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IPCA-15 desacelera em agosto e calibra expectativas para Selic

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O IPCA-15  desacelerou a alta em agosto e subiu 0,19%, ante aumento de 0,30% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (27). O indicador é tido como uma prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro, que serve de referência no regime de metas perseguido pelo Banco Central.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registra alta de 4,35% – um pouco abaixo do teto da meta do BC de 4,5%. Ambos os resultados ficaram abaixo do esperado por economistas consultados em pesquisa da Reuters. A estimavam era de alta mensal de 0,20%, com aumento de 4,45% no confronto em 12 meses.

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Segundo o IBGE, a desaceleração da alta do índice de preços neste mês refletiu a queda de 0,80% nos preços de alimentação e bebidas. Foi o segundo mês consecutivo de recuo do grupo, que contribuiu com um alívio de 0,17 ponto percentual (pp) para o resultado mensal.

Nesse grupo, destaque para a queda de 1,30% em alimentação no domicílio, que foi ainda mais intensa do que a de julho (-0,70%). Segundo o IBGE, contribuíram para esse resultado negativo as quedas em tomate (-26,59%), cenoura (-25,06%), batata-inglesa (-13,13%) e cebola (-11,22%). No lado dos subitens em alta, destaca-se o café moído (3,66%).

Também na outra ponta, as maiores altas vieram dos grupos Transportes (+0,83% e 0,17 pp) e Educação (+0,75% e 0,05 pp). Nesses grupos, merece atenção a alta dos combustíveis (+3,47%), principalmente a da gasolina (+3,33%).  Além disso, também houve avanço nos cursos regulares (+0,77%), com a abertura nos subitens ensino superior (+1,13%) e ensino fundamental (+0,57%).

IPCA-15 calibra Selic

Para o Itaú BBA, a abertura dos dados do IPCA-15 apresenta uma leitura melhor que a esperada, especialmente em função de alguma desaceleração mensal dos serviços subjacentes. Ou seja, houve uma  devolução do choque de serviços para veículos e com serviços ligados a mão de obra abaixo do esperado.

Para o horizonte à frente, o Itaú BBA espera que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado.

Na visão de Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, a tendência de desaceleração da inflação corrente está em curso. No entanto, ele chama a atenção para uma “surpresa pontual” na velocidade do ritmo de perda de tração da alta dos preços.

Ainda assim, o economista avalia que o IPCA de agosto, a ser divulgado em 10 de setembro, contribuirá para a manutenção da taxa Selic em 10,50% no mês que vem.

Já André Valério, economista sênior do Inter, observa que o resultado de agosto do IPCA-15 traz certo alívio ante o mau resultado do IPCA de julho, ainda que amplamente influenciado pelo comportamento dos alimentos, itens mais voláteis. “Entretanto, essa tendência deve se manter e devemos ter um IPCA [de agosto] ainda menor que o IPCA-15”, diz.

Além disso, Valério prevê que a tendência de desaceleração da inflação de serviços deve continuar, ainda que de modo mais lento. Com isso, o economista também avalia que o indicador de hoje contribui para não aumentar ainda mais a pressão sobre os juros básicos, mesmo com parte do mercado precificando alta de 1,5 ponto percentual (pp) até o início do próximo ano.

“Com a expectativa de um IPCA menor em agosto e o início do ciclo de cortes nos juros dos Estados Unidos, a expectativa é de Selic constante pelo futuro próximo.”

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