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Agronegócio

Fundos se ajustam à variação e força do dólar; como ficam os retornos?

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Em meio a um cenário de volatilidade cambial e a uma marcante alta do dólar frente ao real, os fundos de investimento têm revisitado suas carteiras com ativos dolarizados e ficado mais atentos a estratégias para mitigar riscos – com operações de hedge (proteção) – e reforçar suas teses. Até porque é consenso entre os especialistas ouvidos pelo Broadcast Investimentos que o dólar não deve ver uma queda relevante tão cedo.

“Os investidores como um todo tinham um cenário muito positivo para o câmbio neste começo de ano. Estava todo mundo estimando que o dólar poderia vir para baixo dos R$ 4,80, tinha gente até falando em R$ 4,50. Tínhamos um cenário de que o câmbio seria mais favorável aqui no Brasil, o que não aconteceu tanto por alguns fatores externos e quanto ‘alguma coisa’ interna”, avalia João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão.

Do lado externo, a deterioração das expectativas de queda de juros nos Estados Unidos deu apoio ao câmbio, enquanto no mercado local, a falta de tração dos preços das commodities agrícolas deixou o real mais fraco, avalia Piccioni. “Com isso, o mercado aumentou o target da moeda para o fim do ano. Nós esperamos algo entre R$ 4,90 e R$ 5,10”, diz.

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Por outro lado, apesar da volatilidade do dólar ter subido nas últimas semanas, ela continua historicamente baixa, na avaliação de Daniel Campanini, gestor e responsável pela área dos fundos multimercados da Western Asset. E, ao observar a economia americana e na expectativa por um “pouso suave”, a gestora vinha carregando há algum tempo uma posição vendida (que aposta na queda) em dólar contra moedas emergentes – como real e peso mexicano.

No entanto, quando o ano virou e os números de inflação passaram a vir piores no exterior, a Western passou a recolher o risco da carteira, reduzindo a posição vendida em dólar. Segundo Campanini, houve alguma migração para ficar vendido em moedas desenvolvidas, como euro e libra. “Ainda acreditamos no soft landing [nos Estados Unidos], mas a convicção é menor que num passado recente”, diz.

Além disso, a Western está aproveitando para adicionar opções à carteira, ou seja, negociar os direitos de compra e venda de instrumentos financeiros a um valor fixo. “As opções de proteção ajudaram a sofrer um pouco menos no curto prazo”, diz Campanini. E, mais recentemente, com o dólar mais forte, a gestora começou ainda a fazer opções com característica mais bullish (otimista), para caso o dólar volte a ficar abaixo dos R$ 5.

Na Empiricus Gestão, Piccioni conta que os fundos que investem no exterior não têm hedge, então a alta do dólar favorece os produtos. Segundo o gestor, é uma política que sempre foi adotada para investimentos internacionais, em especial ações, para que investidores tenham exposição cambial “dado que as empresas lá fora são remuneradas em dólar”. “É nossa tese.”

Já nos fundos locais que têm posições ativas em dólar, como os multimercados, a Empiricus Gestão está “deixando o barco correr”, sem alteração nos pesos, diz Piccioni. Não há posições vendidas, mas sim compradas (que apostam na alta) em dólar, para fazer um contrapeso à Bolsa brasileira. “Historicamente essa relação sempre funcionou, então usamos o mecanismo como uma balança”, afirma o gestor.

Variação cambial neutralizada

A flutuação cambial pode impactar significativamente os retornos dos investimentos, pelo bem ou pelo mal. Na Daemon Investments, o fundo multimercado quantitativo – que tem uma grande posição em moedas globais – possui hedge com contratos futuros de dólar em toda sua exposição internacional, justamente para evitar movimentos bruscos, segundo Sergio Rhein Schirato, sócio-fundador da gestora. “O que o cotista brasileiro recebe é o retorno das nossas posições, não da variação cambial”, diz.

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Como exemplo, Schirato observa que, em meados de abril, as operações do fundo estavam gerando ganhos em torno de 1,5%, valor que seria reduzido se considerada a desvalorização do real. “Seria difícil vender ao investidor a tese de que temos um conjunto de modelos que gera retorno, mas cujo resultado final está sujeito à variação do dólar. Então protegemos 100%”, afirma o gestor. Ele acrescenta que optar pela exposição cambial ou não é válido, mas depende do apetite do investidor.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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