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Investimento e emoção: estudo mostra como o psicológico afeta seu bolso

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Os chamados “investidores comportamentais” têm uma tendência a se deixar a levar por vieses equivocados, como o excesso de emoções, que afetam a construção de sua carteira de investimentos. Por conta disso, tendem a ter desempenho pior do que os investidores racionais, mesmo que sejam mais bem-sucedidos em termos absolutos.

É o que aponta um estudo da associação CFA Society Brazil e enviado com exclusividade ao E-Investidor. Elaborado pelos especialistas em Finanças, Claudio Barbedo e Gustavo Vieira, a pesquisa foi lançada num webinar intitulado “Impacto de vieses comportamentais na construção de carteiras”, nesta quinta-feira (9), às 18h30.

De acordo com as análises, os investidores como esse perfil de comportamento são conhecidos por escolher ações de empresas mais expostas na mídia, com as quais se sintam emocionalmente conectados. Eles também são mais propensos a escolher fundos de alto custo e trocar entre classes de ativos de forma agressiva, sem considerar os custos envolvidos ou o histórico do gestor.

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“O critério de escolha de um investidor que se deixe influenciar pela emoção é escolher apenas ativos com grande perspectiva de valorização no futuro, ainda que a probabilidade desse movimento seja baixíssima”, afirmam os especialistas. “O indivíduo com mais informação e menos influência de vieses escolheria um ativo que tem maior perspectiva de valorização ao longo do tempo.”

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Além disso, há uma propensão a investir em fundos com base no desempenho recente em vez de considerar retornos passados ou performance histórica superior. E estão inclinados a resgatar seus investimentos com frequência, escolhendo momentos inadequados para entrar e sair do mercado.

Como otimizar a sua carteira de investimentos?

O estudo apresenta um conceito psicológico chamado “heurística da representatividade” descrito pelos economistas comportamentais Daniel Kahneman e Amos Tversky. Ele se refere à tendência das pessoas em fazer julgamentos com base em semelhanças superficiais entre eventos ou situações, em vez de considerar informações estatísticas mais relevantes. Este seria o perfil do investidor comportamental.

Já os racionais são caracterizados pela teoria tradicional, do economista e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1990, Harry Markowitz, que preconiza a formação de carteiras visando maximizar o retorno esperado com o menor risco possível. Seu modelo é utilizado para construir carteiras diversificadas, considerando o equilíbrio entre risco e retorno esperado.

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Para isso, o primeiro passo é a construção de cenários com suas respectivas probabilidades. Por exemplo, verificando qual será a proporção de crescimento (forte, brando ou recessão) no próximo ano, e pela precificação do retorno de cada ativo em cada cenário.

Em seguida, a carteira deve ser montada com os ativos líquidos listados na B3 (a Bolsa de valores) por meio da estimativa de retornos esperados, desvios-padrões, covariâncias e o cálculo da função quadrática de cada ativo. Por fim, definir o objetivo, ou seja, maximizar a utilidade desses investimentos. Os especialistas afirmam que esse procedimento gera o mesmo resultado de uma maximização dos dividendos esperados.

Essa carteira tende a ser composta por ativos com maior expectativa de retorno e apresentar a melhor relação de retorno-risco.

Veja algumas estratégias de controle emocional para investidores

A inteligência emocional é essencial para o sucesso profissional, segundo o estudo. As emoções, muitas vezes intuitivas, visam à preservação da vida, não à otimização financeira. Experiências mostram como as emoções influenciam as decisões, mesmo quando irracionalmente.

Barbedo e Vieira mencionam um experimento realizado com três grupos de voluntários em laboratório. O primeiro grupo consistia em indivíduos com condições neurais que os privavam da sensação de medo. O segundo era formado por sujeitos com danos cerebrais não associados ao medo, enquanto o terceiro era composto por voluntários sem nenhuma condição neurológica.

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Todos os participantes receberam inicialmente US$ 20 e concordaram em participar de um jogo de cara ou coroa, no qual podiam apostar ou abster-se em cada rodada. Se acertassem o lado da moeda voltado para cima, ganhariam US$ 2,50, mas se errassem, perderiam US$ 1,00.

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Ao final do jogo, tinham a opção de manter o valor acumulado. Os resultados indicaram que o conjunto com lesões associadas ao medo participou em 84% das rodadas, enquanto o grupo com outras lesões participou em 61%, e o grupo sem lesões, em 63%. Ademais, os participantes com lesões relacionadas ao medo continuaram a apostar em 85% das rodadas após sofrerem uma perda, ao passo que aqueles sem lesões apostaram apenas em 47% das vezes.

Apesar da estratégia racional sugerir a participação em todas as rodadas, as emoções, raciocínios e heurísticas tiveram um impacto significativo sobre os apostadores sem lesões. Pensando nisso, o estudo da CFA Society Brazil levanta algumas dicas para auxiliar no comportamento de um bom investidor.

1. Reflita cuidadosamente sobre as informações

A ‘heurística da representatividade’ indica que as pessoas têm uma tendência a julgar eventos com base em estereótipos. Por exemplo, ao avaliar uma ação de um banco, um investidor pode presumir que não é necessário pesquisar o histórico da empresa, pois todas as ações de bancos listadas em bolsa têm apresentado bom desempenho.

Isso ilustra diretamente a influência da representatividade, que é moldada pelas características típicas das ações do setor, mas, no entanto, não oferece proteção ao investidor em relação às condições específicas daquela empresa em particular.

2. Evite associar felicidade com materialidade

Após um período, pessoas que ganham na loteria podem enfrentar o que psicólogos chamam de “adaptação hedônica”. Esse termo descreve como ao se acostumarem a um novo padrão de vida, as pessoas passam a considerá-lo normal e, eventualmente, chato.

A transição radical na qualidade de vida decorrente da riqueza resulta em uma felicidade que, essencialmente, é temporária. Portanto, associar emoções com os bens podem não permitir uma boa noção da realidade.

3. Evite oscilar entre excesso de autoconfiança e autocríticas

Enquanto investidores profissionais elaboram estratégias consistentes, os amadores podem flutuar entre momentos de entusiasmo e desânimo. É útil compartimentalizar seus projetos de vida, estabelecendo objetivos diversos e trabalhando simultaneamente neles. Nada é mais danoso do que alimentar expectativas negativas.

4. Não defina expectativas irrealistas

Evite estabelecer expectativas irrealisticamente altas para seu desempenho financeiro e não confie em promessas miraculosas vindas de livros ou de pessoas. Investidores profissionais nos mercados internacionais, que lidam com volumes substanciais de capital, empenham-se para entregar retornos reais, ou seja, acima da inflação, geralmente pouco superiores a 2% ao ano, mesmo quando enfrentam riscos associados a projetos em países com classificação de crédito questionável.

É crucial compreender que, ao planejar a acumulação de recursos para objetivos específicos, como aposentadoria, viagens ou compra de imóveis, a acumulação financeira resulta não apenas dos rendimentos dos investimentos, mas principalmente da disciplina de uma poupança consistente. Isso requer persistência em resistir aos impulsos de consumo imediato em favor de benefícios futuros mais significativos.

5. Não é preciso provar seu valor através do mercado financeiro

Investidores conscientes compreendem que seu valor não reside apenas em prever os movimentos do mercado, mas, principalmente, nas relações familiares, amizades e nas pequenas alegrias cotidianas. Podemos controlar nossas reações, mas não o mercado em si.

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É sensato aguardar a calmaria, permanecer em contato com profissionais do mercado e, enquanto isso, desfrutar de viagens e atividades gratificantes.

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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