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Agronegócio

Bilionários 2024: o agro nos negócios do homem mais rico do mundo

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Chesnot/Getty Images

Arnault construiu um império com o pé no agro, que inclui couros e uvas

Bernard Arnault é o homem mais rico do mundo, a princípio, graças à primazia no varejo de joias, perfumes e outros artigos de luxo, como bolsas, roupas e sapatos. Mas na base do lucro da LVMH (Louis Vuitton, Moët e Hennessy), o prestigiado império que faturou 86,15 bilhões de euros (R$ 470,37 bilhões na cotação atual) em 2023, é o agronegócio que responde por parte das matérias-primas utilizadas. Nesse setor da economia — e não só nas vitrines — o empresário de 75 anos, com fortuna de US$ 233 bilhões (R$ 1,1 trilhão), é peculiarmente estratégico.

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A holding francesa com sede na avenida Montaigne, em Paris, fechou balanço no ano passado com faturamento 9% acima do registrado em 2022, adicionando à fortuna pessoal de Arnauld US$ 22,1 bilhões (R$ 111,1 bilhões), conforme noticiou a Forbes na semana passada. O montante garantiu que ele mantivesse a maior riqueza do mundo pelo segundo ano consecutivo, acima de Elon Musk, dono da Tesla, e Jeff Bezos, da Amazon. Os negócios do bilionário estão divididos em seis setores. Dois deles, o segmento de moda e bens de couro, e o segmento das bebidas, faturaram 48,7 bilhões de euros (R$ 265,4 bilhões), equivalente a 56,5% da receita.

Entre eles, o resultado de mais de mais de 1,7 mil lojas ao redor do mundo e 75 marcas, com roupas, acessórios e bolsas da Louis Vuitton, foi o segundo setor mais lucrativo entre todos. Moda e bens de couro cresceu 9% em 2023, com receita de 42,17 bilhões de euros (R$ 229,8 bilhões). “A Louis Vuitton teve um excelente ano”, declarou a empresa em janeiro, na apresentação dos resultados. O setor de bebidas faturou 6,6 bilhões de euros (R$ 35,9 bilhões), 4% a mais do que no ano anterior.

O couro, a matéria-prima nobre do negócio, vem de vários curtumes que processam pele bovina, de ovelhas, crocodilos e outros. Parte das empresas processadoras de couro foram compradas ou outras Arnault se tornou sócio. Duas aquisições são icônicas: o francês Roux, desde 2012, e o espanhol Riba-Guixá, do qual se tornou sócio em 2015. Fundado em 1803, o Roux é especializado em couro bovino de alta qualidade e fornecedor a outras marcas de luxo. O Riba-Guixá tem 80 anos de história, com sede em Barcelona, e também produz couro fino.

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Outra tacada veio em 2011, quando a LVMH comprou a maioria das ações da Heng Long, curtume de Singapura que processa couro de crocodilo desde 1950, num investimento de US$ 160,8 milhões (R$ 804 milhões). É desse couro a bolsa mais cara, lançada em novembro do ano passado – a Millionaire Speedy –, aquela de US$ 1 milhão, cravejada de diamantes e que, feita sob encomenda, provocou rebuliço nas redes sociais. Parte dos couros são provenientes da captura legal de crocodilos selvagens no rio Nilo, no Egito, e outra parte vem de fazendas de criação no Vietnã, país que exporta cerca de 30 mil couros de crocodilo, por ano.

Outros negócios vieram por meio da Métiers d’Art, empresa criada em 2015 pela LVMH para as aquisições e participações no segmento. Entre as participações visando couro bovino de alta qualidade, em 2019 a empresa se tornou acionista minoritária do curtume italiano Masoni, de Florença. Em 2023, foi a vez do Nuti Ivo, sediado na Toscana e que exporta 85% da produção. Entre os fornecedores, também no ano passado a Métiers d’Art fez parceria com o Verdeveleno, tradicional curtume espanhol de Valência especializado em peles exóticas, como cobras píton e lagartos.

Divulgação/LVHM

Bolsa mais cara da Louis Vuitton, feita de pele crocodiliana e pingentes de diamantes, vale R$ 5 milhões

O império das uvas, vinhos, espumantes e champanhe

Outro exemplo da importância do couro para as empresas do bilionário Arnault é a linha de produtos de base vegetal. Esse tipo de “couro” foi lançado no desfile da LVMH pela estilista inglesa Stella McCartney, em outubro de 2023, durante a Paris Fashion Week. O produto é fabricado a partir dos resíduos da produção do champanhe Veuvet Clicquot, que figura entre as garrafas mais caras do mundo e também pertence à companhia. O “couro” vegetal foi utilizado na criação de três bolsas e dois tipos de sandálias da Louis Vuitton, além de um suporte exclusivo para garrafas de Veuve Clicquot Yellow Label, um dos rótulos da fabricante.

Arnault consagrou-se no vinho, espumantes e champagne não somente com um amplo portfólio de rótulos, produzido em 26 vinhedos (o mais antigo deles datado de 1365), mas também por produzir algumas das bebidas do mais alto padrão de qualidade no planeta.

O antigo vinhedo Clos de Lambrey, que ocupa 8,7 hectares na Côte de Nuit, na Borgonha, é a propriedade que melhor ilustra o poderio da holding francesa na viticultura.

A história do lugar remonta ao século 14 e, posteriormente, à Revolução Francesa iniciada em 1789, quando a lavoura tinha 74 donos. Em 1981, as bebidas da propriedade ganharam o título de Grand Cru, que se refere aos grandes vinhos produzidos na França. O Domaine des Lambrays foi comprado pela LVMH em 2014, e hoje produz um pinot noir, o Clos de Lambray, considerado um dos 100 melhores do mundo.

Divulgação/LVHM

Vinhedo de Clos de Lambray, em Morey-St-Denis, data de 1365 e tem 8,7 hectares

Já a casa Moët & Chandon, que atualmente também pertence à LVMH, é uma produtora de vinhos espumantes, fundada em 1743 na comuna de Eparney, leste da França, conhecida por suas vinícolas. O vinhedo tem 1,1 mil hectares com solo rico em calcário, na rota do champanhe. As caves da propriedade são as mais extensas da região, com 28 quilômetros formando um labirinto subterrâneo onde o vinho fica armazenado. A produção é estimada em cerca de 30 milhões de garrafas por ano, ou 10% da produção local. É ali que se fermenta o requintado cuvée Dom Pérignon.

Arnault aposta na agricultura regenerativa

No agronegócio, Arnault não ficou de fora das tendências e principais desafios do setor em nível global. Em agricultura regenerativa, que hoje é uma das principais frentes de atuação ecológica da economia rural no mundo todo, a LVMH anunciou uma parceria estratégica com a CBA (Aliança de Bioeconomia Circular, na sigla em inglês), um network global de transição climática criado em 2020 pelo rei da Inglaterra, Charles III, durante a COP27, realizada em novembro de 2022 no Egito. O programa LIFE360 prevê a recuperação de cinco milhões de hectares de solo degradado até 2030.

Uma das iniciativas do programa apoiado pelo bilionário é resgatar o Lago Chade, localizado na África Subsaariana, próximo à Nigéria, que diminuiu 90% entre 1963 e 2001 e tende a desaparecer em 20 anos, em função da produção industrial de algodão com utilização intensiva da água. O Living Lab, um dos braços de atuação da CBA, com apoio da LVMH, comprometeu-se a apresentar os métodos de produção por meio da agricultura regenerativa para 500 produtores da região, que devem plantar árvores frutíferas ou madeireiras junto aos algodoais.

Vale citar que a África Ocidental compreende doze países produtores de algodão (Benim, Burkina Faso, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Costa do Marfim, Gana, Mali, Níger, Nigéria, Senegal e Togo) — destes, o maior produtor é o Mali, com 750 mil toneladas da fibra por ano, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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