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Agronegócio

Perdas na soja devem restringir expansões na nova safra de MT, avalia Imea

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Reuters/Adriano Machado

Apesar da produção menor no grande produtor, os preços da soja não reagiram como o esperado, considerando a expectativa de safras abundantes na Argentina, Rio Grande do Sul, entre outros fatores, o que nubla o cenário para a próxima temporada.

Produtores de Mato Grosso amargaram uma receita líquida operacional negativa na temporada 2023/24, por conta de uma quebra acentuada de safra e de preços baixos da soja que não refletiram o problema climático, e devem carregar dificuldades que podem evitar expansões de áreas na próxima temporada 2024/25, avaliou o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta terça-feira.

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Cleiton Gauer ponderou que o instituto de análises ligado aos produtores no maior Estado agrícola do Brasil está fazendo levantamentos para a próxima safra, que começa a ser plantada em setembro. Mas ele disse que por ora seu sentimento é de que as expansões sejam deixadas “de lado”, algo que acontece em momentos de crise.

Na temporada 2023/24, com a colheita de soja sendo encerrada no Estado, as expansões já tinham perdido força, com a área plantada com soja ficando quase estável em 12,13 milhões de hectares, diferentemente do ano anterior (2022/23), quando o plantio avançou cerca de 700 mil hectares, ou de 2021/22, quando houve um salto de 1 milhão de hectares.

“Acredito que dificilmente o produtor vai reposicionar as áreas que ele já cultiva, porque é o cerne da produção dele, é o que ele sabe fazer, é o que ele tem condições de fazer. Mas o que a gente deve ver, em áreas mais frágeis, áreas que o produtor tem que fazer alguns investimentos… o produtor tende a deixar de lado e não fazer esses investimentos nesses anos ruins”, afirmou.

“Como a gente observa isso historicamente acontecendo, o produtor dificilmente lá no Estado para de plantar, mas ele para de fazer novos investimentos para fazer novas expansões”, comentou Gauer.

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Os comentários foram feitos em apresentação na internet para analisar os números de 2023/24, um ciclo no qual o Imea registra uma quebra de safra de 15% na comparação com a temporada recorde do ano anterior, para 38,4 milhões de toneladas.

Com a quebra de safra, o Mato Grosso deve ficar com uma fatia de 25% da produção brasileira na temporada atual, versus cerca de 30% na temporada anterior, segundo dados da estatal Conab.

Apesar da produção menor no grande produtor, os preços da commodity não reagiram como o esperado, considerando a expectativa de safras abundantes na Argentina, Rio Grande do Sul, entre outros fatores, o que nubla o cenário para a próxima temporada.

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, o Mato Grosso viu nos últimos anos avanço do plantio em muitas áreas arenosas, geralmente menos produtivas, que tendem a ser evitadas em uma situação de crise na nova temporada.

“Acho que deve ter recuo nas áreas arenosas”, disse ele, preferindo não estimar um total, lembrando que em situação parecida no passado muita gente mudou as terras de grãos para eucaliptos.

Receita negativa

O pesquisador Mauro Osaki, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apresentou no evento números que apontam uma queda de 130% na receita líquida operacional (RLO) com a soja no município de Sorriso (MT), maior produtor da oleaginosa do Brasil.

Ele estimou a RLO negativa em 370 reais por hectare em Sorriso, diante dos resultados decepcionantes com as produtividades em 2023/24. Na temporada anterior, o mesmo cálculo indicou uma receita de 1.421 reais/hectare.

Osaki citou ainda queda na RLO de Rio Verde (GO) de 86% ante o ano passado e recuo de 89% no indicador de Dourados (MS), além de perda de 87% em Cascavel (PR).

Para 2024/25, na hipótese de o produtor ter uma colheita razoável, o resultado seria afetado pelas dívidas de 2023/24.

“Parece que a coisa não está tão melhor olhando para 24/25… Precisaria de 55 sacas (por hectare) para pagar o custo operacional, contra uma produtividade média de 59 (esperada baseada em safras passadas). Isso não está nada mal, paga o custo operacional, mas tem que lembrar que está carregando a dívida que não pagou este ano, mais o custo do investimento”, afirmou.

Segundo Osaki, o cenário também é semelhante para outras regiões, ainda que Mato Grosso tenha visto uma quebra mais expressiva na temporada atual. “Se não tivesse safra negativa e investimento a pagar, estaria tranquilo, mas… não tem grande sinal que o produtor vai conseguir saldar rapidamente este efeito negativo da safra 23/24”, disse ele, lembrando que o agricultor “vai ter de repensar o planejamento” e cortar custos.

Osaki acrescentou que a queda da produtividade e dos preços da soja “venceu” o efeito dos insumos mais baratos, especialmente fertilizantes e sementes. E ponderou que seus cálculos são baseados nos que plantam em terras próprias, indicando que no caso dos arrendatários a situação é muito pior.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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