Agronegócio
Dólar acima dos R$ 5: o que esperar da moeda em maio? Veja análises
A piora dos fundamentos macroeconômicos tanto no exterior quanto no Brasil foi determinante para a alta de 3,51% do dólar em abril. Como mostramos nesta reportagem, o desempenho da moeda norte-americana foi o maior entre os principais investimentos do mercado no acumulado mensal. Para maio, a possibilidade de novos avanços continua caso o ambiente econômico não apresente sinais favoráveis para o início do corte de juros nos Estados Unidos.
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Os dados de inflação mais elevados do que as expectativas dos especialistas foram os grandes responsáveis pela valorização da moeda norte-americana no mês passado. Na época, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA mostrou um avanço de 0,4% em março em comparação a fevereiro, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho, divulgados no último dia 10. Para esse indicador, as projeções apontavam um avanço de 0,3%.
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Os números causaram uma aversão a risco e mudanças nas perspectivas para o início de corte de juros no mercado norte-americano que passou de junho ou julho para setembro ou outubro. Na quarta-feira (1), após manter a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, como o mercado esperava, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, reforçou que o ciclo de afrouxamento monetário só deve iniciar quando os dirigentes estiverem confiantes de que a inflação alcançará a meta de 2%. Por enquanto, não há esse sentimento.
A situação reverbera no mercado doméstico e pode limitar os espaços de novos cortes da Selic até o fim do ano. No Boletim Focus desta semana, as expectativas dos agentes de mercado apontam para uma taxa de juros de 9,5% no fim de 2024. Há um mês, as projeções enxergavam um patamar de 9% ao ano para a Selic. A mudança também foi motivada pela alteração da meta fiscal de 2025, que passou de um superávit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para déficit zero. Quando a alteração ocorreu, o dólar alcançou no dia 16 de abril a cotação de R$ 5,27, o maior desde março de 2023.
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Esse contexto estimula ainda mais a saída dos estrangeiros em busca de ativos defensivos, como os títulos de renda fixa norte-americanos que apresentam uma relação risco e retorno mais favorável do que os ativos de renda varável. “Isso faz com que os países emergentes, como Brasil e México, tenham a moeda desvalorizada porque a queda da taxa de juros está prevista para o fim do ano”, afirma Anilson Moretti, head de câmbio da HCI Invest e planejador financeiro CFP pela Planejar.
Até o dia 26 de abril, a Bolsa de Valores brasileira havia perdido R$ 32,5 bilhões de investimento estrangeiro em 2024, segundo os dados mais recentes da B3. E como não há perspectivas de melhorias para o cenário macro que possa resgatar o interesse dos investidores estrangeiros, o dólar deve continuar com tendências de alta. “O dólar vai continuar nessa faixa de R$ 5,10 e R$ 5,20 e possivelmente não caia abaixo dos R$ 5”, diz Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital.
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Já Guilherme Morais, analista da VG Research, acredita que a moeda norte-americana permaneça estável após a forte alta de abril. Só deve ocorrer um movimento de valorização mais forte, caso haja novos eventos inesperados nos conflitos do Oriente Médio. “Como a fala de Jerome Powell (presidente do Fed) foi mais leve do que o esperado, talvez o receio do mercado fique menor”, diz Morais. O analista acrescenta também que a alteração do rating do Brasil de “estável” para “positiva” feita pela Moody’s, agência internacional de classificação de risco, pode trazer o dólar mais próximo dos R$ 5.
Por outro lado, serão os resultados do Payroll (dados de trabalho norte-americano) previstos para serem divulgados nesta sexta-feira (3), a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), na quarta-feira (8), e os dados da inflação norte-americana no dia 15 de maio que irão definir os rumos do dólar neste mês.
Onde investir para lucrar com o dólar?
Uma das formas de investir em dólar sem comprar a moeda diretamente é via contratos futuros de dólar na B3. Atualmente existem duas categorias desse tipo de contratos: contratos cheios de dólar (DOL) e minicontratos de dólar (WDO). “Os contratos cheios são para quem deseja movimentar grandes quantias, pois eles correspondem a uma movimentação de US$ 50 mil por unidade. O mini contrato é indicado para quem vai operar valores menores, pois cada minicontrato vale US$ 10 mil”, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.
O contrato de US$ 10 mil não tem mínimo para operar, enquanto o de US$ 50 mil tem o mínimo de 5 contratos, equivalente a US$ 250 mil. Por causa desse valor elevado, a modalidade costuma ser mais recomendada para o investidor que tiver um poder maior de barganha para investir, visto que em real é necessário ter pelo menos R$ 50 mil para comprar um contrato.
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Na visão de João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão, o dólar futuro não é uma boa alternativa para o investidor que não está acostumado à volatilidade do mercado futuro. “O contrato futuro prevê fluxos diários de entrada e saída de recursos e, portanto, deve ser monitorado de forma recorrente. É um produto voltado para investidores mais experientes ou que desejem fazer alguma operação de proteção de carteira”, ressalta.
Embora comprar o próprio dólar ou comprar os contratos futuros do dólar não sejam excelentes alternativas para os investidores do varejo, na visão dos analistas, a compra de ações de empresas listadas na bolsa dos EUA, como as big techs, pode ser um bom caminho para quem busca exposição à moeda norte-americana.
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Segundo Piccioni, a Amazon (AMZN) e a Meta (META) são as melhores companhias para o investidor ter em sua carteira, tanto sob a ótica do desempenho corporativo quanto sob a ótica de crescimento. “Ambas devem se beneficiar desse cenário mais propício para o desenvolvimento das ferramentas de inteligência artificial e devem entregar bons resultados a frente”, diz o especialista.
Já Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, recomenda compra para as ações da Apple(AAPL). Ele comenta que a companhia tem um histórico de “forte retorno financeiro” para os seus acionistas e, por isso, considera o papel uma boa opção para o investidor. A Alphabet(GOOGL), dona da Google, também entra na recomendação. “É uma das empresas mais influentes em tecnologia e publicidade digital, com diversificação de negócios e crescimento constante. O que torna o papel uma opção interessante para o investidor”, explica Lima.
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A renda fixa americana também é uma boa opção que possui uma dinâmica semelhante aos dos títulos de renda fixa no Brasil. Assim como qualquer investimento, a exposição deve ser feita com cautela para garantir a diversificação do portfólio. Lopes, economista da Valor Investimentos, por exemplo, sugere que os ativos em dólar devem ocupar no máximo 5% da carteira, sendo esses investidos majoritariamente em renda fixa (acima de 65%). A orientação é válida para os investidores com um perfil mais conservador.
Já para aqueles que estão dispostos a correr mais risco, 10% da carteira em investimentos relacionados ao dólar correspondem a uma exposição ideal, com 65% em renda fixa e 35% em renda variável. Por fim, ela indica que o investidor arrojado pode ter entre 10% e 15% da carteira em dólar. O montante deve ser distribuído em 30% na renda fixa e 70% na renda variável.
*Colaborou Bruno Andrade.
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Agronegócio
Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto
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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.
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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.
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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.
A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.
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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.
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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.
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Agronegócio
Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15
O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.
Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).
Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.
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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.
Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.
Cenário externo
Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.
Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.
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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.
A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.
Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.
Agronegócio
Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.
Cenários
A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.
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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.
No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.
Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.
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Perspectivas
Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.
Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.
Indicadores
Brasil
Caged (Jul)
Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas
Estados Unidos
Estoques de petróleo bruto
Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris
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