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Agronegócio

Entenda as transformações e a evolução do mercado de crédito nos últimos 5 anos

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Depois de mais de 15 anos atuando com fundos de crédito privado, posso dizer que sou uma grande entusiasta desse segmento e da sua importância dentro do mercado financeiro do Brasil.

Tenho convicção de que cada vez mais estamos falando de uma classe de ativos mais madura, que nada mais se parece com aquela que era usada apenas como alternativa para gestão de liquidez dos investidores.

Atualmente, o mercado de crédito se consolida como uma alocação capaz de atender e superar as expectativas de investidores de diferentes apetites de risco, por meio de produtos com target de retorno que vão desde Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) + 0,50% até estruturas que superam CDI + 10% a.a.

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O caminho até aqui, porém, não escapou de turbulências e desafios, mas foram esses momentos que moldaram o mercado que temos hoje.

O segmento de fundos de crédito privado passou por grandes transformações ao longo dos últimos 5 anos e, sem dúvida, as três crises enfrentadas entre 2019 e 2023 – e os impactos que trouxeram aos ativos – possibilitaram o desenvolvimento que temos hoje.

Cada uma delas, a seu jeito, trouxe conhecimentos que hoje são aplicados no nosso dia a dia na gestão desses produtos. É sobre essas lições que vou falar por aqui.

1) Necessidade de adequar gestão de liquidez entre ativos e passivos de fundos de investimento

Voltamos ao ano de 2019. O contexto ali era de taxa de juros muito baixa e diferença entre o preço de compra e o preço de venda (spreads) de crédito apertados, com a média dos créditos corporativos negociando no mercado secundário a CDI + 0,80%, o que não remunerava adequadamente o risco do investidor e, por isso, resultou numa onda de resgates.

O principal problema: muitos fundos à época com a cotização inadequada para o perfil de alocação de suas carteiras. O que significa isso?

Os gestores se comprometiam a entregar liquidez diária para seus investidores ao mesmo tempo em que investiam em ativos de longo prazo e com reduzida liquidez. Foi nesse momento que se entendeu a necessidade de adequar gestão de liquidez entre ativos e passivos de fundos de investimento.

2) Ao atrair outros perfis de investidores, o mercado ganhou maior dinamismo e maior liquidez.

Na sequência, em 2020, tivemos o choque em toda a economia decorrente da incerteza advinda da pandemia de Covid-19. Nesse contexto, o spread médio de crédito foi de CDI + 1,10% para algo superior a CDI + 5%, implicando em uma forte desvalorização dos ativos e, consequentemente, um novo ciclo de resgates na indústria.

Após esse movimento de perda de valor, presenciamos a entrada de novos participantes, como fundos multimercados, estratégias de investimento de risco, como apostar na direção oposta (hedge funds) e tesourarias de bancos, que perceberam a oportunidade de comprar ativos de alta qualidade de crédito a preços bem descontados.

Foi com a chegada de novos alocadores que o mercado ganhou maior dinamismo e maior liquidez.

3) A importância de uma equipe de gestão ampla e experiente na seleção dos ativos.

Depois de anos seguidos positivos de recuperação do spread e valorização dos ativos, o mercado de crédito sofre com uma nova crise, resultado do pedido inesperado de recuperação judicial de uma grande varejista no começo de 2023, seguida de eventos de crédito em outras companhias em virtude da reestruturação de suas dívidas.

Novamente, assistimos a um ciclo de desvalorização de ativos e resgates.

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Os fundos que menos sofreram e que mais rapidamente se recuperaram foram aqueles que, graças a uma forte equipe de gestão, seguia alguns princípios importantes no gerenciamento dos fundos: formação de um portfólio pulverizado em termos de ativos, rigor nas análises de crédito, seletividade dos investimentos e, sem dúvida, entendimento da relevância da governança corporativa na concessão de crédito.

Com isso, chegamos em 2024 com uma classe de ativos cada vez mais ampla, consolidada e com possibilidade de atender as expectativas de retorno de todos os perfis de investidores.

E não posso deixar de destacar a oportunidade que nasce do desenvolvimento que está ocorrendo com o surgimento dos derivativos de crédito no Brasil.

Por meio deles, nós, gestores, teremos, por um lado, instrumentos necessários para proteger melhor os portfólios em determinados ciclos e, por outro, conseguiremos aumentar alocações em crédito quando desejado de forma mais rápida e eficiente.

Também vemos ganhos com o crescimento de ativos tokenizados, que devem contribuir para a robustez das estruturas de investimento e o dinamismo do mercado.

Olho para os próximos anos com a certeza de que temos uma avenida importante para capturar diferentes oportunidades e entregar portfólios com atrativa relação de retorno e risco para nossos investidores.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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