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Startup de R$ 50 bilhões quer construir aplicativo “faz tudo”

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O novo objetivo do CEO do Notion é romper com a dominação da Microsoft e do Google no mercado de ferramentas para o ambiente de trabalho

Ivan Zhao começou sua startup com base na ideia de que você deveria ser capaz de fazer qualquer coisa com uma ferramenta de texto — como se fosse uma folha de papel em branco. Josh Kopelman, um dos maiores investidores do Vale do Silício e cofundador da First Round Capital, ficou tão impressionado com o discurso incomum de Zhao sobre as origens do papel, que ele investiu US$ 2 milhões na rodada inicial do Notion em 2013.

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“Lembro de sair pensando: ‘Isso é diferente de qualquer discurso de fundador que já ouvi”, diz Kopelman. “Não havia capturas de tela, nem protótipos. Era muito conceitual, mas senti que entendia exatamente o que ele queria fazer.”

Mas Kopelman era minoria. Dois anos depois, as pessoas não entendiam o Notion e Zhao não tinha descoberto uma maneira convincente de explicá-lo. Quando viu funcionários da First Round usando o aplicativo, parecia que eles estavam fazendo isso “por pena”, ele lembra.

“O software ainda não era bom o suficiente”, ele admite. “Eu sabia que poderia melhorar, mas não sabia exatamente como chegar lá.”

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Em uma tentativa final de salvar a empresa, Zhao e o cofundador Simon Last demitiram todos os funcionários, deixaram seu escritório em São Francisco e se mudaram para Kyoto, Japão, para reduzir os custos. Um empréstimo de emergência de US$ 150.000 da mãe de Zhao lhes deu tempo suficiente para reiniciar com o “Notion 1.0”.

O editor de software ainda estava lá, mas agora o Notion parecia uma ferramenta de produtividade na superfície — uma reviravolta minimalista que também permitia criar wikis e gerenciar listas de tarefas facilmente. Em agosto de 2016, eles o lançaram no site de descoberta de aplicativos Product Hunt. Foi o produto mais popular do site do dia, da semana e do mês.

Em questão de semanas, o Notion, que é gratuito para os usuários iniciantes, estava lucrando e havia se tornado uma das startups mais populares do Vale do Silício.

Em outubro, Zhao e Last retornaram a San Francisco triunfantes. O Notion estava se espalhando globalmente apenas por meio do boca a boca. Em 2019, ele atingiu seu primeiro milhão de usuários, entre estudantes, empreendedores e artistas.

O poder das redes

Tutoriais de “Como usar o Notion” inundaram o YouTube. As pessoas precisavam desses vídeos porque, embora o Notion seja potente, as opções de personalização para algo tão simples quanto uma lista de tarefas podem torná-lo avassalador. Um dos mais populares é um tutorial relativamente simples do software que mostra como começar a usá-lo “sem perder a cabeça”.

E foi justamente esse nível de personalização que tornou o Notion tão útil para a organização de equipes de trabalho. Funcionários da DoorDash e da Nike o adotaram para gerenciar projetos e compartilhar notas. Ele também se popularizou entre algumas equipes da McKinsey depois que um sócio começou a usá-lo em casa para organizar suas receitas de pizza. Scott Belsky, diretor de produto da Adobe, usava o Notion para organizar toda sua pesquisa e escrever os rascunhos de seu livro de maior sucesso, “The Messy Middle”. “De uma maneira maravilhosa, o Notion reuniu o conceito de um site e de uma folha em branco”, diz ele.

Em janeiro de 2021, alguns desses vídeos também viralizaram no TikTok, o que fez a demanda por downloads sobrecarregarem os servidores da empresa e Zhao foi forçado a pausar todo o desenvolvimento de produtos por seis meses para fortalecer a infraestrutura.

Na época, o aplicativo tinha 20 milhões de usuários. Agora está se aproximando dos 100 milhões, diz Zhao. Segundo estimativas da Forbes, ele gerou US$ 250 milhões em receita no ano passado e continua lucrando.

Ao longo da ascensão do Notion, Zhao conseguiu manter um grau incomumente alto de controle para uma startup desse porte. A Forbes estima que o jovem de 37 anos ainda possui pelo menos 30% da empresa, com uma fortuna de US$ 1,5 bilhão, com base na avaliação de US$ 5 bilhões do Notion em mercados secundários.

A inteligência artificial do Notion

O último grande lançamento do Notion, que introduziu planilhas e bancos de dados, foi em 2018. Ainda este ano, a empresa espera lançar o Notion 3.0 com um bot de inteligência artificial que pode rapidamente extrair qualquer informação armazenada no Notion, como parte da aposta agressiva da empresa em IA generativa — que lhe rendeu um lugar na sexta lista anual “AI 50” da Forbes.

Assim, os usuários do Notion não precisam mais lembrar onde colocaram uma determinada informação. Você pode perguntar ao bot: “Quais são as conclusões das reuniões da equipe feitas na semana passada?” e ele irá responder com base nos documentos mais feitos por você. Zhao diz que o bot é como uma extensão do cérebro: “Você terá a liberdade de esquecer.”

Com mais automação e talvez um domínio de e-mail, graças a uma aquisição feita em fevereiro, a ambição de Zhao fica clara: transformar o Notion em um aplicativo que faz tudo e desafiar a dominação da Microsoft e do Google, que juntos controlam 99% do mercado de produtividade, avaliado em US$ 52 bilhões, segundo a Gartner. “Nosso concorrente é a indústria”, afirma.

O software de IA empresarial pode ser uma oportunidade de mercado de US$1 trilhão ao longo da próxima década, de acordo com o analista da Wedbush Dan Ives. “É uma estrada de tijolos amarelos”, comenta Ives.

“Contra Venture Capital”

Ivan Zhao ficou conhecido por negar muitos investimentos externos e não ceder o controle do seu negócio para nenhum investidor. Entretanto, a incerteza da pandemia convenceu Zhao de que ele deveria levantar fundos para dias chuvosos.

Numa manhã de sexta-feira, em outubro de 2021, Zhao ligou para um dos sócios da Sequoia para oferecer à empresa a oportunidade de investir US$ 100 milhões no Notion — se pudessem decidir naquele dia. A avaliação de US$10 bilhões foi “complicada”, admite o parceiro Pat Grady, mas dentro de 30 minutos de revisão de dados financeiros, a Sequoia concordou.

Parceria com o ChatGPT

Durante uma reunião da empresa em Cancún em outubro de 2022, Simon Last recebeu um e-mail de amigos da OpenAI oferecendo acesso antecipado a um modelo de IA conhecido como GPT-4. Ele e Zhao ficaram tão impressionados que pularam os eventos de integração da equipe e se isolaram em seu quarto de hotel por dias até terminarem de fazer um assistente de redação básico alimentado IA.

Quando o ChatGPT foi lançado no mês seguinte, provocando uma corrida louca de empresas para integrar IA em seus produtos, o Notion já estava no mercado.

Agora, um ano e meio depois do boom da IA generativa, o Notion está em posição de destaque entre os aplicativos de produtividade. A empresa cobra US$ 8 adicionais por mês pelo acesso aos recursos de IA. Milhões experimentaram e o negócio está indo “melhor do que nossas expectativas mais altas”, diz Zhao.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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