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Agronegócio

Bayer abre sua nova fazenda-modelo para mostrar o agro regenerativo

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Divulgação/Bayer

A economista Aline Vick, 33 anos, vê a floresta como referência para a saúde do solo

A fazenda Estância é um conjunto de terras que somam 1,2 mil hectares em um raio de 10 km a partir de Pirassununga (SP), a 200 km da capital, município com forte presença de cana-de-açúcar e usinas. Mas, nas terras que pertencem à economista Aline Vick, e sua irmã Nathalia Vick, gestora de agronegócios, são cultivadas soja, milho e mandioca desde os anos 1960. Elas são as sucessoras do pai, José Vick, que em 2005 comprou a propriedade que pertencia à família da mãe.

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Em 2021, Aline e Nathalia começaram a adotar práticas de agricultura regenerativa com apoio da Bayer CropScience, a multinacional alemã de biotecnologias e proteção de cultivos. Feita a lição de casa, a Bayer convidou a Estância para ser uma fazenda do grupo ForwardFarming, a segunda do tipo no país, dentro do programa global de fazendas-modelo da empresa. O anúncio ocorreu na terça-feira (14). Agora, a propriedade passará a receber visitantes, como produtores, agrônomos, técnicos, estudantes e outros interessados no modelo de produção.

Há 29 ForwardFarmings no mundo, em 14 países, entre eles a própria Alemanha; a Bélgica, onde foi implantada a primeira fazenda em 2016, mais Argentina, França, Holanda e Itália, entre outros. No Brasil, a estreia do projeto aconteceu em 2017 com a fazenda Nossa Senhora Aparecida, de 5,3 mil hectares, em Água Fria de Goiás (GO).

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No caso da Estância, para se tornar uma fazenda modelo, foram adotadas práticas e insumos mais modernos, incluindo os biológicos que permitiram a redução no uso de fertilizantes. A principal medida foi reservar 20% da área de grãos, a cada safra, para as culturas de cobertura (forrageiras) garantirem a preservação do solo. “Se a produtividade baixa num talhão, tento identificar se é problema de compactação, nematóides, ou ainda se quero apenas reciclar nutrientes e produzir palhada, e escolho a planta mais adequada, como o milheto”, explica Vick.

Divulgação/Bayer

Sede da fazenda Estância, com 1,2 mil hectares agora dedicados à agricultura regenerativa

A conservação do solo foi determinante na decisão da Bayer em convidar a produtora para o ForwardFarming, projeto que hoje contempla fortemente a agricultura regenerativa. “Mesmo que não tenha um problema, entendemos que é preciso fazer esse ciclo de 20% por ano e assim, a cada cinco anos, giramos a área total. Isso vai ser a vida daqui para a frente”, diz Vick. “Como começamos o ciclo em 2021 e encerraremos em 2024 com 100% da área rotacionada.”

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Aline conta que os desafios não têm sido pequenos nos últimos anos. Principalmente por causa das chuvas irregulares, mais do que nunca, a gestão da propriedade passa pela estrutura física do solo. “Os últimos anos foram atípicos na região. Mas mesmo com volumes de chuva muito diferentes e irregulares, conseguimos manter os níveis de produtividade, graças à saúde do solo”, diz ela. “Ainda estamos no início da jornada de agricultura regenerativa. Acreditamos que a busca pelo equilíbrio é o único caminho possível para o setor. Nossa referência é a floresta. É possível ter, na área produtiva, uma microbiota (microorganismos) similar às das áreas florestais.” Juntando todas as áreas, na propriedade há cerca de 400 hectares de reserva legal e áreas de preservação permanente.

A Estância destina 760 hectares da área total para os grãos, sendo que planta soja no verão, com produtividade de 70 sacas por hectare – bem acima da média nacional, de 55 sacas por hectare –, mais milho de segunda safra ou sorgo durante o inverno. A produção dos grãos é vendida para tradings como ADM, Bunge e Cutrale, que atuam na região. A mandioca é vendida para uma agroindústria local de farinha.

Para mostrar o modo de produção, a Estância já recebeu neste ano cerca de 400 visitantes. Nos próximos meses há mais duas visitas programadas, sendo uma delas da própria equipe de desenvolvimento de produtos de proteção de cultivos da Bayer. O outro grupo será de alunos de agronomia da faculdade Anhanguera. Mas não são apenas os brasileiros que estão interessados nas práticas que devem ganhar escala cada vez com mais intensidade no agro.

Divulgação/Bayer

Aline, José e Nathalia caminham pela área de soja da fazenda

Na Alemanha há quatro fazendas do ForwardFarming. A proprietária de uma delas, Petra Bohnsack, 56 anos, e seu filho Lasse Bohnsack, 15 anos, há três anos no projeto, foram convidados pela Bayer para conhecer a fazenda Estância. Petra, que além de produtora é vice-prefeita de um vilarejo na região de Einbeck, é a sétima geração de uma propriedade nas mãos da família desde o século 19. São 250 hectares onde produzem leite e cultivam abacaxi, alho, maçã e canola.

“Tínhamos um projeto de cooperação com o governo, porque meu marido gosta de fazer pesquisas e melhoramentos técnicos na lavoura. Por isso também, conseguimos essa abertura para o projeto com a Bayer”, diz Petra. “Vejo as diferenças aqui, mas também as similaridades com nossa fazenda. É uma família que tem o coração inteiro na agricultura e nós também temos. Não temos interesse em tirar o máximo da terra e destruí-la. Queremos manter a terra para a próxima geração. ”

Petra conta que medidas de redução de impactos ambientais e da pegada de carbono foram adotadas nas suas terras, como manda a cartilha do ForwardFarming. Os resultados têm sido positivos, o que atrai visitas de outros produtores interessados no modelo de produção e mesmo do público leigo e sem raízes no campo. Aliás, um dos objetivos do ForwardFarming é justamente esse: a educação.

“Os alemães não têm mais uma relação com a agricultura. Muitas pessoas não sabem nem como os agricultores produzem os alimentos”, afirma ela. “Temos uma fazenda aberta, onde grupos podem conhecer nosso trabalho, parecido com o que está sendo feito aqui no Brasil. Porque, para nós, é importante mostrar como a agricultura realmente funciona, encontrar soluções, mas também falar sobre os desafios que enfrentamos.”

Divulgação/Bayer

Carolina Graça, da Bayer, diz que nova FowardFarming será termômetro para o programa

Nos encontros FowardFarming, a Bayer mostra as inovações em proteção de cultivos, sementes e biotecnologia, monitoramento e soluções digitais. Carolina Graça, diretora de sustentabilidade agrícola da companhia, diz que a companhia busca monitorar o interesse do público, ressaltando que nos dias atuais um tema tem chamado a atenção de quem procura entender a agricultura regenerativa: o carbono.

As fazendas do projeto FowardFarming fazem parte do programa PRO Carbono, que teve início em 2021 com cerca de 400 produtores e hoje conta com cerca de 1,9 mil produtores em 16 estados brasileiros. No total, para as medições de estoque de carbono já foram analisadas mais de 300 mil amostras de solo. “A partir de agora, entramos numa nova fase”, diz Carolina. “Temos como prioridade aprofundar ainda mais a adoção dessas práticas de agricultura regenerativa. A expectativa é ampliar as áreas participantes no programa dos atuais 200 mil hectares para cerca de um milhão de hectares.”

De acordo com Maurício Rodrigues, presidente da Bayer CropScience para a América Latina, é difícil mensurar os resultados já obtidos em termos de agricultura regenerativa no Brasil e no mundo. O executivo diz que, de modo geral, a empresa observa nos projetos um ganho médio de 10% na produtividade das lavouras que adotam as medidas recomendadas. “Diuturnamente, está havendo ganho de produtividade e isso faz parte da agricultura regenerativa. Não temos um número mágico para dizer o quanto representa a soma de todos os itens, mas várias medidas de diversas áreas mostram a composição desse caminho que traçamos para aumentar o rendimento da agricultura”, afirma. As fazendas do projeto FowardFarming, justamente por serem laboratórios para a companhia, podem ajudar bastante nesta tarefa, almeja a Bayer.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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