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Tesouro Prefixado: retorno de quase 1% ao mês é oportunidade ou armadilha?

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A piora dos fundamentos macroeconômicos no Brasil e no exterior, com perspectiva de juros mais elevados por mais tempo nos Estados Unidos, tensões geopolíticas e uma maior cautela com o quadro fiscal brasileiro criou um movimento de abertura dos prêmios oferecidos pelos títulos do Tesouro Direto.

Como mostramos aqui, na última semana a atenção de investidores se voltou ao tão falado “IPCA + 6%”, um nível de juro real que geralmente só aparece em momentos de estresse e é tido como um investimento imbatível.

Mas não foi só o Tesouro IPCA+ que viu suas taxas aumentarem. A abertura da curva de juros também fez com que o Tesouro Prefixado fosse negociado com rendimentos mais elevados.

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Nesta terça-feira (23), o Tesouro Direto oferecia três opções de títulos prefixados ao investidor:

Tesouro Prefixado 2027: rentabilidade anual de 10,89%, com vencimento em 01 de janeiro de 2027 e investimento mínimo de R$ 30,31;
Tesouro Prefixado 2031: rentabilidade anual de 11,61%, com vencimento em 01 de janeiro de 2031 e investimento mínimo de R$ 33,71;
Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035: rentabilidade anual de 11,57%, com vencimento em 01 de janeiro de 2035 e investimento mínimo de R$ 37,68.

Para muitos especialistas, as taxas de juros atuais abriram uma janela de oportunidade para investir nesses ativos, que viram a rentabilidade ser reduzida desde o ano passado, quando a Selic começou a ser reduzida. Afinal, os retornos estão muito próximos do tão sonhado 1% ao mês na renda fixa.

Mas a posição em prefixados não é tão unânime quanto a do Tesouro IPCA entre investidores, que temem “travar” o dinheiro em um cenário conturbado que ainda pode resultar em novas aberturas nas taxas.

Se os receios se confirmarem, o investidor que aplicar dinheiro agora estaria sujeito a perder melhores oportunidades adiante ou até a ver seus ativos desvalorizarem na marcação a mercado.

Leia mais: A inflação e o dólar devem subir mais em 2024? Veja o que diz o mercado

“Está melhor comprar agora do que ter comprado duas semanas atrás, antes dessa subida das taxas”, diz Letícia Camargo, planejadora financeira CFP pela Planejar. “Mas é um momento complicado, com guerras se acirrando e mudança do arcabouço fiscal. Ainda podemos ver uma subida de taxas”.

Oportunidade ou armadilha?

Na visão do Santander, as atuais taxas dos títulos prefixados são uma oportunidade de investimento. O cenário base do banco prevê que a Selic caia até 9% no fim de 2024 e mais um ponto percentual até o final de 2025. Nesse sentido, as taxas, hoje ao redor de 10%, estão elevadas.

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“Sem dúvida, este movimento abre espaço para alocação, desde que o investidor tenha perfil para tomar risco”, afirma Caio Camargo, estrategista de Investimentos do Santander Brasil. “Pode ser que a marcação de curto prazo sofra um pouco, mas pensando no longo prazo é um investimento atrativo que pode fazer sentido para todos os investidores, com percentual de alocação na carteira adequado ao seu perfil”.

A recomendação do Santander é que a posição em prefixados não ultrapasse 5% da carteira para investidores conservadores. Para perfis moderados ou arrojados, o time do banco vê espaço para uma alocação entre 12% a 15%.

O risco dos prefixados que precisa estar no radar de quem optar por investir nesses ativos é a marcação a mercado. Apesar de serem títulos de renda fixa, o preço dos ativos varia diariamente de acordo com a oferta e demanda no mercado secundário.

Se as taxas oferecidas pelo Tesouro Direto aumentarem, quem já investiu pode ver seus títulos desvalorizarem – nesse caso, se o investidor precisar vender as posições antes do prazo de vencimento contratado, pode perder rentabilidade.

“Uma abertura na curva de juros pode trazer diretamente uma reprecificação nos títulos prefixados, pois os investidores acabam exigindo mais prêmio para os títulos, trazendo volatilidade para a marcação a mercado destes papéis”, destaca Pedro Marinho Coutinho, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

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É por isso que os especialistas destacam que o momento dos prefixados é de oportunidade apenas para quem visa levar o título até o vencimento. Nesse caso, mesmo que o preço do ativo varie de acordo com a marcação a mercado, no fim do prazo o investidor terá a rentabilidade que contratou.

“É uma janela de oportunidade para o investidor aumentar um pouquinho o percentual de prefixados na carteira dele, desde que fique atento a todos esses fatores para entender se o ativo é de fato o investimento que vai ter utilidade na carteira dele”, ressalta Antônio Sanches, analista da Rico. A preferência da corretora é pelos títulos com vencimento entre quatro e cinco anos.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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