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Diamantes de laboratório são a aposta da maior fabricante de joias do mundo

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Enquanto as alternativas artificiais estão em alta, as empresas que ainda se dedicam apenas aos diamantes naturais estão vacilantes em aderir aos cultivados.

Nesta semana, a Pandora, maior fabricante de joias do mundo em volume de produção, divulgou um crescimento considerável nas vendas do primeiro trimestre de 2024, enquanto aposta em diamantes cultivados em laboratório.

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Nos dias atuais, as empresas especializadas em diamantes naturais têm lutado contra a queda dos preços. O que sinaliza uma mudança nas preferências dos consumidores, dizem alguns especialistas do setor.

Sediada em Copenhague, a capital da Dinamarca, a marca de joias registrou um aumento anual de 18% nas vendas e projetou um crescimento de 8% a 10% neste ano fiscal, creditando os diamantes cultivados em laboratório como propulsores do salto de 87% nos resultados de um ano para o outro.

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A empresa dobrou a aposta nos diamantes cultivados em laboratório e expandiu suas coleções em setembro de 2023, o que impulsionou a demanda para todos os produtos da marca, especialmente em seu maior mercado, os Estados Unidos, onde as vendas cresceram 16% em relação ao ano anterior. Levadas por fortes resultados, as ações subiram mais de 80% nos últimos 12 meses.

Embora os diamantes cultivados em laboratório representem apenas 20% das vendas globais de joias de diamantes, com a maioria ainda representada por pedras naturais, afirma Paul Zimnisky, analista da indústria de diamantes, eles estão pesando na conta cada vez mais.

Nos últimos anos, houve um rápido crescimento no comércio das peças de laboratório, com os números globais subindo para quase US$ 12 bilhões em 2022 (R$ 60,9 bilhões na cotação atual), um aumento de 38% no panorama ano após ano, e acima do US$ 1 bilhão registrado em 2016 (R$ 5,07 bilhão também na cotação atual).

Enquanto as alternativas artificiais estão em alta, as empresas que ainda se dedicam apenas aos diamantes naturais estão vacilantes em aderir aos cultivados. Isso porque o mercado, de modo geral, está em queda por causa do enfraquecimento da demanda e excesso de oferta de pedras tradicionais.

De acordo com o The Wall Street Journal, a empresa-mãe da De Beers, historicamente líder na produção de diamantes, está considerando vender o negócio depois de reduzir sua avaliação de mercado para US$ 1,6 bilhão (R$ 8,1 bilhões) em fevereiro.

A Signet Jewelers, maior varejista mundial de joias de diamantes com foco em pedras naturais – e proprietária da Kay Jewelers, Zales e outras –, registrou uma queda de 9,6% nas receitas de suas lojas no último trimestre. A CEO da companhia, Gina Drosos, apontou os desafios impostos pelo “desconto significativo” dos joalheiros independentes com produtos criados em laboratório, visto que os consumidores ainda são orientados pelo valor.

Diamantes de laboratório são mais baratos do que naturais?

Dependendo do tamanho, as pedras cultivadas podem ser de 70% a 90% mais baratas, afirma Dan Moran, comerciante de diamantes e joalheiro particular. No ano passado, ele vendeu entre 30% e 50% mais unidades graças à demanda robusta por diamantes cultivados em laboratório. Ele acredita que esse tipo de mercadoria vai “comer o almoço dos diamantes naturais” no mundo das joias de moda.

Os diamantes cultivados em laboratório foram introduzidos na década de 1950 para uso industrial. Na década de 1980, à medida que novas melhorias de fabricação facilitaram a sua produção com a mesma qualidade da pedra preciosa, eles se tornaram comercialmente viáveis no mercado de joias.

Em 2018, a Comissão Federal de Comércio mudou sua definição para reconhecê-los oficialmente como diamantes reais, levando a uma maior aceitação do mercado. Mesmo gigantes tradicionais da indústria, como a De Beers, que inicialmente se opôs à tecnologia da pedra artificial, começaram a embarcar na nova onda, introduzindo sua própria marca de diamantes cultivados em laboratório em 2018.

Por que o hype repentino?

Como os diamantes cultivados em laboratório existem há décadas, o aumento repentino da sua popularidade leva à pergunta: por que agora? “Até 5, 6, 7 anos atrás, era apenas um pouco mais barato do que o diamante natural. Então, ninguém realmente estava entusiasmado com isso”, explica Zimnisky. “Mas, à medida que o preço caiu, a demanda definitivamente cresceu.”

A diferença de preço entre um diamante cultivado em laboratório de 1 quilate e seu equivalente natural aumentou de 10% em 2016 para até 80% em 2022. Além disso, os cultivados também atingem outro ideal: eles são “visualmente indistinguíveis” a olho nu hoje em dia, diz Moran, mesmo para negociantes experientes.

O boom dos diamantes cultivados em laboratório também ocorre no momento em que seus concorrentes tradicionais estão enfrentando uma crise. A indústria de diamantes naturais floresceu durante os lockdowns induzidos pela pandemia, enquanto os consumidores aumentaram os gastos com bens de luxo. Mas a demanda diminuiu à medida que a vida cotidiana foi retomada com a flexibilização das restrições, deixando os fornecedores com estoques em excesso.

Drosos, a CEO da Signet, na última teleconferência de resultados, expressou preocupação com o fato de que os consumidores estão sendo continuamente impactados pela alta da inflação dos últimos dois anos nos EUA. Ao passo que a demanda lenta persiste, juntamente com o excesso da oferta, grandes mineradoras, como a De Beers, tiveram que fazer acentuados e inéditos cortes de preços para reativar as vendas.

Além disso, o surgimento dos diamantes cultivados em laboratório como uma alternativa viável — e seu preço muito mais em conta — desviou alguns clientes.

O vento contra os diamantes cultivados

Em relação aos resultados da Pandora, apesar de sólidos, existem preocupações iminentes sobre os diamantes cultivados em laboratório, particularmente em função do rápido declínio nos preços, o que poderia prejudicar sua lucratividade.

De acordo com Edahn Golan, fundador da Edahn Golan Diamond Research and Data, as receitas de diamantes cultivados têm diminuído mesmo com o aumento no número de unidades vendidas. Em março, o comércio varejista de diamantes de laboratório, antes da confecção das joias, caiu 5,6% em relação ao ano passado, com uma queda de 20% no preço médio unitário.

“O setor de laboratório precisa descobrir seu caminho”, escreveu Golan. “A demanda do consumidor não é suficiente. […] Com a retração das entradas, os varejistas que sofrem com a erosão da lucratividade direcionam seus clientes para outros produtos.”

O que vem pela frente

Apesar das incertezas, os especialistas não veem o futuro dos diamantes naturais como totalmente sombrio — ou ameaçado por seus pares artificiais mais baratos. “Parte do apelo dos diamantes, em primeiro lugar, é que eles são valiosos”, explicou Moran.

Para ele, alguns não iriam atrás da “versão fast food” dos diamantes, pois se preocupam com o “valor embutido”. Na recente teleconferência de resultados da Signet Jewelers, Drosos também observou que a empresa espera um “vento de cauda potencial” para a indústria, já que “há algo muito, mas muito raro e individual sobre um diamante natural”.

Enquanto os diamantes naturais se formam sob imensa pressão e calor dentro do manto terrestre, ao longo de milhões de anos, os diamantes cultivados em laboratório são criados imitando esse processo: submetendo átomos de carbono a altas temperaturas e pressões e cristalizando-os, o que leva semanas ou meses. O fato é que esse processo torna os produtos cultivados em laboratório quimicamente indistinguíveis dos diamantes naturais.

No entanto, na semana passada, um grupo de cientistas relatou à Nature que encontraram uma nova maneira de fazer diamantes cultivados em laboratório em apenas algumas horas, usando metais líquidos e gases, mesmo sob temperaturas mais baixas.

Ainda não se sabe se essa descoberta pode revolucionar o ecossistema dos diamantes cultivados em laboratório. Rodney Ruoff, professor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan, na Coreia do Sul, e líder do projeto, escreveu em um e-mail à Fortune: “O tempo dirá em termos de escalabilidade e custo”.

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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