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Agronegócio

Tokenização global do agro é um mercado potencial de US$ 2,32 trilhões

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Há um fato indiscutível nos dias atuais, o agro e sua agroindústria tem espaço para melhorias significativas. Mas, de modo gera, este setor multimilionário é atormentado por problemas decorrentes de cadeias de abastecimento opacas e fragmentadas, que contribuem para elevados custos de transação e tempos de liquidação lentos.

As remessas neste setor levam tempo e a falta de transparência cria um ambiente onde os maus atores podem manipular os preços.

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Mas há maneiras, por meio de plataformas de tokenização, de trazer as commodities agrícolas para o blockchain. Confira alguns meios para desbloquear o potencial dessa tecnologia na agroindústria.

A tokenização do agro

Embora se projete que o valor total do setor agrícola global atinja aproximadamente US$ 14,4 trilhões em 2024 (R$ 78,32 trilhões na cotação atual), é crucial distinguir entre o valor global dessa indústria e a sua componente comercial.

O comércio agrícola e pecuário internacional, que representa o movimento transfronteiriço de produtos agrícolas e é o foco da potencial tokenização, foi avaliado em US$ 2,32 trilhões de dólares em 2023, de acordo com o relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC). Assim, esta é a parte do comércio agrícola que poderia potencialmente ser tokenizada.

Ekkasit919__Getty

A tokenização do agro pode ajudar a democratizar os mercados

No estado atual da tokenização, ela se concentra principalmente em ativos financeiros. Por exemplo, o tamanho do mercado da moeda tokenizada global era de pouco mais de US$ 17 bilhões (R$ 92,5 bilhões) em 2023 – com ativos tokenizáveis ​​do mundo real (RWAs) projetados para valer US$ 26 trilhões até 2030 (R$ 141,4 trilhões).

Embora estes números pareçam ser impressionantes no papel, existe um grande obstáculo: o cenário atual de RWA (sigla em inglês para Ativos Ponderados pelo Risco) continua a carecer de utilidade diária tangível para além dos mercados financeiros.

Como o agro pode usar a tecnologia Blockchain

Um exemplo de como a blockchain pode ajudar a democratizar os mercados está no fato de que os produtores rurais podem utilizar esta tecnologia para vender os seus produtos diretamente aos compradores, sem intermediários.

Isso levaria não apenas a um aumento do lucro, mas também na redução dos custos ao consumidor. Além disso, encorajaria a sua utilização no sentido da propriedade fracionada, permitindo que os pequenos agricultores possuíssem uma parte de ativos maiores, tais como instalações de processamento ou unidades de armazenamento.

Os produtores e os profissionais da agroindústria também podem usar a tecnologia blockchain para melhorar a rastreabilidade e a transparência. A verificação autônoma e o rastreio da origem podem ajudar a combater a fraude e garantir que os alimentos que consumimos são seguros e de origem sustentável.

Os consumidores seriam levados a ter maior confiança na qualidade dos alimentos que compram e os agropecuaristas a cobrar preços mais elevados para os seus produtos com base em métricas verificadas de qualidade e sustentabilidade.

Além disso, há a oportunidade de as certificações existentes, como a do comércio justo, serem integradas em sistemas blockchain como certificados digitais ou tokens.

É recomendável que os líderes façam isso através de representações digitais que possam ser vinculadas a lotes específicos de produtos.

Como modelo, poderiam ser adotadas as melhores práticas dos sistemas de rastreamento em toda a cadeia. Isto não só garantirá a conformidade com os regulamentos, mas também aumentará a rastreabilidade.

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Uma solução abrangente e on-chain (“no blockchain”) à indústria agrícola e pecuária poderia oferecer uma gama de recursos para enfrentar os desafios atuais. Em primeiro lugar, pode ajudar a reduzir os custos de transação, aproveitando plataformas blockchain (como Solana, Ethereum ou Polygon) que tendem a ter taxas mais baixas em comparação com os métodos tradicionais de remessa. Em segundo lugar, a solução pode ajudar a proporcionar tempos de liquidação quase instantâneos.

Combate à fraude

Em terceiro lugar, tal como noutros setores, uma solução em cadeia poderia ajudar a combater a fraude por meio da verificação autônoma de documentos e do rastreio da origem, garantindo a transparência e a responsabilização em toda a cadeia de abastecimento.

Com todos os dados armazenados em um blockchain imutável e disponível publicamente, as partes interessadas teriam maior segurança e visibilidade de todo o processo.

Como parte desta transição, é importante que aqueles que trabalham no campo formem organizações autônomas descentralizadas (DAOs) geridas coletivamente e propriedade dos seus membros envolvidos na distribuição de tokens. Isto poderia ajudar a promover uma abordagem mais democrática e inclusiva à governação na agroindústria.

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Para garantir uma colaboração eficaz entre as diferentes partes interessadas, é importante utilizar protocolos padronizados para partilha de dados, com sistemas de dados agrícolas existentes integrados com blockchain através de interfaces de programação de aplicações (API) e oráculos. Isso ajudará a garantir que os dados fora da cadeia sejam trazidos para a cadeia com segurança para verificação e rastreamento imutáveis.

Sustentabilidade a longo prazo

Rumo à sustentabilidade a longo prazo, a solução também deve incorporar uma utilidade simbólica, incentivando e recompensando os usuários com base nos volumes de comércio e no envolvimento da plataforma e da comunidade. Isto ajudaria a incutir um sentido de propriedade e encorajaria a participação ativa no ecossistema.

Para garantir ainda mais a sustentabilidade a longo prazo de tal solução, uma parte dos lucros poderia ser alocada para recomprar e queimar tokens, criando um efeito deflacionário e aumentando o valor dos tokens restantes.

Além desses recursos, é importante que uma solução on-chain priorize a educação e a sustentabilidade. Ao dedicarem os lucros à educação no campo e à promoção da agricultura e pecuária sustentáveis, essas soluções podem contribuir para o crescimento e a resiliência da agroindústria a longo prazo.

Superando desafios e incentivando a colaboração

É claro que o caminho não é isento de desafios. É preciso abordar questões como a exclusão digital, a adoção pelos usuários e os quadros regulamentares. Mas esses desafios não são intransponíveis. Ao encorajar a colaboração entre as partes interessadas e investir na educação e infra estruturas, é possível criar um ambiente propício para que a agricultura e a pecuária tokenizadas prosperem.

O impacto destas mudanças vai além da própria agroindústria. A redução da fricção comercial agrícola tem um efeito direto nas economias do mundo em desenvolvimento. As exportações dos países menos desenvolvidos geram frequentemente a maior fricção e encargos em termos de tempo, capital e risco.

À medida que se enfrenta os desafios de alimentar uma população crescente, minimizar o desperdício/escassez de alimentos e garantir a sustentabilidade, a utilização da Web3 apresenta uma solução convincente. Ao aproveitar a blockchain e incorporar um conjunto abrangente de funcionalidades, a agroindústria pode ajudar a superar as deficiências dos sistemas tradicionais da cadeia de abastecimento e inaugurar uma nova era de eficiência, transparência e responsabilidade.

* Henry Duckworth é colaborador da Forbes EUA. Ele é cofundador e CEO da Agridex, empresa que atua no mercado digital integrado, e faz parte do Forbes Business Council, organização voltada ao crescimento e networking para empresários e líderes de setores.

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Agronegócio

Simone Biles voa para ganhar terceira medalha de ouro em Paris, dessa vez no salto

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Hannah Mckay/Reuters

Simone Biles durante final no salto na Olimpíada Paris 2024

Simone Biles venceu a final do salto nos Jogos de Paris, dominando a competição com o seu salto Billes 2 para superar a medalhista de prata brasileira Rebeca Andrade, enquanto a norte-americana Jade Carey ficou com o bronze.

Biles voou alto com o duplo Yurchenko para garantir a nota impressionante de 15,700. No seu segundo salto, ela teve 14,900.

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A ginasta de 27 anos teve uma vitória confortável na Bercy Arena com uma media de 15,300 pontos.

Biles chegou em Paris como a ginasta com mais conquistas da modalidade e atingiu um patamar ainda maior com ouro em três eventos em Paris. Ao todo, ela conquistou 10 medalhas olímpicas, sendo sete delas de ouro.

Ela liderou a equipe dos Estados Unidos ao topo do pódio na final por equipes antes de conquistar o título no individual geral, pela segunda vez, há dois dias.

Biles pode ainda aumentar ainda mais a sua coleção de medalhas, pois ainda disputará as finais na trave e no solo, na segunda-feira.

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Agronegócio

Duas novas frentes frias provocarão temporais e baixas temperaturas; veja quando e onde

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Foto: Inmet/reprodução

Uma nova frente fria avançará pelo Sul do Brasil neste final de semana, trazendo mudanças significativas no tempo, especialmente no Rio Grande do Sul.

O sistema ficará estacionado na Região, elevando os volumes de chuva e trazendo alertas para temporais, de acordo com a Climatempo.

Primeira frente fria de agosto

Foto: Climatempo

A primeira frente fria de agosto chega ao Rio Grande do Sul neste final de semana, favorecendo a ocorrência de chuvas. No mapa acima, é possível notar que o destaque fica para a faixa centro-sul do estado.

Assim, os acumulados de chuva entre este sábado e segunda-feira (5) são significativos, com áreas em vermelho e laranja, representando a região central e o Vale do Rio Grande do Sul, onde os acumulados poderão superar 100 mm ao longo do final de semana.

Mais uma na próxima semana

Além da frente fria que afetará o Rio Grande do Sul neste final de semana, os modelos meteorológicos indicam o avanço de um novo sistema já no decorrer dos próximos dias com força o suficiente para provocar mudanças no tempo em outros estados do centro-sul do Brasil no próximo final de semana.

Este sistema trará chuva e será acompanhado por uma massa de ar polar que derrubará as temperaturas em amplas áreas entre os dias 9 e 12 de agosto.

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Agronegócio

Governo federal amplia número de adidos agrícolas no exterior

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Foto: Pixabay

O governo federal autorizou o aumento do número de adidos agrícolas brasileiros no exterior de 29 para 40. A ampliação consta em decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem, quarta-feira (31), a Várzea Grande (MT), e publicado na quinta-feira (1º) de agosto, no Diário Oficial da União (DOU).

Os adidos agrícolas são os representantes diplomáticos do Brasil no exterior voltados à agenda de mercados agropecuários.

Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!

O decreto 12.125/2024 autoriza a criação de 11 novos postos; desses, cinco serão direcionados para a Ásia, três para África, dois para a América do Sul e um para a Europa.

Em nota, o Ministério da Agricultura informou que os locais dos novos adidos serão definidos posteriormente por meio portaria interministerial da Agricultura e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O decreto estabelece ainda que um ato conjunto do ministro da Agricultura e do ministro das Relações Exteriores irá definir quais os adidos agrícolas que exercerão suas funções junto a representações diplomáticas do Brasil perante governos estrangeiros ou organismos internacionais.

Itamaraty e Agricultura devem definir, juntos, ainda quais as representações diplomáticas que poderão dispor de mais de um adido e qual o período mínimo a ser cumprido entre as missões permanentes de assessoramento em assuntos agrícolas pelo servidor ou pelo empregado público.

Maior aumento no número de adidos agrícolas em uma única vez

O Ministério da Agricultura afirmou, em nota, que esse será o maior aumento no número de adidos agrícolas em uma única vez desde que a função foi criada em 2008. “Agora vai ter adido do Ministério da Agricultura nas embaixadas brasileiras para ajudar a vender as coisas que produzem. Isso é coisa do Fávaro, que passa o dia inteiro pensando em abrir um novo mercado para vender os produtos de vocês”, disse Lula, na quinta-feira em Mato Grosso.

Os adidos agrícolas assessoram as representações diplomáticas brasileiras no exterior, buscando oportunidades de comércio, investimento e cooperação para o agronegócio brasileiro. “Desde o início da gestão do presidente Lula, temos batido recordes de aberturas de mercado, alcançando 166 em 55 diferentes destinos. Isso tem sido possível, em grande parte, graças ao trabalho dos nossos adidos agrícolas, responsáveis por quase 70% dessas aberturas”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na nota.

O secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, afirmou que os adidos iniciarão suas missões nos próximos meses. “Com essa expansão, o Brasil terá representações agrícolas em mais países, ampliando sua presença junto a importantes parceiros econômicos e potencializando oportunidades, como a abertura de novos mercados”, disse Perosa, em rede social.

De acordo com o Ministério, hoje o Brasil possui adidos agrícolas nos seguintes países: África do Sul, Alemanha, Angola, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China (dois adidos), Colômbia, Coreia do Sul, Egito, Estados Unidos da América, França (Delegação do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas Sediadas em Paris), Índia, Indonésia, Itália (Delegação Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e aos Organismos Internacionais), Japão, Marrocos, México, Suíça (Delegação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio e outras organizações econômicas em Genebra), Peru, Reino Unido, Rússia, Cingapura, Tailândia, Bélgica (Missão do Brasil junto à União Europeia em Bruxelas, dois adidos) e Vietnã.

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