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Agronegócio

Como as criptos estão impulsionando os fundos da 2ª maior gestora do País

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Ações em queda, resgates bilionários e até algumas demissões nos times de gestão. O ano de 2024 tem sido mais desafiador do que nunca para as gestoras de fundos de ações no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que os fundos da categoria acumulam uma saída líquida de R$ 4,2 bilhões entre janeiro e maio.

Para entender o que está dando errado e o que tem elevado os lucros nos fundos de ações, o E-Investidor preparou uma série exclusiva para abrir os portfólios das principais gestoras do País. A ideia é entender, do ponto de vista de alocação, como gestores profissionais estão posicionados para superar o momento de volatilidade – e quais dessas escolhas entregam resultados positivos para o investidor. Você pode conferir a primeira reportagem, focada na maior gestora do Brasil, a BB Asset, aqui.

A segunda reportagem desta série é sobre a Itaú Asset Management, a segunda maior gestora do Brasil com cerca de R$ 950 bilhões em ativos sob gestão. Para esta análise, foram considerados apenas os fundos de ações, sem restrição de investidores, em funcionamento normal e ativos há mais de 12 meses. Os dados, levantados pela Economatica, mostram a rentabilidade acumulada em 1 ano, até o fechamento do dia 14 de junho, e as três principais posições em cada carteira até maio.

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Entre os 269 ativos analisados, os dois com melhor desempenho têm uma valorização de 199% em 12 meses. O que chama atenção é o fato de que ambos têm um foco em comum: criptomoedas. Veja a seguir:

Os cinco fundos da Itaú Asset com melhor desempenho são ligados a criptomoedas. Os produtos com altas mais expressivas investem em cotas de outros ativos da própria gestora: o Itaú Index Bitcoin USD Fc em Ações tem na carteira basicamente posições em Itaú Bitcoin USD FIA, cuja principal alocação são cotas do ETF It Now Bloomberg Galaxy Bitcoin Fundo de Índice, o BITI11. Este último replica o índice Bloomberg Galaxy Bitcoin Index, que mede o valor do bitcoin em dólares – portanto, é possível presumir que a cripto carrega o “segredo” do bom desempenho dos fundos da Itaú Asset.

E o bom desempenho desses dois fundos não começou agora. Nesta reportagem de abril, mostramos que os ativos da Itaú Asset tiveram o melhor desempenho do primeiro trimestre entre os fundos de ações. Tudo graças ao “investimento do ano”: o bitcoin.

“O bitcoin tem atraído cada vez mais a atenção de um público amplo que busca nessa nova classe de ativo uma forma de conseguir realizar a diversificação dos seus investimentos”, destaca Renato Eid, superintendente de estratégias indexadas e investimento responsável da Itaú Asset. “O Itaú Blockchain tem como foco empresas com potencial de se beneficiar do uso dessa tecnologia. Companhias que estão atuantes no ecossistema da tecnologia blockchain estão provavelmente na vanguarda da inovação, podendo criar novos produtos, serviços ou modelos de negócios que podem capturar grandes fatias de mercado.”

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As valorizações de quase 200% nos fundos da Itaú Asset são ainda mais expressivas tendo em vista o atual momento dos fundos de ações. Há no mercado muitos ativos que sequer superam o CDI em 2024. Mas é importante fazer uma distinção entre as estratégias ligadas a cripto e aquelas restritas ao investimento em Bolsa, por exemplo.

Para Luca Spigonardo, analista de fundos da Arton Advisors, há uma brecha na classificação de fundos de ações da Anbima que permite que fundos ligados a Bitcoin sejam incluídos na categoria, mas o atual desempenho das criptomoedas não crie uma distorção nos FIAs.

“Estamos em meio a uma das piores janelas da história para fundos de ações e multimercados. Sem essa distinção, um investidor leigo pode ver o desempenho de fundo de ação que tem Bitcoin dentro do portfólio e acreditar que trata-se de um diferencial naquela gestão, quando, na verdade, é por conta de um ativo completamente distinto e que deve ser analisado como um veículo alternativo”, explica.

Por que o bitcoin voltou a brilhar

As criptomoedas viraram de vez a página do “inverno cripto” vivido em 2022. Ao final daquele ano, o bitcoin, principal ativo do mercado, era cotado a US$ 16 mil – muito abaixo dos US$ 68 mil a que havia sido negociado em outubro de 2021, até então, o recorde histórico. Mas 2023 trouxe novos ares e as criptos engataram uma trajetória de valorização que dura até agora.

Até o final do primeiro semestre de 2024, o bitcoin acumulava uma valorização anual de 63,26%, considerado o melhor investimento do período. Em 12 meses, a alta foi de 130,10%.

A cotação atual é de US$ 58 mil, mas o ativo chegou a ser negociado a US$ 71 mil em março – o maior valor da história. A alta naquele mês foi impulsionada, entre outros motivos, pelas primeiras negociações de Exchange Traded Funds (ETFs) de Bitcoin à vista nos Estados Unidos.

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“A aprovação dos ETFs atraiu bilhões em novos investimentos institucionais. O iShares Bitcoin Trust da BlackRock, por exemplo, atingiu US$ 13,5 bilhões em ativos em apenas 11 semanas”, destaca Julio Andreoni, analista do Bitybank.

Mas antes mesmo da aprovação do ETF as criptomoedas já estavam em alta. Em abril, o bitcoin passou por um halving, um evento que acontece a cada quatro anos para reduzir pela metade as recompensas aos mineradores de criptomoedas, os responsáveis pelos registros das transações. Esse ajuste segue um dos grandes princípios do ativo, a escassez, e assim ajuda a manter os preços elevados. “Ao contrário das moedas estatais como o dólar ou o real, o Bitcoin não tem como imprimir infinitamente, existe um limite. Isso o torna uma moeda de reserva de valor mais atrativa”, explica Andreoni.

Os fundos que vão mal: de novo, as small caps

Assim como na BB Asset, os fundos de ações da Itaú Asset com pior desempenho são aqueles ligados à Bolsa local, especialmente small caps. O Wm Small Cap FIA acumula uma queda de 16,30% em 12 meses. As principais posições da carteira até maio eram Allos (ALOS3), Santos Brasil (STBP3) e Taesa (TAEE11); mas a carteira parece ser bastante pulverizada. Os três maiores ativos somam apenas 10% da composição do fundo.

O Valuation Ib FICFIA e o Itau Classe Mundial Acoes Fc, os outros dois FIAs de pior desempenho da Itaú, tem quedas semelhantes de 16%. Ambos investem quase que a totalidade do patrimônio em cotas de outro ativo da casa, o Itaú Valor Ações FI; este, por sua vez, aplica 100% de seu portfólio em cotas do Itaú Momento II Ações FI.

Trata-se de um fundo de ações livre, que tem como principal posição na carteira operações compromissadas em títulos públicos atrelados à inflação, as NTN-Bs. O ativo tem vencimento em agosto de 2030, com um cupom de 6,0% ao ano. As outras duas posições relevantes são em ações da Equatorial (EQTL3) e da Itaúsa (ITSA4).

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As small caps estão sendo bastante penalizadas com a abertura da curva de juros futura que tem acontecido em 2024. Por serem empresas em crescimento, essas ações têm seu valor justo, o valuation, calculado a partir da projeção do mercado para seu lucro no futuro. Isso leva em conta, dentre outras coisas, as estimativas para a evolução da taxa de juros no longo prazo, também chamada de curva de juros futuros. Quando maior a projeção para os juros, maior o desconto no valor presente dessas ações.

Por isso, ainda que a Selic tenha sido reduzida em uma janela de 12 meses, os ativos continuaram a sofrer. O SMLL, índice de small caps da B3, cai 11,47% em 2024 e 9,07% em 12 meses.

“Nos últimos 12 meses, os juros futuros abriram bastante e isso tem um efeito negativo no valuation”, diz Max Bohm, estrategista da Nomos. “A continuidade de resgates por parte de pessoa física dos fundos de ações que estavam bem alocados em small caps também pesa. Os gestores tiveram que vender esses papéis para pagar os resgates, mesmo não querendo vender.”

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Agronegócio

Quais são os impostos e taxas ao investir no Tesouro Direto?

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Os títulos do Tesouro Direto estão entre os investimentos mais vantajosos para aqueles que querem segurança e rentabilidade. Por ser atrelado ao Tesouro Nacional, esses títulos públicos permitem “emprestar” dinheiro ao governo que, em troca, devolve o valor acrescido de juros.

As opções do Tesouro Direto variam conforme a rentabilidade, com títulos prefixados (ou seja, definida previamente), ligados à variação da inflação ou à taxa básica de juros (Selic). Os papéis contam ainda com diversos prazos de vencimento e fluxos de remuneração, a depender das necessidades do investidor.

Apesar de garantir rentabilidade diária, o investidor que opta pelos títulos do Tesouro Direto não recebe como remuneração exatamente 100% do valor investido. Isso porque pode haver custos incidentes sobre a operação, como impostos ou taxas.

Impostos sob o rendimento

Com isso, quem investe em títulos públicos deve pagar o Imposto de Renda (IR) no momento do resgate. O fato gerador do IR (valor que será tributado) recai apenas sobre os rendimentos obtidos no período em que o dinheiro esteve aplicado, não sobre o montante total investido.

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A cobrança sob os rendimentos é automática, sendo realizada pela instituição financeira do investidor, na hora do vencimento ou resgate.

O lado bom é que a alíquota é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você carregar o título, menor será o imposto a ser pago. Confira abaixo os prazos com as respectivas taxas do Tesouro Direto.

22,5%, em investimentos com prazo de até 180 dias;
20%, em investimentos com prazo de 181 dias até 360 dias;
17,5%, em investimentos com prazo de 361 dias até 720 dias;
15%, em investimentos com prazo acima de 720 dias.

Além do IR, há o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que apresenta uma tributação regressiva para aplicações de até 30 dias. Caso o investidor mantenha seu título por mais de 30 dias, o IOF é zero. Confira a lista a seguir com todas as taxas do IOF:

Taxas do Tesouro Direto

Em títulos do Tesouro Direto, são cobrados dois tipos de taxas: a taxa de custódia da B3 e a taxa de administração. A primeira é cobrada semestralmente pela Bolsa, nos meses de janeiro e julho, sendo 0,20% do saldo total de suas aplicações. Mas ela também pode ser cobrada na venda antecipada e encerramento de posição.

O valor a ser pago é acompanhado diariamente. Por exemplo, se o investidor vender o título antecipadamente em agosto, após pagar a taxa em julho, deve ser pago somente o que foi obtido entre julho e agosto.

Vale ressaltar que estão isentas as aplicações de valor inferior a R$ 10 mil no Tesouro Selic. Ou seja, se o investidor possui R$ 9 mil aplicados no Tesouro Selic, não se paga nada. Mas se possuir R$ 11 mil, a taxa incidirá somente sobre o R$ 1 mil reais (0,20% x R$ 1 mil = R$ 2,00).

Já a taxa de administração é uma cobrança por parte da instituição financeira (corretora, banco ou distribuidoras de valores) para custear suas atividades. Seu valor é opcional e varia dependendo da empresa. O investidor pode encontrar a relação das instituições financeiras no site do Tesouro Direto, clicando aqui.

É importante destacar que as taxas de custódia e de administração não podem ser descontadas da base sobre a qual o IR incide.

Previsões para a economia e investimentos no Tesouro Direto

O Boletim Focus traz semanalmente projeções para a economia brasileira, podendo servir de estratégia para o investidor orientar seus investimentos no Tesouro Direto. O documento trouxe previsões, na última segunda-feira (8), para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a Selic e a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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O relatório mostrou avanço na projeção de alta do PIB, de 2,09% para 2,10% neste ano. A expectativa para o IPCA em 2024 passou de 4% para 4,02%. Em 2025, foi de 3,87% para 3,88%. Ainda de acordo com o Boletim Focus, as apostas para a Selic ao término deste ano ficou em 10,5% ao ano. Também houve manutenção do câmbio para 2024, com o dólar no patamar de R$ 5,20.

Como investir no Tesouro Direto

A escolha do investimento pode variar com o perfil do investidor. Pensando nisso, o Tesouro disponibilizou um simulador em seu site para testar qual título funciona melhor para o objetivo e o perfil de cada pessoa. O Tesouro Direto permite aplicações a partir de R$ 30,00.

Com um título em mente, é preciso definir se prefere iniciar a aplicação pelo cadastro simplificado ou pelo fluxo tradicional. Na primeira alternativa, implementada em dezembro de 2022 com o nome de Cad&Pag, o usuário deve entrar no sistema do Tesouro a partir do login Gov.br. Depois, precisa selecionar o título para investir, enviar as informações pessoais e escolher uma das instituições parceiras – Banco InterÓrama e a Terra Investimentos, que passaram a liberar a opção a partir de abril deste ano. Por fim, basta realizar o pagamento do produto, que pode ser feito via Pix, desde que a pessoa seja a titular da chave.

Se a opção do investidor for pelo fluxo tradicional, o usuário deve ter uma conta em uma corretora ou banco habilitado, que será o agente de custódia. As alternativas disponíveis podem ser verificadas nesta página. Com a conta criada, a pessoa precisa entrar em contato diretamente com a instituição financeira para solicitar o cadastro e a senha de acesso ao Tesouro Direto.

O investidor então vai receber por e-mail uma senha provisória enviada pela B3, que deve ser posteriormente alterada, contendo entre 8 e 16 dígitos, com letras, números e caracteres especiais. Com o acesso à plataforma liberado, o cliente poderá escolher o valor da aplicação e efetuar o pagamento do produto, a partir do dinheiro transferido para o agente de custódia.

Dependendo da política do banco ou da corretora, os investimentos só poderão ser feitos pelo site da própria instituição financeira, mas o acesso à área exclusiva da plataforma do Tesouro Direto sempre ficará disponível para consultas complementares.

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Agronegócio

Quanto rendem R$ 1000 em LCA?

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As Letras de Crédito de Agronegócio (LCAs) são aplicações de renda fixa que ajudam a financiar o setor agro. Para entender quanto rende uma LCA, é necessário saber como ela funciona. Assim, você saberá como escolher o melhor investimento alinhado aos seus objetivos financeiros.

Esses títulos chamam a atenção dos investidores por oferecem rendimentos maiores que a poupança e também não ser taxado pelo Imposto de Renda (IR). Além disso, possuem liquidez diversa, que varia a partir da instituição financeira emissora.

O investidor que compra uma letra de crédito está, basicamente, emprestando seu dinheiro para que uma instituição pague uma “dívida”. Depois de determinado tempo, ele recebe o valor de volta acrescido dos juros. Elas ainda são “assegurados” pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que pode devolver até R$ 250 mil ao titular do ativo caso o banco ou corretora não pague o montante final no tempo estabelecido.

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Os títulos podem ser prefixados, em que o interessado sabe o valor exato que vai receber no momento da compra, e pós-fixados, que têm parte do rendimento atrelado a indicadores econômicos. Nesse caso, os indicadores podem ser o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), Índice de Preços do Consumidor (IPCA) ou a Selic, taxa básica de juros.

A pedido do E-Investidor, Camila Moraes, planejadora financeira CFP pela Planejar, realizou simulações em relação ao rendimento de uma LCA com aplicação inicial de R$ 1000. A profissional considerou a Selic a 10,5% ao ano e um título pós-fixado que rende 100% do CDI (que tem como referência a Selic). Veja as simulações:

Rendimento de R$ 1000 em um LCA

Tempo do investimento
Valor final bruto
Rendimento total

1 mês
R$ 1.008,24
R$ 8,24

1 ano
R$ 1.105,00
R$ 105,00

3 anos
R$ 1.349,23
R$ 349,23

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Agronegócio

Calendário Econômico: Sexta-feira, 12 de julho

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Brasil

09:00: IBGE: Pesquisa Mensal de Serviços (mai)
09:00: IBGE: Pesquisa Industrial Mensal – Regional (mai)

Estados Unidos

09:30: Índice de preços ao produtor (jun)
11:00: Índice de confiança da Universidade de Michigan (jul) – preliminar

China

– Balança comercial (jun)

Fonte: Depec

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