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Agronegócio

Armadilhas sustentáveis ajudam a controlar praga da bananeira

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Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) adaptaram armadilhas sustentáveis e de baixo custo que ajudam a controlar o besouro, transmissor da broca-da-bananeira, um dos problemas da cultura da bananeira.

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As armadilhas consistem em pedaços de pseudocaule ou de rizoma cortado de bananeiras já colhidas — rizoma é a parte abaixo do solo, o caule verdadeiro da bananeira — que atraem o inseto pelo odor. Outra vantagem é que a armadilha do tipo cunha pode ser usada em sistema orgânico de produção, associada ou não ao controle biológico com fungo que pode parasitar insetos, matando-os ou incapacitando-os.

O vetor da broca-da-bananeira

O inseto vetor da broca-da-bananeira mede cerca de 11 mm de comprimento por 5 mm de largura na idade adulta e é a principal praga da cultura da bananeira e dos plátanos (bananeiras tipo Terra) em todas as regiões brasileiras. Nos plátanos, provoca perdas que podem chegar até 80% da produção.

Ativo durante a noite e conhecido vulgarmente como moleque-da-bananeira, o passa o dia em ambientes úmidos e sombreados, junto às touceiras e nos restos culturais espalhados pelo solo do bananal.

“Esse inseto tem hábito noturno. Podemos dizer que ele tem vida livre porque não fica confinado no rizoma da bananeira”, explica a entomologista Marilene Fancelli, pesquisadora da Embrapa que estuda o monitoramento do inseto há mais de 20 anos.

O ataque severo às plantas acontece justamente na fase da larva, afetando a emissão de raízes, prejudicando a absorção de água e nutrientes, debilitando as plantas e as tornando mais sensíveis ao tombamento – problema acentuado nos plátanos em decorrência do maior porte – e à penetração de microrganismos patogênicos, capazes de produzir doenças infecciosas em seus hospedeiros nas condições favoráveis à sua sobrevivência e desenvolvimento.

Monitoramento via armadilhas

Foto: Marilene Fancelli

Para enfrentar o moleque-da-bananeira, a solução da Embrapa vem de trabalhos de domínio público com o incremento de uma nova possibilidade, sustentável e com uso de recursos disponíveis nas propriedades rurais.

“O inseto adulto vai sempre em busca de um novo hospedeiro para se desenvolver e iniciar o ciclo de infestação. Com base nessa informação, foram desenvolvidas as armadilhas para monitoramento do inseto adulto e toda a dinâmica em termos de monitoramento populacional foi feita com base no número de insetos encontrados nas armadilhas”, conta Fancelli.

O nível de controle varia de dois até cinco insetos por armadilha, sendo o máximo de cinco em caso de bananais mais velhos. As armadilhas de monitoramento mais conhecidas são do tipo queijo e telha, que têm esses nomes devido ao formato, mas avaliações realizadas pela Embrapa desde 2015 em cultivo de plátanos na região baixo-sul da Bahia demonstram a superioridade de uma outra armadilha, em formato de cunha, que contribuiu com 40% dos insetos capturados na área, sendo que os outros dois tipos capturaram 30% cada.

Tipos de armadilha

A armadilha tipo telha é confeccionada com o pseudocaule da bananeira, que é a parte que fica acima do nível do solo e é cortada com cerca de 60 centímetros de altura. Partindo esse caule são obtidas duas armadilhas. “Quando esse material é colhido, a parte cortada fica no solo; invertemos a sua posição e o inseto vai ser atraído pela armadilha e fica naquela parte cortada em contato com os odores da bananeira”, explica a pesquisadora.

As armadilhas são feitas com bananeiras já colhidas. Elas têm uma atratividade maior depois que atingem a fase de florescimento e após a colheita também; por isso, a atratividade desse material é maior para o inseto. É recomendado o corte da parte mais basal da planta, que é o material mais úmido. “Essas telhas têm que ficar na base da touceira ao lado da bananeira que ainda não produziu o cacho, daí ela vai ‘protegendo’, digamos assim”, continua.

De acordo com dados da literatura, a armadilha tipo queijo é cerca de dez vezes mais atrativa do que a armadilha do tipo telha e deve ser feita até 15 dias após a colheita para que possa conservar a umidade adequada para atrair os insetos adultos.

A pesquisadora descreve o processo: “Faz-se um corte bem baixo no nível do rizoma, a cerca de 15 centímetros de altura. É um corte parcial de forma que se mantenha ainda o pedaço do pseudocaule unido à parte de baixo do rizoma. Ele vai abrir como se fosse uma boca, deixando uns 10% de área ainda sem cortar. Dessa forma, pode-se até colocar um apoio para favorecer a liberação dos gases que atraem os insetos.”

Já a armadilha sanduíche é produzida colocando as duas partes obtidas pelo corte do pseudocaule, uma em cima da outra na posição horizontal, na base da touceira da banana. “Fica, então, uma telha embaixo e outra em cima. Os insetos atraídos vão ficar entre uma fatia e outra”, relata Fancelli.

A armadilha tipo cunha é adaptada de uma versão desenvolvida na Costa Rica, e considerada a mais eficiente para monitoramento populacional e controle da broca-do-rizoma. O entomologista César Guillén Sánchez utiliza as armadilhas, na Costa Rica, como método para determinar as populações de insetos e possíveis alternativas de controle.

“Avaliei essas armadilhas principalmente para bananas Cavendish e Gros Michel. No caso de plátanos é um pouco diferente, pois nem sempre há muita disponibilidade de plantas recém-colhidas para fazer as armadilhas. Neste caso, utilizo as plantas recém-colhidas que estão presentes e completo as restantes com outros tipos de armadilhas, que também são eficientes quando não há material suficiente disponível”, comenta.

A armadilha cunha deve ser confeccionada com plantas colhidas em até, no máximo, 15 dias. Inicialmente o pseudocaule deve ser rebaixado a uma altura de 50 cm e, em seguida, dois cortes são feitos no pseudocaule a aproximadamente 15 cm acima do solo, no formato de V horizontal.

O corte superior deve formar um ângulo de 45° graus em relação à superfície de corte inferior, paralela ao nível do solo. “Como ela fica com mais área de exposição em relação ao rizoma, ela conseguiu atrair mais insetos do que as outras armadilhas que testamos”, relata.

O engenheiro-agrônomo Tiago Struiving, consultor de fazendas produtoras de banana no norte de Minas Gerais, é um dos adeptos da armadilha tipo cunha há anos. “Para monitoramento, normalmente confeccionamos um número reduzido de iscas, 30 a 50 por hectare. Quando é para efeito de controle, fazemos o máximo possível de iscas na área para poder baixar a população do inseto”, explica.

Para Struiving, as principais vantagens são a praticidade e a longevidade da armadilha: “No dia a dia, ela é mais prática de se fazer do que a de tipo queijo e telha e, aparentemente, a cunha tem um período de atratividade maior.”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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