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Agronegócio

Dólar hoje: moeda fecha em alta, com política monetária no radar

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Após superar o nível de R$ 5,17 pela manhã, o dólar à vista arrefeceu um pouco ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira (9), em alta de 1,01%, cotado a R$ 5,1428 – maior valor de fechamento neste mês.

Apesar da diminuição das perdas na segunda etapa de negócios, em meio a ajustes intraday e melhora do ambiente externo, o real andou na contramão das divisas emergentes, que ganharam terreno em relação à moeda americana com alívio nas taxas dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano).

O tombo da moeda brasileira está ligado a um aumento de prêmio de risco associado à possibilidade de uma postura mais tolerante do Banco Central com a inflação a partir de 2025, quando o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, será substituído. Como esperado pela maioria dos economistas, o Copom reduziu ontem a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,50% ao ano. Houve mal-estar, contudo, com a perspectiva de mudança de perfil do colegiado sugerido pelo placar da votação.

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Os cinco integrantes do comitê, incluindo Campos Neto, que optaram por corte de 0,50 são mais antigos. Já os quatro que votaram por corte de 0,50 ponto foram indicados pelo presidente Lula, crítico severo do presidente atual do BC. A minoria derrotada ontem tende a se tornar maioria em 2025. Por ora, o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, é visto como favorito ao posto de Campos Neto.

“O mercado aumentou a probabilidade de um Banco Central menos comprometido em atingir o centro da meta. O câmbio acaba refletindo isso, porque é um dos canais de transmissão da política monetária. Com inflação mais alta, a moeda perde valor”, afirma o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, ressaltando que dissensos são comuns nos bancos centrais de países desenvolvidos. “O que chama a atenção do mercado é o fato de os quatro diretores indicados pelo atual governo votarem por corte maior. Pode ser um BC futuro que dê mais atenção para a atividade. Mas a ata pode mostrar se foi algo específico da decisão de ontem”.

Em tese, a diminuição do ritmo de cortes da taxa Selic e o tom duro do comunicado do Copom tenderiam a ser favoráveis ao real, ao mostrarem um estreitamento mais lento do diferencial entre juros internos e externos. Não fossem as especulações sobre o perfil do BC de 2025, a moeda brasileira poderia se alinhar hoje ao ambiente global de valorização de emergentes em relação ao dólar. Números semanais de pedidos de auxílio-desemprego acima do esperado nos EUA e leilão de T-bonds de 30 anos com demanda acima da média trouxeram um respiro para os Treasuries.

A Capital Economics afirma que o real deve sofrer nos próximos trimestres apesar da desaceleração do ritmo de cortes da taxa Selic. A consultoria classifica como “um tanto surpreendente” a depreciação do real hoje dado o aumento dos juros futuros. “A explicação mais provável é que a decisão dividida revela um forte contingente de ‘doves’ no Banco Central”, afirma a Capital Economics. “Esse número provavelmente vai subir no próximo ano, quando o governo aponta mais membros para o Copom, o que pode levar à trajetória de baixa das taxas de juros.”

Para o economista André Galhardo, consultor econômica da Remessa Online, a reação do mercado de câmbio ao dissenso no Copom foi “desproporcional”. Ele lembra que houve consenso em diversas reuniões anteriores, com votos alinhados de Campos Neto e Galípolo. Para Galhardo, há vários argumentos que justificariam um corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, como defendido pela minoria do comitê de BC ontem.

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“A taxa real de juros é ainda elevada. Embora haja incerteza no exterior e o impacto da mudança da meta fiscal, a trajetória da inflação aponta para baixo”, afirma Galhardo. “O mercado está fazendo esse alvoroço hoje com a votação dos quatro diretores indicados pelo governo Lula, mas acredito que o dólar deve continuar a operar no corredor entre R$ 5,05 e R$ 5,15”.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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