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Arte de Tomie Ohtake na Biennale de Veneza e na Galeria Nara Roesler

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Arquivo pessoal

Tomie Ohtake com os filhos Ricardo e Ruy, final dos anos 1950

Tomie Ohtake foi uma mulher extraordinária. Em busca de seu irmão, às vésperas da Segunda Grande Guerra mundial, em 1936, embarcou sozinha em um navio que a levou depois de seis meses de travessia oceânica ao Brasil, onde desembarcou na condição de imigrante. Tinha 23 anos, não conhecia vivalma, nem ao menos falava a língua!

Não fossem sua garra e talento não teria criado a vasta obra finalmente celebrada na edição deste ano da Biennale de Veneza, comandada pelo craque Adriano Pedrosa, sob o tema “Estrangeiros por toda parte”, que foca nos direitos humanos homenageando artistas imigrantes, como ela, aqueles que transitam entre gêneros e os que pertencem a etnias até hoje negligenciadas.

Arquivo pessoal

Tomie Ohtake, em 1980, no estúdio de sua casa projetada em 1970 por seu filho, o arquiteto Ruy Ohtake

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Antes de vir para São Paulo, representei-a na minha galeria de Recife. Quando me estabeleci aqui, estreitamos os laços, ficamos amigas e continuamos trabalhando juntas até seu falecimento aos 102 anos em 2015. Além da homenagem póstuma que Pedrosa presta a ela na Biennale, na exposição no Núcleo Histórico da mais importante e antiga coletiva de arte do mundo, organizamos a individual “Tomie Ohtake: Infravermelho”, em nossa galeria em São Paulo. A mostra com 39 obras da artista, produzidas entre 1987 e 2004, tem curadoria de Paulo Miyada e expografia originalíssima do arquiteto e designer Rodrigo Ohtake, neto de Tomie, filho do falecido arquiteto Ruy Ohtake, o mais velho da artista.

Foto: Flavio Freire/Galeria Nara Roesler

“Tomie Ohtake, Infravermelho” em exposição na Galeria Nara Roesler, São Paulo

Ricardo Ohtake, gestor cultural, arquiteto e artista gráfico, fundador e presidente do Instituto Tomie Ohtake, filho caçula da artista:

“Tomie Ohtake está presente na atual Biennale com um trabalho selecionado pela curadoria, uma pintura de 1978 que faz parte da fase posterior àquela das grandes formas de cores vivas, quando as composições não são tão definidas. Neste caso, é uma forma montanhosa com dois topos curvos, bem simétricos e faixas que variam entre o azul e o laranja alternadamente, acompanhando a forma das montanhas. Apesar de ser brasileira naturalizada, Tomie nasceu no Japão, leva influência de seu país de origem e faz arte abstrata brasileira. Esta é a característica desta Biennale, ‘Stranieri Ovunque’ (Estrangeiros por toda parte), com curadoria de Adriano Pedrosa, que enfatiza a ideia dos estrangeiros no mundo todo até no próprio país, como ocorre com os indígenas brasileiros. Na verdade, é a segunda vez que ela participa da Biennale. A primeira foi em 1972, na mostra “Graffica d´Oggi”, quando a curadoria organizou uma exposição de pintores que faziam gravura, com três obras de cada artista. Os trabalhos de Tomie foram exibidos ao lado das gravuras dos americanos Robert Rauschenberg, Frank Stellla e outros importantes participantes do expressionismo abstrato, da Pop Art e do movimento Hard Edge”.

Foto: Erika Mayumi/Cortesia Galeria Nara Roesler

Na 60ª Bienal de Veneza, tela de Tomie Ohtake, sem título, 1978, tinta acrílica sobre tela, 124x134cm

Paulo Miyada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake e curador adjunto do Centre Pompidou, Paris, explica sua visão curatorial para “Tomie Ohtake: Infravermelho”:

“No período da presente exposição, a artista afinou sua atenção às gestualidades pictóricas na sobreposição de camadas e transparências, tendo uma coleção de formas arquetípicas como seu objeto recorrente. Nesse sentido, Ohtake se afasta das matrizes da arte abstrata concreta e aproxima-se, simultaneamente, de tradições orientais, como o ensō no zen-budismo, e de imagens evocativas da natureza, em especial as do cosmo.”

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SERVIÇO

“Tomie Ohtake: Infravermelho”

Até 6 de junho, 2024
Galeria Nara Roesler, São Paulo

“60ª Bienal de Veneza”

Até 24 de novembro, 2024
“Estrangeiros por toda parte”, Núcleo Histórico

Com colaboração de Cynthia Garcia, historiadora de arte, premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) cynthiagarciabr@gmail.com

Nara Roesler fundou a Galeria Nara Roesler em 1989. Com a sociedade de seus filhos Alexandre e Daniel, a galeria em São Paulo, uma das mais expressivas do mercado, ampliou a atuação inaugurando no Rio de Janeiro, em 2014, e no ano seguinte em Nova York.

info@nararoesler.art
Instagram: @galerianararoesler
http://www.nararoesler.com.br/

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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