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Agronegócio

Enauta e 3R: fusão cria oportunidade para fugir da Petrobras (PETR4)?

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O caminho para que Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3) unam os negócios está cada vez mais traçado. Na última semana, as companhias assinaram o memorando de entendimentos (MOU) da fusão, um documento que funciona como um “pré-contrato” entre as duas partes e prevê a incorporação total das ações da Enauta pela 3R. Os termos ainda precisam passar por um processo de diligência, mas a fusão entre as duas petroleiras já está no radar do mercado.

A avaliação geral é que o negócio é positivo e cria um player relevante entre as junior oils, petroleiras de menor porte na B3, além de uma nova oportunidade de investimento – especialmente para aqueles investidores que querer se expor ao setor, sem toda a volatilidade política que dita o rumo da principal companhia do mercado, a Petrobras.

A visão de risco com a Petrobras (PETR4) é constante, diz gestor

Se aprovada, na nova estrutura de capital, os acionistas da 3R Petroleum terão 53% da companhia, enquanto os acionistas da Enauta ficam com 47%. A sinergia das duas petroleiras foi avaliada perto de US$ 1,5 bilhão e resultará em uma capacidade de produção atual de cerca de 100 mil barris diários de óleo e de 120 mil barris para 2025, segundo o Broadcast. Entre as junior oils, os números só ficam atrás da Prio (PRIO3).

“A fusão é boa, cria a segunda maior junior oil, e a Enauta e 3R contarão com um portfólio de poços tanto onshore quanto offshore”, destaca André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. Mas a nova companhia será capaz de competir com a Prio? “Essa é a grande questão”, diz ele. “A PRIO é referência no setor em eficiência operacional, mantém um lifting cost de 1 dígito, algo que Enauta e 3R ainda estão tentando conseguir, mas estão bem longe de alcançar.”

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Um estudo feito pela RB Investimentos mostrou que a Prio tem um lifting cost, termo utilizado na indústria para se referir ao preço para extrair cada barril de petróleo, de US$ 7 por barril. Em termos de comparação, a Petrobras, que é a mais eficiente do mercado, tem um custo de US$ 6 por barril.

A Enauta e a 3R, no entanto, são menos eficientes. Os lifting cost das duas companhias são de US$ 28 e US$ 28 por barril, respectivamente. “A fusão promete um futuro positivo para os investidores, mas é crucial que busquem aprimorar seus custos de extração, uma vez que ainda se encontram significativamente atrás da Prio e Petrobras nesse aspecto”, reforça Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB.

Qual a ação preferida?

A fusão da Enauta com a 3R abre uma oportunidade de investimento, na visão de alguns analistas. Na Genial Investimentos, o entendimento é que a sinergia das duas companhias pode impulsionar a RRRP3 no curto prazo, especialmente dado aos múltiplos “deprimidos” a que o papel é negociado em relação aos pares. A corretora tem recomendação de compra para a 3R Petroleum, com preço-alvo de R$ 62.

A Nord também tem recomendação de compra para a RRRP3, entendendo que a companhia pode ser beneficiada com o aumento de visibilidade de crescimento de produção, e por consequência, de resultados; e pela redução da alavancagem, um dos fatores que vinha punindo as ações.

Ainda assim, quando o assunto é junior oils, é a Prio quem aparece como a preferência do mercado. As ações das petroleiras de pequeno porte entraram no radar este ano depois que a Petrobras (PETR4) optou, em março, por ater a distribuição de dividendos ao mínimo de 45% do fluxo de caixa livre determinado pela CVM. O tema foi tratado pelo mercado como interferência política na estatal – o primeiro dos muitos episódios que aconteceram desde então –, e levou muitos investidores a olhar para outros papéis dentro do setor.

Leia também: Junior Oils crescem com investidores fugindo da Petrobras (PETR4)

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À época, como mostramos aqui, a PRIO3 aparecia como o principal nome para quem queria “fugir” da PETR3 ou PETR4, mas manter a exposição ao setor de petróleo e gás. Para Andre Fernandes, da A7 Capital, agora os investidores ganharam uma segunda alternativa. “Ainda que a Prio seja a preferência de muitas casas, a fusão de 3R e Enauta, caso elas consigam captar essas sinergias que anunciaram, é uma concorrente de peso e uma alternativa para os investidores para diversificar seu portfólio dentro desse setor. Serão duas junior oils robustas e com uma boa produção diária de barris de petróleo”, destaca.

A Órama já tinha recomendação para Prio e Enauta, evitando a Petrobras justamente por causa do risco político. O que influencia na decisão entre PRIO3 ou ENAT3 é o perfil de risco do investidor.

“Se o investidor for mais avesso ao risco e quiser ficar exposto ao preço do petróleo, mas com menos exposição ao risco idiossincrático do papel, estávamos recomendando Prio. Mas para aquele um pouco mais propenso ao risco, que está procurando um upside mais expressivo, estávamos recomendando Enauta”, explica Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama. “E a nossa recomendação segue sendo de Enauta, mesmo depois da fusão com a 3R. É um case bem interessante, que vale a pena ficar posicionado.”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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