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Agronegócio

Por que fundos multimercados apostam na desvalorização do euro

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A posição vendida em euro contra o dólar, ou seja, que aposta na queda da moeda europeia, tem sido a opção de gestoras de multimercados para alocação diante da fraqueza da economia europeia.

Segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast Investimentos, as perspectivas para a dinâmica macroeconômica no Velho Continente não são positivas – dado o histórico em crises, a condução da política monetária e a competição na economia global -, o que justifica a expectativa de depreciação da moeda comum em relação à americana.

“Esta posição oscila entre menor ou maior, mas estamos sempre vendidos em euro contra dólar”, diz Gustavo Menezes, gestor de área macro da AZ Quest. Ele diz que, desde a crise financeira de 2008, é possível observar como a recuperação econômica dos Estados Unidos mostra mais dinamismo que a do bloco europeu, que caiu em “depressão profunda”.

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Após a crise da covid-19, a gestora esperava uma dinâmica parecida.

“Na Europa as peças se movem de modo mais lento e eles têm mais dificuldade de lidar com as intempéries econômicas. Não à toa eles foram mais reticentes em subir os juros“, afirma Menezes, acrescentando ter sido um ajuste tardio na política monetária, além de ter sido o primeiro bloco a sofrer as consequências na atividade.

“O bloco cresce muito pouco. A maior economia da zona do euro, que é a Alemanha, com 40% do PIB (Produto Interno Bruto) do bloco, está com o crescimento parado.”

Na mesma linha, a Kinea Investimentos vê a economia dos países europeus com perspectiva mais fraca que a dos Estados Unidos, então uma das principais posições de seu multimercado é vendida em moedas europeias, pensando principalmente no euro, mas também na libra e na coroa tcheca.

“É uma boa proteção para a carteira ficar vendido nessas moedas, com os riscos geopolíticos atuais favorecendo ainda mais esse tipo de posição”, afirma André Diniz, economista da Kinea Investimentos.

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A AZ Quest, que já era estruturalmente negativa com a zona do euro, avalia que a moeda não teria “como se defender desse cenário”.

Menezes pondera que a Alemanha tem um superávit em conta corrente “muito forte”, o que resulta em um fluxo sempre comprador de euro e sustenta a moeda “apesar dos problemas”, embora mesmo isso tenha sido colocado em xeque com a competição global, como com a indústria automotiva da China.

Mas a discrepância da economia americana em relação à do bloco ainda se sobrepõe e justifica a posição, segundo o gestor.

Ainda, segundo o gestor da AZ Quest, a posição em euro contra dólar acaba representando uma operação derivada da diferença entre dois juros, o alemão – considerado livre de risco – e o americano. “Qualquer tipo de operação de moeda é necessariamente um trade relativo entre dois países.

Nesse caso, entre outros fatores, é estar mais pessimista, por juros mais baixos na zona do euro, enquanto nos Estados Unidos permanecem mais altos”, diz. “O que sempre analisamos é o risco do spread entre os juros divergirem de alguma maneira.”

Juro europeu

A AZ Quest já carregou posição em juro europeu, no momento de ciclo de alta em 2022, mas desde então se desfez. Segundo Menezes, trata-se de uma alocação “complicada” porque, além de “operar a política monetária, é preciso escolher a região em que se quer operar, com a análise que envolve o spread de crédito que diferencia um país do outro”.

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Mas há gestoras de multimercados macro que descrevem ainda estar acompanhando o juro europeu, conforme suas mais recentes cartas mensais.

A Ibiuna Investimentos, por exemplo, informou se posicionar diante da “dessincronização” no ciclo de política monetária nas economias desenvolvidas.

A Kapitalo Investimentos, por sua vez, afirma manter posição aplicada (que aposta na queda) em juro na zona do euro, assim como vendida na moeda comum europeia.

Para onde vai o BCE?

O Banco Central Europeu (BCE) manteve suas principais taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva, após concluir reunião de política monetária no dia 11 de abril, em decisão em linha com a expectativa de analistas.

A taxa de refinanciamento do BCE permaneceu em 4,50%, a de depósitos, em 4%, e a de empréstimos, em 4,75%.

Em comunicado, o BCE reafirmou que os juros ficarão em “níveis restritivos pelo período que for necessário”, mas também ressaltou que será “apropriado reduzir o aperto monetário” se houver maior confiança de que a inflação na zona do euro está convergindo para a meta oficial de 2% “de forma sustentada”.

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Na última sexta-feira  (19), a presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou essa avaliação.

Para a Oxford Economics, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que desacelerou para 2,4% em março – com o núcleo diminuindo para 2,9% -, confirma a tendência de desinflação e apoia expectativas de um corte de juros BCE em junho.

“Os dados permitem o início dos cortes em junho e os membros do BCE estão sinalizando nessa direção, em todo o espectro, desde os membros mais dove (favoráveis a juros mais baixos) até os mais hawk (favoráveis a juros mais altos)”, destaca Diniz, da Kinea. “Existe um consenso.”

E depois? O economista diz que depende tanto da continuidade do processo de desinflação na zona do euro quanto do que vai acontecer nos Estados Unidos, pontos que deverão ser acompanhados adiante.

“O risco é que o BCE não consiga entregar os cortes sequencialmente se continuarmos vendo o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sem perspectiva de início dos cortes por lá.”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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