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Agronegócio

Hype da manteiga: lácteo volta com força ao gosto de um consumidor sofisticado

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Sabores avant-garde fizeram renascer o universo da manteiga

Num cenário de constante evolução da criatividade gastronômica, um ingrediente resistiu ao tempo e se reinventou continuamente: a manteiga. Antes apenas um complemento, o laticínio está, mais do que nunca, desfrutando de um papel de protagonista em 2024.

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Mais do que um simples produto para frituras, a manteiga se transformou notavelmente nos últimos anos, tornando-se uma forma de experimentação e inovação culinária. De criações artesanais, à base de plantas e cultivadas, às infusões de sabores avant-garde, bem como tendências quentes como o café amanteigado, esse universo alimentício está passando por um renascimento nunca antes visto.

A Tastewise, plataforma de inteligência de mercado israelita especializada em comida, afirma que as conversas nas redes sociais sobre a manteiga aumentaram 23,5% no último ano. De acordo com a Statista, think tank online europeu, a receita do mercado global do laticínio deve atingir US$ 49,9 bilhões (R$ 256,9 bilhões na cotação atual) em 2024, com uma taxa de crescimento estimada em 6,1%, por ano, até 2028.

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Confira algumas das maiores tendências que alimentam o crescimento da manteiga:

As tábuas de manteiga

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Tábuas de manteiga se tornaram um sucesso no catering (serviços de alimentação)

Recentemente, a nova-iorquina Justine Doiron, também conhecida como Justine Snacks, no TikTok, cativou entusiastas da gastronomia com um vídeo viral no qual apresentava uma técnica do chef conterrâneo Joshua McFadden, do Oregon. No vídeo, a cozinheira do Brooklyn espalha grossas camadas de manteiga numa tábua e a enfeita com variadas coberturas doces e salgadas.

Essas “tábuas de manteiga” se tornaram um sucesso no catering (serviços de alimentação), permitindo aos convidados mergulharem pães, massas ou até mesmo crudités (alimentos crus) numa saborosa variedade de manteigas e outras coberturas, como mel, cremes e geleias, ervas frescas, chimichurri ou bacon esfarelado.

Hotéis e restaurantes aderiram ao movimento. O Shaker Seed Butter Board, de Seattle, serve aos clientes manteiga de sementes de girassol e geleia caseira de figo do Oregon e cranberry, por exemplo. Tudo acompanhado de figos frescos, pedaços de chocolate, lascas de banana e sal marinho, além de maçãs crocantes oriundas diretamente de Washington, DC.

Um café amanteigado

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Café amanteigado: especialistas defendem a incorporação

O café amanteigado tornou-se a bebida preferida de adeptos das dietas cetônicas (eliminação de alimentos ricos em carboidratos) e paleo (inspirada em antepassados caçadores e coletores). Os defensores da bebida, liderados por Dave Asprey, empresário e autor americano do Vale do Silício, na Califórnia, que impulsionou a tendência por meio da Bulletproof Coffee, sua varejista de produtos nutricionais em Seattle, exaltam muitas vantagens associadas à incorporação da manteiga ao café, incluindo o aumento da saciedade — suficiente para o café da manhã — e o aumento da energia e clareza mental.

A tendência tem raízes no Tibete, onde Asprey provou pela primeira vez um chá misturado com manteiga. Mais tarde, ele fez experimentos com sua própria versão da bebida e, enfim, criou um café “à prova de balas”, também conhecido como café amanteigado. A receita inclui grãos de café, água, óleo de coco e uma ou duas colheres de sopa de manteiga sem sal.

Manteiga plant-based

Divulgação/Bunge

Bunge desenvolveu manteiga vegetal para as padarias da rede Beleaf PlantBetter, nos EUA

Outro arrasto do atual hype da manteiga vem do mundo vegano. Segundo a Tastwise, a recorrência do termo “manteiga vegana” cresceu 8% nas redes sociais em 2023. Esse índice é impulsionado pelo interesse dos consumidores em adotar alternativas à base de plantas para obter benefícios que consideram saudáveis no longo prazo.

A plataforma online diz que a receita mais popular, nas pesquisas, é a “Plant-based Butter Flaky Biscuits”. Tanto é que a trading Bunge desenvolveu para as padarias a Beleaf PlantBetter, manteiga vegetal que reproduz o aroma, o sabor e a textura da manteiga de verdade.

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A multinacional pretende expandir a produção da Beleaf para outros setores de laticínios e confeitarias. Outra opção disponível no mercado, a Lauds Cultured Oat Butter (uma manteiga de aveia), é produzida com iogurte de aveia e ervilha amarela, combinado com óleo de coco orgânico e sal marinho da Tasmânia. O resultado é uma pasta cremosa com uma textura semelhante à da manteiga tradicional. Pode ser apreciada com torradas, usada para assados ou para refogar legumes.

O que é a manteiga cultivada?

Outra onda é a manteiga cultivada, uma variante do estilo europeu, produzida por meio da fermentação do creme de leite com bactérias lacto ácidas, seguida de agitação para separar a gordura da manteiga do leitelho (uma espécie de creme de leite). Esse processo exige muito mais tempo em comparação à produção de manteiga de creme doce comum e resulta num produto com sabor láctico notavelmente mais rico e pronunciado.

Normalmente, a manteiga cultivada apresenta um teor de gordura mais alto (variando de 82% a 85%) em comparação à manteiga americana padrão (normalmente de 80% a 82%). Entre as marcas mais populares de manteiga cultivada está a Vermont Creamery’s Cultured Butter, com sal marinho. A marca norte-americana já ganhou prêmios da American Cheese Society, Sofi Awards e The Big E.

A manteiga aromatizada

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Procura por manteigas aromatizadas é vetor de aumento da demanda

De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Mordor Intelligence, a crescente procura por manteigas aromatizadas é um dos grandes impulsionadores do aumento da demanda. No último ano, a popularidade dessas manteigas aumentou graças a chefs inovadores e criadores de conteúdo como o londrino Thomas Straker (conhecido por sua série “All Things Butter”) e a nova-iorquina Carolina Gelen, que introduziu a tendência da manteiga de vodca.

Essas manteigas aromatizadas oferecem aos consumidores a oportunidade de elevar o paladar nas refeições sem aumentar a complexidade do preparo. A Churn Foods, de Los Angeles, é uma coleção de manteigas aromatizadas orgânicas e artesanais com nove opções tentadoras: Alho e Chalota, Trufa, Cacio e Pepe Everything, Miso, Maple e Canela, Alho Negro, Pesto e Bruschetta.

Num mundo onde as tendências alimentares vêm e vão, a manteiga continua sendo um clássico atemporal, apreciada por seu sabor rico, versatilidade e capacidade de sofisticar até mesmo os pratos mais simples. Ao abraçar a diversificada gama de inovações em manteiga, saboreia-se cada mordida cremosa e brinda-se às infinitas possibilidades que estão por vir num mundo em constante evolução do luxo, tudo isso proporcionado pela cadeia do leite, que começa no campo, com a ordenhas das vacas.

*Daphne Ewing-Chow, colaboradora da Forbes EUA. Escreve sobre alimentos e agricultura, explorando a sua relação com o meio ambiente, mudanças climáticas, saúde humana e desenvolvimento econômico.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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