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Agente biológico auxilia no controles broca-das-pontas no cajueiro

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O manejo de pragas e doenças pode ser realizado de diversas maneiras. Na cajucultura, duas técnicas são frequentemente utilizadas: o controle químico, com a aplicação de defensivos agrícolas e o controle biológico, que utiliza inimigos naturais dos agentes causadores de pragas e doenças.

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A Embrapa Agroindústria Tropical desenvolve uma série de estudos que aborda o manejo de pragas e doenças, a fim de garantir o desenvolvimento da cajucultura. No estudo “Primeiro registro do parasitoide Goniozus legneri sobre a broca-das-pontas do cajueiro no Brasil”, os pesquisadores destacam uma descoberta inédita: a broca-das-pontas, praga que atinge as inflorescências e brotações do cajueiro, pode ser predada por vespas parasitas.

O controle biológico é uma estratégia promissora que pode vir a ser utilizada no manejo integrado de pragas da cultura do cajueiro. No entanto, é indispensável que seja realizada a identificação das espécies de inimigos naturais residentes em uma determinada área, assim como as pragas e culturas às quais eles estão associados.

Nívia Dias, entomologista e pesquisadora da Unidade com experiência em resistência de plantas a insetos e semioquímicos, salienta que o aprofundamento das pesquisas acerca do parasitóide é essencial, uma vez que esses estudos “são indispensáveis para conhecermos sobre a criação desse parasitóide em condições de laboratório, além da taxa de parasitismo para que saibamos se ele realmente tem potencial para controlar essa praga”.

Cada espécie de parasitóide geralmente tem preferência por uma certa praga ou grupo de pragas, os associados à broca-das-pontas ainda não são bem conhecidos. Vespas parasitóides das famílias Braconidae e Bethylidae já foram associadas às larvas da broca-das-pontas.

No entanto, até onde se sabe, a literatura ainda não refinou a identificação desses inimigos naturais ao nível de espécie. Diante disso, o trabalho foi promissor ao identificar pela primeira vez, ao nível de espécie, um parasitoide do gênero Goniozus atacando naturalmente a broca-das-pontas.

Por fim, Nívia Dias destaca o controle biológico como a técnica mais segura contra pragas e doenças, dada a naturalidade da ocorrência dessa prática: “O controle biológico é o método mais seguro dentro do manejo integrado de pragas. Não apresenta riscos, pois é algo que ocorre de forma natural”.

Identificação

A identificação foi procedida da seguinte maneira: no campo foram coletados ramos de cajueiro que apresentavam o sintoma clássico de ataque da praga – orifício com excrementos fecais resultante da alimentação das lagartas. As amostras foram coletadas em plantio do clone CCP 76, em uma área de quatro hectares no município de Boca da Mata, em Alagoas.

No laboratório, os ramos foram transferidos para recipientes plásticos, os quais foram observados diariamente para separação de pupas e/ou lagartas infestadas das sadias. Ao todo, 93 lagartas foram coletadas e individualizadas em tubo até a emergência dos parasitóides, os quais foram encaminhados ao especialista, professor Celso Oliveira Azevedo, da Universidade Federal do Espírito Santo, para identificação taxonômica ao nível de espécie. Os exemplares identificados foram depositados na coleção do Departamento de Ciências Biológicas.

Das 93 lagartas individualizadas, dez viabilizaram a emergência de 52 parasitóides adultos do gênero Goniozus Förster, com uma média de 5,2 parasitóides por lagarta. Uma única espécie de Goniozus foi identificada, a Goniozus legneri Gordh (1982). Este é o primeiro registro dessa espécie no Brasil.

Os inimigos naturais da família Bethylidae são relatados parasitando espécies de mariposa-praga com hábitos larvais endofíticos. São vespas cosmopolitas amplamente distribuídas pelo mundo, mas a maioria das espécies ocorre em regiões tropicais. O gênero Goniozus pertence à família Bethylidae e é composto por aproximadamente 170 espécies, 35 das quais já foram relatadas na região neotropical.

A espécie G. legneri foi descrita como agente de controle biológico de Amyelois transitella Walker (Lepidoptera: Pyralidae), importante praga das culturas de noz, figo, amêndoa e pistache. No estado de Alagoas, G. legneri foi encontrada parasitando a broca-das-pontas em plantios de cajueiro-anão em áreas de Mata Atlântica, onde predomina clima tropical quente e úmido, havendo floração da cultura em praticamente todo o ano.

A identificação de agentes de controle biológico que possam contornar essa dificuldade é crucial para o desenvolvimento de programas de manejo de pragas da cultura do caju. Os inimigos naturais são grandes responsáveis pela mortalidade natural em agroecossistemas e, assim, favorecem a manutenção do nível de equilíbrio das pragas.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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