Agronegócio

Há 2 empresas fortemente impactadas pelo desastre climático no RS

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O desastre climático de grandes proporções no Rio Grande do Sul, que devastou boa parte do seu território atingido por chuvas intensas, têm provocado perdas humanas e econômicas de alta magnitude.

Até o momento, foram contabilizados mais de 100 mortos e mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas pelos temporais, porém é difícil determinar ao certo os impactos econômicos da tragédia, apesar de ser bastante visível que eles serão relevantes.

As inundações devem provocar estragos em praticamente todos os setores, sobretudo no agronegócio, que é a atividade econômica principal do Estado gaúcho.

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Diante disso, apesar de não ser possível estimar com precisão as consequências da tragédia, o mercado especula que duas companhias podem ter os seus resultados de curto prazo prejudicados: o IRB (IRB3) e o Banrisul (BRSR6).

Estima-se que, aproximadamente, 15% dos prêmios agrícolas ressegurados pelo IRB sejam de clientes do Rio Grande do Sul e o impacto sobre o lucro do ressegurador pode alcançar aproximadamente 14%.

Outras seguradoras primárias listadas em Bolsa, como a Poroto (PSSA3), a BB Seguridade (BBSE3) e a Caixa Seguridade
(CXSE3)
, tendem a ser menos impactadas pela tragédia.

Outro caso emblemático é do Banrisul, cujas operações são consideravelmente concentradas no Estado gaúcho. Vale apontar que as enchentes resultaram na submersão da sede do banco e no fechamento de 25 de suas 490 agências.

Além disso, a incerteza sobre os danos causados às instalações físicas e a possibilidade de perdas em seu livro de crédito rural são considerados como os principais riscos financeiros enfrentados pela instituição neste momento.

Existe um grau de imprevisibilidade acerca do nível do impacto da tragédia nos futuros resultados da companhia, porém, sem dúvidas, o Banrisul é o banco listado em bolsa mais negativamente afetado pelos temporais por razões evidentes relacionadas a sua área de atuação.

Certamente, haverá consequências para a carteira de crédito da instituição que é largamente exposta ao agronegócio gaúcho, especialmente considerando o momento crítico das colheitas de soja e arroz.

Vale apontar também que as perdas de equipamentos e as dificuldades enfrentadas pelos agricultores podem resultar em um aumento nos índices de inadimplência e na necessidade de provisões adicionais por parte da instituição financeira gaúcha.

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Além disso, variados setores da economia gaúcha, como o próprio varejo, por exemplo, tendem a ser prejudicados pela tragédia e certamente o Banrisul como importante credor local tende a ser negativamente impactado.

Dessa forma, conforme mencionado, é impossível determinar ao certo as consequências econômicas da tragédia, mas elas obviamente serão impactantes para a toda economia do Rio Grande do Sul e, consequentemente, para o Banrisul.

Por outro lado, por mais grave que seja essa tragédia em todas as suas dimensões, ela tem um componente de ordem conjuntural. Em algum momento, as chuvas cessarão e a situação se estabilizará.

Diante disso, apesar de ser negativamente impactado no curto prazo, em algum momento, espera-se uma normalização referente a essas questões nos resultados do Banrisul, que é uma instituição financeira sólida e resiliente.

Apesar do momento desafiador, a tragédia não sinaliza uma mudança estrutural do papel do Banrisul como importante credor do seu estado de origem.

As ações do Banrisul (BRSR6) cotadas a R$ 12,77 no dia 30 de abril fecharam na terça-feira (7) R$ 11,25, uma queda de 11,9%, um claro sinal de que o mercado ainda está tentando dimensionar o impacto da tragédia no banco.

Para os próximos 12 meses, especula-se uma queda no lucro entre 10% e 15%, mas essas expectativas podem ir mudando de acordo com o monitoramento das consequências das enchentes na economia e nos negócios do Banrisul.

Antes de a tragédia assolar o estado, nós tínhamos dado uma recomendação de compra para as ações. Desta forma, caso o investidor já estivesse pensando em adquirir os papéis, acreditamos que existe uma oportunidade, apesar de ser possível que caiam mais a depender da evolução da tragédia.

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Por hora, a queda acompanha as estimativas de diminuição de lucro no curto prazo, mas caso caiam a um patamar que consideramos injustificável, poderemos reforçar a recomendação de compra.

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