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Agronegócio

Como essa empresa argentina bateu as varejistas brasileiras e conquistou o mercado

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As companhias brasileiras de varejo, especialmente as ligadas à linha branca e ao e-commerce, não têm conquistado muito apelo entre investidores na Bolsa. A Americanas (AMER3) está em recuperação judicial desde 2023, quando comunicou ao mercado uma fraude contábil bilionária; mais recentemente, foi a vez da Casas Bahia (BHIA3) entrar em uma recuperação extrajudicial para estruturar dívidas na casa de R$ 4,1 bilhões com os bancos credores. Tudo isso enquanto Magazine Luiza (MGLU3) sofre com a desconfiança de investidores após uma acusação de fraude contábil contra o atual CEO.

Magazine Luiza (MGLU3) é o último ‘titã’ do e-commerce?

A instabilidade no setor abriu uma brecha para que concorrentes internacionais entrassem no mercado do País e ganhassem não só market share, como também espaço entre as recomendações de analistas. Foi assim que a companhia argentina Mercado Livre (MELI34) se tornou a nova “queridinha” entre as ações do setor.

Como mostramos nesta reportagem, as dificuldades do varejo linha branca e marrom (eletrodomésticos e eletroeletrônicos) têm afastado as recomendações de analistas. Entre aqueles que ainda possuem indicação de compra é a argentina MELI quem ganha um voto de confiança. “Sempre fomos otimistas com a tese de investimento de Mercado Livre e acreditamos que cada vez mais os pares do varejo na América Latina devem olhar para os números da companhia com a sensação de que ‘o gramado do vizinho é mais verde que o meu’”, diz a Genial, em relatório publicado sobre a companhia em novembro.

O entendimento é que a companhia está conseguindo expandir as margens nas operações no Brasil e no México, com potencial para crescer os resultados financeiros em outros países da região e se estabelecer como um dos maiores players no e-commerce da América Latina. Para alguns bancos, a MELI será a grande “vencedora” do setor – por isso, a visão é positiva também para as ações.

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A MELI divulgou seu balanço trimestral referente ao primeiro trimestre de 2024 no dia 02 de maio. De maneira geral, os números foram considerados fortes pelo mercado, com os resultados financeiros conquistados no Brasil e no México ajudando a compensar o cenário mais fraco na Argentina. A companhia registrou uma receita de US$ 4,3 bilhões no trimestre, um crescimento de 36% no comparativo ao mesmo período do ano anterior, fruto de um maior take-rate no comércio eletrônico e um crescimento da carteira de crédito. Já o lucro líquido ficou em US$ 344 milhões, uma alta de 71% em relação a 2023.

Na avaliação do Goldman Sachs, os números apresentados são suficientes para levar alívio ao papel e trazer a atenção de volta aos fundamentos sólidos da companhia. Em relatório, os analistas do banco destacaram que as ações da companhia vinham em queda na Nasdaq desde que os resultados apresentados no 4T23, em fevereiro, vieram abaixo das expectativas. Agora, a MELI pode voltar a subir.

“Esperamos que o desempenho das ações seja ainda mais apoiado pelo recente desempenho inferior das ações, pela superação de mais de 13% em lucro líquido e pela qualidade geral do ritmo, com maior alavancagem operacional no Brasil e no México compensando uma compressão de margem mais acentuada do que temida na Argentina”, dizem no documento Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.

O desempenho operacional fraco na Argentina, que enfrenta problemas macroeconômicos e desvalorização cambial, não foi suficiente para impactar negativamente todo o resultado conquistado pelo Mercado Livre no trimestre. Um sinal positivo na avaliação do Santander. “Em nossa visão, estes resultados confirmam que o perfil de rentabilidade em expansão da MELI persiste, impulsionado por crescimento e crescente monetização de sua plataforma, especialmente agora que a Argentina estabiliza com uma participação menos relevante no EBITDA consolidado, apoiando assim a nossa visão construtiva sobre a empresa”, dizem em relatório os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

A recomendação geral: compra

Com números positivos, fundamentos considerados sólidos e em um nível de preço considerado atrativo, as ações do Mercado Livre têm se destacado nas recomendações de compra dos bancos. Itaú BBA, Santander, BTG Pactual e Goldman Sachs têm call de compra para o ativo, com preços-alvo de 12 meses representando um potencial upside de cerca de 20% frente aos US$ 1.680 a que a ação era negociada na Nasdaq nesta sexta-feira (10).

Após a divulgação do balanço 1T24, o Goldman Sachs e o Santander reiteraram suas visões positivas para a MELI, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 2.160 e US$ 2.100 por papel, respectivamente.

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Na visão do Itaú BBA, os resultados recentes apresentados pelo Mercado Livre indicam que os fundamentos de longo prazo não só permanecem sólidos, como estão acelerando. “Temos sinalizado que os atuais níveis de preços oferecem um bom ponto de entrada para MELI”, diz o time de research do banco. O BBA tem recomendação de outperform, equivalente a compra para o papel e preço-alvo de US$ 2.048.

O Mercado Livre ainda é apontado pelo BTG Pactual como o vencedor do e-commerce e pagamentos na América Latina, dado o fortalecimento da vantagem competitiva da companhia em um ecossistema que vem se fortalecendo nos últimos anos. Isso faz o banco eleger o papel como o “top pick” do setor, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 2.040.

“Ainda vemos uma tendência secular de crescimento do comércio eletrônico brasileiro, bem como de alguns mercados latino-americanos, com muito GMV (volume bruto de mercadorias) e uma participação no e-commerce mais alto do que os níveis pré-pandemia”, destacam Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, analistas do BTG.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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