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Por que as mulheres podem ser as mais afetadas pela IA?

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Incorporação da IA ao RH também pode privilegiar profissionais homens nas escolhas de candidatos, em detrimento das mulheres

Com a evolução da inteligência artificial, uma questão tem se destacado: existe relação entre o fato de a IA ser treinada predominantemente por homens e o seu potencial de impactar especialmente os empregos de mulheres?

Esse foi um dos temas considerados pela consultoria Mercer, que questionou em um artigo se as “mulheres têm razão em se preocupar com a IA”.

O Estudo Global de Tendências de Talentos da Mercer para 2024 prevê que, como as mulheres ocupam a maior parte dos empregos operacionais, que se espera que sejam os mais impactados pela IA, provavelmente serão as mais afetadas.

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Por exemplo, os setores da administração, saúde, educação e serviços sociais têm proporções elevadas de mulheres e estão entre as áreas com maior probabilidade de sofrer perdas generalizadas de empregos devido à IA e à automação.

Kate Bravery, líder global de soluções de consultoria e insights da Mercer, afirma que as mulheres de fato estão sendo as mais afetadas pela inteligência artificial. Mas ela questiona se isso está ligado ao fato de os homens estarem envolvidos na criação dos modelos de IA. “As mulheres definitivamente ocupam mais cargos que estão sendo afetados pela primeira onda da IA generativa”, diz. “No entanto, à medida que a IA for se infiltrando em cargos mais altos na hierarquia, começaremos a ver mudanças nesse cenário.”

Quem está usando IA no trabalho?

Uma pesquisa realizada pela Oliver Wyman, que assim como a Mercer, é subsidiária da Marsh & McLennan Companies, também revela uma disparidade de gênero na adoção da IA generativa.

Cerca de 59% dos homens com idades entre 18 e 65 anos usam ferramentas de IA semanalmente, enquanto apenas 51% das mulheres afirmaram o mesmo. “O mais fascinante é que essa lacuna é particularmente pronunciada entre os mais jovens”, observa Bravery. Nesse grupo, 71% dos homens entre 18 e 24 anos utilizam IA semanalmente, enquanto entre as mulheres, são apenas 59%.

Geralmente, as gerações mais jovens são as mais expostas às novas tecnologias, e as que mais entendem suas implicações. “Com a IA generativa tem sido diferente”, diz Bravery.

Na verdade, estamos vendo o contrário. “Os executivos ficaram muito entusiasmados com os potenciais ganhos de produtividade com o uso da IA. Nas tendências que acompanho, descobri que eles estão mais informados sobre as oportunidades e o que a IA pode fazer do que as gerações mais jovens.”

Bravery compartilhou uma estatística de uma pesquisa futura (a Mercer ainda não publicou os resultados) que também diz respeito à adoção da IA generativa. Segundo ela, quando executivos de negócios falam sobre o uso da IA, é 50% mais provável que as pessoas em sua organização também o façam. Mas quando é o diretor de recursos humanos que fala sobre usá-la, a chance aumenta para 70%. “Por isso, acredito que o RH é a área mais indicada para defender o uso da IA.”

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Homens são mais autoconfiantes

Outros vieses identificados em pesquisas com profissionais globais demonstram que os homens tendem a se sentir mais qualificados para cargos que nunca ocuparam do que as mulheres.

Um exemplo bem-humorado desse excesso de confiança é o fato de que quase 50% dos homens acreditam que poderiam pousar com segurança um avião comercial em uma emergência, segundo um levantamento com americanos. “Quando analisamos tendências em feedbacks 360° nas organizações, observamos que os homens tendem a se autoavaliar com notas mais altas em comparação às mulheres”, afirma Radhika Punshi, psicóloga organizacional, cofundadora e diretora administrativa da Mercer Talent Enterprise.

Por que essa diferença na autoavaliação é importante? A IA já está sendo usada pelo RH para selecionar currículos e fazer uma triagem de candidatos a vagas de emprego. “É ótimo que o gestor tenha ferramentas para ajudar, mas se você depende que as pessoas informem suas habilidades e as mulheres tendem a ser bem mais reservadas ao listar suas competências, então esse é mais um viés de que precisamos estar cientes”, afirma Bravery.

Eliminar os vieses também envolve garantir contribuições inteligentes e equilibradas em modelos de IA. “É sobre como você alimenta o modelo, e às vezes codifica o que os humanos têm feito nos últimos 15 ou 20 anos”, diz Punshi. Ela enfatiza que se você inserir dados ruins e que reforçam preconceitos, obterá resultados ruins e esses conjuntos de dados enviesados podem perpetuar as desigualdades existentes em vez de corrigi-las.

Para analisar as disparidades de gênero dentro de uma empresa, ela também sugere observar o fluxo das profissionais. “Quantas mulheres você está contratando em cada nível? Quantas estão saindo? Quantas estão progredindo? Esse nível de transparência costuma ser surpreendente”, diz Bravery. “Isso vai dizer se elas estão estagnadas ou se não estão tendo as mesmas oportunidades.”

De acordo com Punshi, é preciso analisar o cenário das mulheres numa companhia por meio de três dimensões. “Primeiro, acesso a recompensas, benefícios e remuneração. Depois, representatividade, garantindo que haja mulheres em todos os níveis das organizações. E depois, oportunidades. As mulheres estão tendo oportunidades de mobilidade? E de treinamento?”

IA e a nova equação de produtividade

Os executivos estão entusiasmados com os ganhos de produtividade que a IA generativa pode trazer. Mas se o foco for apenas na produtividade levando em consideração as formas atuais de trabalhar, então os líderes estão perdendo o ponto principal. “Essa é a nossa oportunidade de usar a IA para redesenhar o trabalho pensando no bem-estar”, afirma Bravery.

Ela continua explicando como questões de saúde prejudicam totalmente o desempenho e as entregas. “Se você tem uma força de trabalho esgotada e que está cobrindo outros que saíram, ou se você não revisou as demandas depois de reduzir a força de trabalho, isso está acabando com a produtividade.”
À medida que a IA continua a moldar a força de trabalho, as empresas devem navegar pelos impactos dessa transformação em termos de gênero — e se manter atentas a outras oportunidades além da produtividade que a IA pode trazer.

Ao abordar os preconceitos, promover as competências digitais e redesenhar o trabalho para melhorar o bem-estar, as organizações podem aproveitar o potencial da IA, criando um ambiente de trabalho inclusivo e equitativo. A jornada rumo ao futuro do trabalho exige esforços para garantir que a inteligência artificial beneficie todos os profissionais.

*Lindsay Kohler é colaboradora da Forbes US. Ela tem mais de 15 anos de experiência em consultoria de engajamento de funcionários nas maiores empresas dos EUA e um mestrado em Ciências Comportamentais pela London School of Economics.

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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