Medeiros como muito assertiva e que a CEO comunicou-se bem com todas as partes interessadas, desde o governo (na agenda social) aos acionistas minoritários (preocupados com a rentabilidade do negócio).

“A empresa entregou de todo o guidance de 2023, enquanto as projeções deste ano ainda apontam para um crescimento sólido dos resultados financeiros. Com base no que foi visto até o momento, podemos esperar bons dividendos da empresa, o que poderia melhorar novamente a percepção de risco do BB.”, esclarecem Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.

Quanto a ação pode subir?

Essas cinco instituições citadas acima recomendam compra para as ações do Banco do Brasil (BBSA3). O Santander tem preço-alvo de R$ 42,50 para o ativo, uma potencial alta de 53,4% a comparação com o fechamento de sexta-feira (19), quando o papel encerrou o pregão a R$ 27,71.

Já o Itaú BBA acredita que a ação pode subir um pouco menos. Os analistas calculam um preço-alvo de R$ 32, uma alta de 17,4% em relação ao fechamento de sexta-feira (19). A Genial acredita que a ação pode encerrar o ano em R$ 34, um crescimento de 22,7% em comparação ao encerramento do pregão de sexta-feira (19).

A XP Investimentos recomenda compra com preço-alvo de R$ 36,50, um crescimento de 31,7% na comparação com o fechamento de sexta-feira. O BTG é o único que ainda não atualizou o preço-alvo da ação após o BB fazer o desdobramento de ações, mas o banco de André Esteves também faz parte do conglomerado otimista que recomenda compra para a ação.

Bradesco BBI e Ágora estão neutros com Banco do Brasil

A única casa consultada que não recomenda compra para o Banco do Brasil é o Bradesco BBI. Os analistas do banco rebaixaram a recomendação de compra para neutra em relatório divulgado em 12 de dezembro de 2023. O relatório foi divulgado em parceria com os analistas da Ágora Investimentos, corretora que pertence ao grupo Bradesco.

No relatório, Gustavo Schroden do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos comentam que o corte de recomendação acontece após o aumento de incertezas relacionadas a estimativas de lucro líquido para 2024 e 2025. Segundo a Ágora, a primeira pedra no caminho do BB é a direção econômica do governo argentino, que impacta o Banco Patagônia e torna as estimativas de rentabilidade da empresa em incertezas.

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“Outra incerteza é a desaceleração do agronegócio, que impacta o segmento de empréstimos do meio rural. Outros pontos de alerta são os índices de pagamentos e inadimplência, além de uma provável redução nas receitas de tarifas que o banco pode enfrentar em 2024”, afirmam Schroden e Chanes.

Consultado pelo E-Investidor nesta segunda-feira (22), Renato Chanes comenta que nada mudou em relação ao corte na recomendação. A corretora tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 32, alta de 17,4% na comparação com o fechamento de sexta-feira (19).

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