Connect with us

Agronegócio

Você sabe o que realmente significa Net Zero?

Avatar

Published

on

Gettyimages

O que o termo Net Zero mostra sobre o estado do planeta

O uso do termo “net zero” no contexto das mudanças climáticas aumentou significativamente nos últimos anos. Uma busca online pelo termo produz mais de três milhões de resultados, ressaltando a importância das discussões em andamento sobre a questão. 

Embora esse seja um bom sinal da crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, é incerto se a compreensão do que o zero líquido realmente implica vai além da comunidade científica. Entender os conceitos básicos do também chamado zero líquido é fundamental para compreender melhor as nuances do termo e seu possível impacto na redução do aquecimento global.

Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

Confira três pontos que ajudarão a atualizar a compreensão da ciência por trás do zero líquido.

O que é o zero líquido?

O zero líquido é um estado de equilíbrio em que as emissões de CO2 (carbono) e outros GEEs (gases de efeito estufa) liberadas da Terra para a atmosfera são contrabalançadas por uma quantidade igual de remoção destas. Para simplificar, considere um balde de água, no qual inserimos uma barra de aquecimento e gelo. Para que a temperatura da água no balde permaneça estável, o aquecimento da barra deve ser precisamente compensado pelo de resfriamento do gelo.

Leia também:

Ações climática podem falhar sem a inovação agrícola
COP28: 5 caminhos da agropecuária para ajudar a resolver a crise climática:
Mudança climática pode deixar brasileiro com menos feijão no prato

Nos dias atuais, as emissões de poluentes excedem em muito a capacidade natural do planeta de compensá-las. Essas emissões se originam de várias fontes, incluindo o uso de combustíveis fósseis nos setores de energia e transporte, atividades industriais, agricultura e mudanças no uso da terra, como o desmatamento.

Elas podem ser compensadas tanto por meio de sumidouros naturais quanto por métodos tecnológicos. Exemplos notáveis de absorção natural de CO2 incluem florestas e ecossistemas como as turfeiras. Embora o papel das florestas seja amplamente reconhecido, as turfeiras, como pântanos e brejos, são menos conhecidas. Cobrem apenas 3% da superfície, mas podem armazenar duas vezes mais carbono do que todas as florestas do mundo juntas. Infelizmente, milhares de turfeiras são desmatadas para plantações de dendê. 

Siga a ForbesAgro no Instagram

Quanto às tecnologias para a remoção de carbono produzido pelo homem, a IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) ressalta a necessidade crucial da implantação em larga escala de tecnologias de remoção de carbono para atingir as metas de emissões líquidas zero. No entanto, essas tecnologias são atualmente caras e ainda precisam ser ampliadas.

Zero líquido de quê?

Pode haver dois tipos de zero líquido: emissões líquidas zero de CO2 e de GEE. Essas categorias diferem no escopo das emissões cobertas e nos prazos esperados para a realização global. Os gases específicos em cada categoria de zero líquido são fundamentais para garantir que os resultados estejam alinhados com as expectativas do Acordo de Paris, assinado em 2015.

Concentrar-se apenas no zero líquido para emissões de CO2 é insuficiente. É essencial reconhecer que, quando o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, em inglês), órgão científico que promove o conhecimento sobre as mudanças climáticas, discute o zero líquido para as emissões de CO2, ele destaca a necessidade de reduzir também os gases que não são CO2 –  sendo que zerar o CO2 sem reduzir as emissões que não são CO2 resultaria em uma probabilidade menor de limitar o aquecimento global a 1,5 °C.

As emissões líquidas zero de carbono devem ser alcançadas por volta de 2055 para estabilizar o aquecimento global em 1,5 °C. Esse zero líquido refere-se à situação de equilíbrio, em que as emissões residuais são equilibradas por uma quantidade igual de remoção, obtida por meio de métodos naturais ou artificiais.

As emissões líquidas zero de GEEs, por outro lado, abrangem uma faixa mais ampla de emissões. Espera-se que isso seja alcançado uma ou duas décadas depois do CO2, entre 2061 e 2084. Como não há tecnologias no momento para remover esses outros gases, o aquecimento causado por eles deve ser tratado por quantidade equivalente de remoção de CO2. 

O cumprimento das metas do net zero tem potencial de fazer mais do que apenas estabilizar o aquecimento global: poderia contribuir ativamente para decliná-lo, de acordo com o IPCC.

Qual a relação entre net zero e 1,5°C?

Alcançar o zero líquido limita o aumento global da temperatura em 1,5º C até 2100. As metas de emissões líquidas zero de CO2 e outros gases podem ser vistas como marcos intermediários no caminho para restringir o aumento da temperatura a 1,5º C. Isso significa que, ao zerar as emissões, as emissões cumulativas são estabilizadas nesse nível específico, sem mais aumentos que não possam ser compensados pela remoção.

É importante lembrar que as emissões cumulativas definem a meta de aquecimento global de 1,5º C, ou seja, o total de todas as emissões em um determinado período, e não as emissões isoladas em um determinado momento, como em um ano.

No caminho para o net zero, os cientistas esperam que possa haver um período em que a temperatura ultrapasse essa temperatura – como aconteceu recentemente – mas isso não deve ser motivo de pessimismo. A meta do Acordo de Paris baseia-se num aumento de temperatura de longo prazo: mais de uma década.

Conhecer os conceitos básicos do net zero e entender plenamente o que ele significa é essencial para compreender melhor a direção que o mundo está tomando para atingir suas metas climáticas. Hoje, 158 países (entre eles o Brasil), 265 cidades e 1.058 empresas estabeleceram metas de zero líquido. Seus esforços geram esperança de uma corrida mais rápida e impactante rumo a esse objetivo global.

*Simi Thambi é colaboradora da Forbes EUA. E​conomista climática, escreve sobre a intersecção da ciência climática e o mundo das finanças. Ela já trabalhou nas Nações Unidas e no FMI (Fundo Monetário Internacional)

O post Você sabe o que realmente significa Net Zero? apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

Avatar

Published

on

By

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

Inscreva sua empresa na lista Forbes Agro100 2024

Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

Leia também

Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

Siga a ForbesAgro no Instagram

Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

Escolhas do editor

O post Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Continue Reading

Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

Avatar

Published

on

By

O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

Publicidade

Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

Publicidade

Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

Continue Reading

Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

Avatar

Published

on

By

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

O post Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Continue Reading

Popular