Connect with us

Agronegócio

Investidor do Tesouro Direto deve ser o grande vencedor na decisão do Copom de hoje

Avatar

Published

on

O mercado financeiro está dividido em meio à expectativa de qual será o corte na taxa básica de juros (a Selic) que será anunciada nesta quarta-feira (8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Seja de 0,25 ponto porcentual (pp) ou de 0,50 pp, especialistas consultados pelo E-Investidor apontam que alguns títulos de Tesouro Direto serão beneficiados por conta do índice permanecer em patamar considerado alto por mais tempo que o esperado.

É razoavelmente majoritária a visão de que os membros do colegiado optarão por uma redução de um quarto de ponto porcentual, levando a taxa dos atuais 10,75% ao ano para 10,50% ao ano. De acordo com um relatório da XP Investimentos, diante do aumento de incertezas no cenário econômico, a postura do Banco Central (BC) deve se manter cautelosa, com redução no ritmo de flexibilização monetária.

Elaborado pelos especialistas em renda fixa Camilla Dolle, Mayara Rodrigues e Natalia Moura, a publicação aponta que o viés altista das projeções do mercado ocorre por conta das taxas mais altas mantidas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), somadas à insistente presença do risco fiscal doméstico. Por isso, o que importa para os investidores estão resumidos em apenas dois pontos: se haverá unanimidade ou não entre os membros em relação à decisão e se haverá a presença de guidance (projeção) de cortes futuros.

Publicidade

“Não esperamos qualquer sinalização explícita para o ritmo de corte e/ou para a taxa Selic terminal”, afirmam os analistas no relatório. “Isto posto, o comitê deve sinalizar que considera a necessidade de manter a política monetária restritiva, com o intuito de trazer a inflação à trajetória da meta.”

Leia mais: À espera do Copom, taxas futuras recuam com dólar e Treasuries

De acordo com o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, a redução no ritmo de corte deve levar a uma maior demanda por renda fixa. “Acredito que todas as categorias de investimento, todas as classes de títulos do Tesouro, se manteriam atrativas, desde a pós-fixada, que se beneficiaria desse juros mais alto por mais tempo, até os títulos prefixados“, afirma.

No entanto, Beyruti diz que a atratividade do Tesouro pode prejudicar a B3 (a Bolsa de Valores) e isso acabaria drenando naturalmente a liquidez da economia. Seria justamente esse um motivo pelo qual o BC resiste a cortes mais agressivos, pois ao reduzir a liquidez a autoridade monetária desacelera o crescimento econômico que pode levar a pressões inflacionárias, segundo o analista.

Na reunião anterior, em março, os membros do Copom reduziram o período do forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado), retirando a sinalização de novos cortes do mesmo tamanho no plural. Desde então, o presidente do Banco, Roberto Campos Neto, passou a adotar um discurso avaliado como mais hawkish (mais duro) em suas participações públicas.

Além disso, há uma preocupação ainda com a área fiscal doméstica, a resiliência do mercado de trabalho e as incertezas sobre a possibilidade de contágio para a inflação, em especial, a de serviços. Para completar, a tragédia com as enchentes no Rio Grande do Sul contribui com mais incertezas em relação à atividade e à perseguição da meta fiscal, a depender do modelo escolhido pelo governo federal para socorrer o Estado.

Como a decisão do Copom impacta o Tesouro?

No mês passado, os títulos públicos prefixados e IPCA+ (indexado à inflação) ficaram suspensos na plataforma – veja os detalhes aqui. Geralmente, há interrupção de negociações quando a volatilidade das taxas de juros está muito alta. Todos do tipo estavam pagando acima de 6% de juro real ao ano (de 6,04% a 6,06%), um marco raro que ocorre em tempos de estresse econômico.

Esse é um exemplo de como as taxas de juros podem impactar o Tesouro.  Em evento realizado no final de março na Hedge Investments, Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset, teve uma fala interessante. “Qualquer conta de matemática elementar diz o seguinte: se o Brasil tiver até 2060 um juro real desse tamanho (de 6%), o País quebrou no caminho. Não dá para chegar em um juro desse, é uma oportunidade imensa”, disse.

Confira: O investimento de Stuhlberger para ganhar juros reais ‘insanos’

A maioria dos títulos está atrelada à Selic, ou seja, seus rendimentos são influenciados diretamente por essa taxa. Quando a Selic sobe, a rentabilidade dos títulos públicos também tende a aumentar e vice-versa. Por exemplo, títulos como o Tesouro Selic geralmente são os mais afetados, pois sua rentabilidade está diretamente ligada à taxa básica de juros.

Publicidade

Segundo o analista de fundos da Nord Research, Christopher Galvão, o que deve impactar de verdade os títulos será o tom do comunicado do Copom. “Se o BC decidir reduzir a taxa de juros conforme o esperado, mas adotar um tom mais rígido em relação à inflação, isso pode levar a um aumento nas taxas de juros futuras e nos títulos do Tesouro Direto, especialmente os prefixados”, afirma.

Por outro lado, se a decisão do Banco Central for acompanhada por uma linguagem mais suave em relação à inflação, isso pode levar a uma queda nas taxas de juros do mercado e nos títulos do Tesouro Direto, de acordo com o analista.

Os títulos do Tesouro para comprar

O relatório da XP afirma que há uma visão positiva para a renda fixa de maneira geral, principalmente para títulos atrelados à inflação (IPCA+). “Mesmo com os cortes recentes e esperados, as taxas de juros nominais permanecem elevadas, acima de dois dígitos, e as taxas reais (acima da inflação) estão em patamares ainda mais interessantes, em nossa opinião”, afirmam os analistas no texto.

A visão é corroborada pelo especialista em renda fixa da Suno Research, Vinicius Romano. “Acreditamos que os títulos indexados à inflação com duração intermediária oferecem taxas de retorno atrativas (todos com juro real acima de 6% a.a.), assim como os títulos prefixados com duração mais curta, embora em menor proporção”, diz.

Tesouro 6% acima da inflação vai se manter em maio? Especialistas respondem

Para Christopher Galvão, da Nord Research, os títulos prefixados apresentam uma boa oportunidade também. “A sugestão foi investir em títulos prefixados com vencimento por volta de 2035. Esses títulos oferecem uma boa simetria de retorno, especialmente considerando os juros reais atualmente acima de 6%”, recomenda.

O analista também recomenda títulos do Tesouro Selic que torna uma opção atrativa para investidores que buscam flexibilidade, por conta de sua liquidez diária. Para Galvão, a escolha pode servir como uma reserva líquida ou oportunidade para momentos futuros, mantendo uma rentabilidade interessante.

Já a Guide Investimentos se posiciona de maneira mais otimista, pois também vê como positivos os títulos híbridos, que combinam características de prefixados e pós-fixados (os IPCA+ com juros semestrais) “Projetamos uma taxa de juros mais baixa do que o mercado no geral. Ainda há margem para o Copom reduzir a Selic para um valor próximo a 9,25% até o fim do ano”, diz.

Publicidade

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

Avatar

Published

on

By

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

Inscreva sua empresa na lista Forbes Agro100 2024

Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

Leia também

Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

Siga a ForbesAgro no Instagram

Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

Escolhas do editor

O post Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Continue Reading

Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

Avatar

Published

on

By

O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

Publicidade

Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

Publicidade

Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

Continue Reading

Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

Avatar

Published

on

By

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

O post Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Continue Reading

Popular