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Agronegócio

Bradesco (BBDC4) divulga balanço e CEO promete boas notícias: vale comprar a ação agora?

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O Bradesco (BBDC4) divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2024 nesta quinta-feira (2). O banco teve um lucro líquido de R$ 4,21 bilhões entre janeiro e março deste ano, uma queda de 1,6% na comparação com o mesmo período de 2023.

A rentabilidade, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Médio (ROAE), ficou em 10,2%, queda de 0,4 ponto porcentual na comparação o mesmo período do ano passado. Na comparação com quarto trimestre de 2023, o Bradesco teve um crescimento de 3,3 pontos porcentuais em sua rentabilidade.

O resultado vem no rastro da reestruturação anunciada no dia 7 de fevereiro, após o banco ter uma queda de 21,2% no lucro de 2023, que encerrou o ano passado em R$ 16,3 bilhões. O plano consiste em reduzir cargos na diretoria para cortar custos, colocar 75% das transações na nuvem até 2025 e captar mais clientes de alta renda.

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O resultado do 1T24 parece ser promissor, mas continua longe dos 15% de ROAE desejados pelo mercado – os concorrentes Itaú e Banco do Brasil têm cerca de 20%. Segundo o CEO da companhia, Marcelo Noronha, chegar lá está no horizonte, mas náo é algo que deve ocorrer em breve. “Eu só não faço a promessa de quando. É sem promessa, mas com muita entrega. Vamos crescer trimestre a trimestre”, diz Noronha em entrevista coletiva nesta quinta-feira (2).

Na visão de Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, é possível dizer que a reestruturação do banco começou a dar as caras já neste balanço. Ele ressalta a redução de 10,5% das despesas operacionais na base trimestral. “O Bradesco conseguiu melhorar a rentabilidade e diminuir os custos na base trimestral. No entanto, para termos mais certezas de que isso vem de fato da reestruturação, o banco deve apresentar essa redução de custo na base anual de comparação nos próximos trimestres”, aponta o analista.

Por outro lado, o Bradesco apresentou uma margem financeira bruta de R$ 15,2 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A redução é vista como negativa pelos analistas da XP Investimentos, que enxergam os números do banco como “fracos”. ” A margem financeira com clientes permaneceu pressionada devido ao mix de crédito com spreads mais baixos. Esses números dão um tom para um 2024 ainda mais desafiador”, salientam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório da XP.

Noronha reconhece a queda na margem financeira bruta. No entanto, ele diz que tem muita segurança no crescimento do banco dentro das estimativas do guidance, principalmente após a companhia continuar com um forte crescimento de participação no mercado em fevereiro. “Quando a gente olha no guidance, a gente olha o ano inteiro. E ao longo de 2024, todas as carteiras tendem a crescer, o que traciona a margem. “, afirma o CEO.

Enquanto isso, a inadimplência acima de 90 dias, considerando o caso Americanas (AMER3) que está 100% provisionado, recuou 0,1 ponto porcentual, indo de 5,1% no primeiro trimestre de 2023 para 5,0% no primeiro trimestre de 2024. Já sem considerar o efeito da varejista, a queda na inadimplência foi de 0,3 ponto porcentual, indo de 5,1% para 4,8% entre janeiro e março de 2024.

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Para Matheus Nascimento, analista da Levante, o número é positivo após o banco ter passado por um período de alta inadimplência. O número é explicado pela menor expansão da oferta de crédito da instituição a clientes de riscos maiores.

Com isso, a inadimplência foi menor, assim como as provisões, o que melhora as safras de crédito. O Bradesco apresentou uma queda de 17,9% nas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que foi de R$ 9,5 bilhões para R$ 7,8 bilhões na base anual. O dinheiro é utilizado para cobrir os calotes dos clientes. “No entanto, para que o Bradesco não fique tão para trás de seus pares, o caminho provável está na expansão das carteiras, o que carrega um risco para o balanço do banco”, ressalta Nascimento, apontando que o banco está com queda na margem financeira bruta.

O que fazer com as ações do Bradesco?

Os analistas do mercado financeiro possuem uma recomendação neutra para ações do Bradesco. Segundo o Goldman Sachs, a ação pode até ser atrativa para o investidor se o plano de recuperação for bem-sucedido.

Ainda assim, eles dizem acreditar que o investidor deve ter muito cuidado com o papel, pois enxergam alguns riscos, como aumento da concorrência e novas perdas de quota de mercado no crédito. “Mesmo que o Bradesco tenha uma queda de 10,5% nas despesas na base trimestral, os custos subiram 4,4% na comparação anual, o que mostra que o Bradesco não consegue cortar despesas e proporcionar alavancagem operacional”, argumenta a equipe liderada por Tito Labarta, que assina o relatório do Goldman Sachs.

O banco americano tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 14 para o fim de 2024, o mesmo valor do fechamento do pregão da última terça-feira (30). João Lucas Tonello, analista da Benndorf Research, também tem recomendação neutra, pois acredita que a empresa ainda tem desafios difíceis pela frente, que devem ser solucionados pela reestruturação. O especialista calcula um preço-alvo de R$ 15,15, uma potencial alta de  8,21% na comparação com o fechamento de terça-feira.

Para Mateus Nascimento, da Levante, ainda é cedo para o posicionamento no ativo, dado que os pares oferecem níveis de dividendos mais atrativos, além dos níveis qualitativos de balanço mais elevados.

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A Levante tem recomendação neutra para as ações do Bradesco com preço-alvo de R$ 15,80, uma alta de 12,85% na comparação com o fechamento de terça. A XP vai na mesma linha e diz acreditar que o ponto de partida para o ano parece muito desafiador para atingir o guidance do ano. “Continuamos com nossa visão cautelosa e avaliação neutra”, apontam Guttmann, Guimarães e Nobre. A corretora não revela um preço-alvo em seu relatório.

Ainda que o consenso aponte para uma recomendação neutra, Horta, da GTF Capital, enxerga que o papel pode ser uma boa opção de investimento para o longo prazo, desde que o investidor não tenha medo da volatilidade do mercado. “O investidor precisa ser paciente, pois apesar de toda robustez, o banco vai precisar se reestruturar antes de voltar a crescer. No entanto, o Bradesco é uma instituição forte que tem todo o potencial de melhorar o seu balanço e elevar a sua rentabilidade”.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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