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Fed mantém juros nos EUA. Como a decisão impacta os investimentos?

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O banco central norte-americano Federal Reserve (Fed) anunciou na tarde desta quarta-feira (1º) que decidiu manter a taxa de juros na faixa entre 5,25% a 5,50% ao ano. Um resultado sem surpresas, mas que mantém a pressão sobre a curva de juros e o câmbio no Brasil. Níveis mais elevados de juros lá fora funcionam como suporte para a queda de juros aqui.

“Muito desse movimento já parece estar embutido no dólar, que tocou os R$ 5,20 essa semana, e também nos juros mais longos (de 10 anos), que já voltaram a bater a casa dos 11,75″, observa João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão.

O movimento reduz o ímpeto dos investidores por ativos de risco, principalmente nas ações ligadas à economia doméstica, devido ao aumento estrutural do custo de capital e da piora das expectativas quando à queda da Selic.

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Na próxima quarta-feira (8), é esperado que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza em 0,25 pontos percentuais a atual taxa de juros brasileira de 10,75% para 10,50%.

“Vale lembrar que a maior parte das dívidas das companhias são atreladas ao CDI e, consequentemente à Selic. Por outro lado, as empresas de commodities podem voltar a se destacar nesse ambiente, dada a alta do dólar e avanço dos termos de troca”, diz Piccioni.

A sinalização conservadora por parte do Fed impacta as taxas brasileiras. “A gente vai esperar uma abertura da curva de juros doméstico, o que pode sinalizar uma potencial janela de oportunidades para se alocar em títulos públicos, principalmente nos vértices mais intermediários”, comenta o economista da Guide Investimentos, Yuri Alves, observando que o cenário doméstico também influencia nesse movimento.

Em abril, as incertezas a respeito do cenário fiscal foram acentuadas com o anúncio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, do governo federal, que revisou a meta de superavit primário de 0,5% para déficit zero. Com isso, os títulos públicos com vencimento em 2029, por exemplo, passaram a pagar mais juros em relação aqueles com vencimento em 2045. Normalmente, títulos com vencimento mais longos pagam mais em relação ao ativos com duração mais curta.

Pressão sobre o câmbio

O economista da XP Investimentos, Francisco Nobre, lembra da forte correlação entre as decisões do Fed e as do Copom. “O que fizer preço lá fora, tende a fazer preço aqui no Brasil”, avalia. Apesar disso, ele acredita que o resultado desta quarta não vai alterar a o resultado do Banco Central brasileiro na semana que vem. “O Copom vai reagir aos dados domésticos e a nossa expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual.”

Ao longo do tempo, no entanto, as decisões do Fed – que sinalizam juros mais altos por mais tempo – tendem a impactar o Brasil através do câmbio. “Este seria o principal canal de transmissão porque os juros mais altos lá fora acabam reduzindo a atratividade de nossos ativos aqui dentro”, explica.

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Dessa forma, um real mais desvalorizado se traduz em pressões inflacionárias adicionais. Por isso, as estimativas do mercado financeiro para a Selic ao final de 2024 vêm se deteriorando. “A gente trabalhava com um cenário em que o Banco Central poderia cortar os juros até 9%, mas revisamos para 10%”, informa Nobre, lembrando que juros mais altos se traduzem em preços mais baixos para os ativos de risco. “Isso acaba impactando a renda variável.”

Nesta conjuntura em que os juros americanos encurtam o ciclo de cortes das taxas no Brasil, o economista-chefe da Nippur Finance, Cristian Pelizza, acredita que o segundo semestre será um período desafiador. “O investidor terá de se acostumar com um pouco mais de volatilidade”, afirma.

 

PARA O EDITOR, PONTOS DE ATENÇÃO NA DECISÃO DO FED:

Comunicado do FOMC: O mercado espera um comunicado bastante parecido com o anterior, no qual o comitê preferiu manter a precaução, estipulando haver necessidade de mais evidências de que a inflação caminha para o alvo dos 2% ao ano antes de realizar quaisquer ajustes nas taxas. (Tem uma menção específica no comunicado que fala que o comitê avalia que não será apropriado cortar juros até que haja uma melhora no cenário de inflação. Se eles retirarem ou alterarem essa frase, muda o cenário, mas as expectativa é que isso não aconteça agora, só para o final do ano).

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Fala de Powell meia hora depois da divulgação às 15h: Principal evento desta quarta. preocupação no tom do discurso numa direção mais hawkish (redução da quantidade de cortes este ano de 3 para 2). Expectativa de fala cautelosa. Ponto importante é a pergunta sobre a possibildaide de cortes adcionais, tema que vem ganhando relevância… se o tom for mais duro mercado reage mal. No geral o que se espera é ele falar da dependência dos dados. se ele for nessa linha, evita turbulência.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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