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Agrishow: do robôs aos elétricos e híbridos, como as tecnologias mudam a produção agro

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Solinftec quer espalhar seus robôs pelo mundo, diz executivo da startup na Agrishow

A produção de alimentos e bioenergia no país tem por trás a evolução das tecnologias de campo, que vão de robôs ao satélite, passando por equipamentos cada vez mais precisos, eficientes e de baixa emissão de poluentes. Na Agrishow – 29ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, que começou no domingo (29), e termina nesta sexta-feira (3), em Ribeirão Preto (SP), empresas e instituições mostraram parte do que estará no campo em breve ou que está ganhando novas funcionalidades.

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Nas máquinas, as inovações passam pelo destino dos motores a combustão. A FTP Industrial, marca global de sistemas de propulsão do grupo italiano Iveco, que a partir do Brasil atende em cerca de 150 pontos na América Latina, fabrica motores para vários tipos de máquinas. No país, um em cada três tratores levam motores da marca.

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Marco Rangel, da FTP, diz que tecnologias precisam ser de baixa emissão de gases

“A tecnologia da combustão tem a meta da baixa emissão”, diz Marco Rangel presidente da empresa para a América Latina, que está deixando o cargo no país para atuar a partir da unidade italiana sediada em Torino, onde em 2022 foi inaugurada a fábrica denominada ePowertrain, dedicada à produção da gama elétrica da marca, que vai de eixos a motores integrados.

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“O mercado agrícola também pede pelos elétricos e as pesquisas vão nessa direção”, diz ele. Em busca da eficiência dos híbridos, a marca mantém o que chama de Plataforma Multi Combustível, a partir de motores a combustão de diesel, biodiesel, biometano e agora etanol. “O país tem produtos alternativos de potencial energético diferente”, diz Cláudio Passerini, que sai do marketing global para assumir a posição de Rangel. “O Brasil está posicionado como um país de natureza de emissão limpa, o que os EUA e a União Europeia não têm.”

Além de marcas como Case e New Holland, que usam esses motores em seus tratores, outros segmentos, entre elas a irrigação, fazem parte do pacote. A Valley, multinacional com origem nos EUA que atua no mercado de irrigação de precisão a partir de pivôs centrais, é uma delas.

O mercado de irrigação no país ficou na faixa de R$ 3 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). Cristiano Del Nero, presidente da Valley Brasil, não diz sobre sua receita, mas a estimativa é de que a marca detenha quase 50% da demanda do segmento. O mercado global de pivôs e seus equipamentos é de US$ 4 bilhões/ano (R$ 20,5 bilhões na cotação atual) e o Brasil é o segundo maior mercado pelo seu potencial de demanda, atrás dos EUA.

“Em regiões do país onde os valores da terra são cada vez maiores, a irrigação entra com mais força. Porque a terra era barata, agora não é mais”, diz Del Nero, presidente da Valley Brasil. Nos últimos anos, as tecnologias da agricultura de precisão vêm sendo incorporadas à irrigação. Vinícius Melo, diretor comercial, afirma que a tecnologia para o futuro da irrigação atua em três frentes. A primeira é o machine diagnostic, que é a capacidade da máquina se auto diagnosticar.

“Já temos a fase um, que é a irrigação 1.0. A gente entrou com ela esse ano e vamos aperfeiçoando para que cada detalhe da operação tenha cada vez mais diagnóstico”, diz o engenheiro agrônomo Vinícius Melo, diretor comercial da Valley. “Vem na sequência a inteligência artificial dizendo quando, onde e como é necessário irrigar”, diz ele. As leituras dos cultivos já ocorrem via satélite, mas não a decisão do que fazer com as informações captadas. “Ela é humana, mas se caminha para uma decisão automatizada.”

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Cristiano Del Nero e Vinícius Melo, da Valley, durante a coletiva na Agrishow

Isso ocorre no ambiente de algoritmos, que já existem para a identificação de uma determinada informação, por exemplo, a umidade ou incidência solar. “Hoje, já é possível programar um equipamento. O próximo passo é um pivô autônomo.” Um exemplo nos EUA, e que já funciona, são os equipamentos na região central do país sujeita a furacões. O sensor, se detecta um vento mais forte, já se desliga. “Mas ele vai começar a ‘pensar’, por exemplo, em se deslocar para uma área mais baixa do terreno, para se proteger.”

No manejo de pragas há robôs que reduzem em cerca de 90% o uso de herbicidas. As aplicações de precisão fazem parte da corrida das grandes multinacionais, os chamados Big Guys da automação agrícola – AGCO, CNH e John Deere. Mas as startups não ficam muito atrás nas inovações e brigam por uma fatia desse bolo.

A Solinftec, uma startup brasileira com os pés nos EUA, levou à Agrishow seu principal produto global, o mesmo já apresentado aqui e na Farm Progress Show, a maior feira de inovação e tecnologia daquele país, que neste ano ocorrerá de 27 a 29 de agosto, em Decatur. A startup, que hoje se coloca como uma empresa de Saas (software como serviço), fatura atualmente cerca de R$ 350 milhões por ano e espera chegar ao primeiro bilhão até 2029.

Segundo Bruno Galvão, o CRO (chefe de operações robóticas, na sigla em inglês), a meta é saltar de 80 robôs atualmente em operação nos dois países para uma frota de 800 unidades no campo até 2029. “Nosso desejo, lá atrás, era criar uma plataforma 100% autônoma que garantisse sustentabilidade e resolvesse problemas do produtor”, diz ele. “Precisávamos testar uma ferramenta que navegasse sozinha pelo campo. A partir do momento que esse objetivo foi superado, criamos uma solução para o monitoramento de talhão. É a mesma visão de quem vai todo dia lá no campo e conta a praga, vê se tem lagarta, se está doente ou não.”

Galvão conta que a sequência da tecnologia foi embarcar câmeras e sensores no robô para que ele andasse no campo, coletasse as informações para entregá-las ao produtor. “Quando vimos que deu certo, tomamos a atitude de não só darmos insights, mas desenvolver a parte de pulverização”, afirma.

Em relação ao mercado disputado também pelas grandes multinacionais, o executivo acredita “que todo mundo vai chegar num ponto em que as tecnologias se cruzam”. Mas ele destaca que a confiabilidade, termo que designa a qualidade da confiança, é que vai determinar a escolha de um fazendeiro por uma determinada tecnologia.

“Coletamos, há 16 anos, informações das máquinas, do operacional, e isso tem uma confiabilidade tão forte que, quando junto os dados a uma plataforma robótica, tenho a capacidade de trabalhar, por exemplo, a IA (inteligência artificial) regenerativa”, diz Galvão. Para ele, a ferramenta será um divisor de águas para a genética de plantas no Brasil e no mundo, substituindo o manejo com produtos químicos.

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“Existem muitas moléculas que deixaram de ser usadas porque no método convencional elas já não tinham mais serventia. Mas, com máquinas early stage (em fase inicial de novas tecnologias), as indústrias químicas já estão olhando para moléculas que não utilizavam mais e começando a recolocá-las no mercado”, afirma Galvão. “As tecnologias vão se cruzar. Porque, pela primeira vez, o produtor está comprando um robô, uma máquina, pensando no retorno. Antes, ele comprava um pulverizador porque isso fazia parte da operação, nunca tinha o ROI (retorno sobre o investimento, na sigla em inglês). Esse investimento ele consegue pagar em até duas safras. Com a redução de produto químico e de combustível, ele incrementa a produtividade e a lucratividade aumenta.”

Segundo o executivo, neste último ciclo, por exemplo, a busca por produtividade dentro de uma safra ruim, com resultados bons, foi uma surpresa entre as fazendas que a Solinftec acompanha. “Os produtores estão investindo. Temos entre os nossos clientes a primeira fazenda que comprou dez unidades (robôs) e que será 100% tripulada. Outro produtor que está na Agrishow arrematou mais cinco unidades para a fazenda dele. Como disse, está sendo surpreendente”, diz Galvão.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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