Agronegócio
Dólar pode recuar a R$ 5,30 até o ano que vem, diz banco americano; entenda
O potencial aumento da Selic em conjunto com um esperado declínio nos juros dos Estados Unidos devem enfraquecer o dólar na comparação com o real.
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No entanto, cortes da Selic a partir dali e a expectativa de aumento nos gastos do governo federal antes das eleições presidenciais devem dar força à moeda americana no segundo semestre de 2025. As estimativas são do banco norte-americano Wells Fargo.
“Embora a trajetória de fortalecimento do real deva ser com solavancos e não linear, achamos que a combinação de um diferencial de juros mais atraente e a responsabilidade fiscal do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem levar a taxa de câmbio a R$ 5,30 até a metade de 2025″, disse Brendan McKenna, economista internacional do Wells Fargo, em relatório.
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No longo prazo, porém, a perspectiva para o real é de depreciação. A previsão do banco é de que a Selic comece a cair em meados de 2025, o que diminuirá o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) provavelmente já terá encerrado o ciclo de redução da taxa dos Fed Funds (equivalente à Selic no Brasil).
“Além disso, e talvez mais influente para o real, achamos que Lula começará a afrouxar a política fiscal antes das eleições de 2026”, pressionando ainda mais a dívida pública, que opera com encargos elevados, segundo McKenna. “A dívida como porcentual da economia deve aumentar muito mais significativamente. O afrouxamento fiscal pode não só gerar estresse soberano, mas contribuir para piorar o sentimento dos investidores em relação ao Brasil e ao real”, acrescentou.
Para o Wells Fargo, o cenário de redução da disciplina fiscal e de deterioração na avaliação dos investidores sobre o Brasil pode levar o dólar para perto de R$ 5,70 no início de 2026.
* Com informações do Broadcast