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De Breaking Bad aos destilados: o sucesso de Bryan Cranston e Aaron Paul no mezcal

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Dos Hombres

Aaron Paul e Bryan Cranston bebendo Dos Hombres

Entrar na indústria de bebidas alcoólicas (e ter sucesso) não é uma tarefa fácil. E, ainda assim, depois de apenas cinco anos à frente de sua própria marca de mezcal, a Dos Hombres, Bryan Cranston e Aaron Paul parecem ter feito exatamente isso.

Ironicamente, uma metade da dupla, famosa pela química inegável como as estrelas do fenômeno da TV Breaking Bad, prometeu nunca tocar na bebida antes da ideia ser originalmente apresentada a ele: “A introdução de Bryan ao mezcal não foi muito boa”, ri Paul, como uma piada interna entre os dois. 

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Cranston, então, relembra de seus tempos de juventude. “Quando fui apresentado ao mezcal, estava no final do ensino médio, início da faculdade. Meus amigos e eu nos reuníamos uma vez por mês, e cada pessoa era responsável por comprar cerveja e um destilado”, diz ele.  “Uma vez, um deles comprou mezcal, em uma garrafa de plástico e com um verme morto no fundo. Já tínhamos ouvido falar do destilado antes, e era tudo muito misterioso e exótico. Juntos, abrimos a garrafa, cheiramos a bebida e recuamos imediatamente, porque cheirava a limpador de carpete industrial.” Como todos os jovens curiosos, ele provou a bebida de qualquer maneira, e foi rapidamente recebido com o mesmo gosto do cheiro. “Pensei: ‘quem em sã consciência beberia isso?’”, conta. 

Décadas se passaram até o amigo fazer a proposta da dupla começar uma empresa de mezcal em um bar em Nova York. “Ele achou que eu estava fora de mim”, diz Paul, que o levou para provar alguns dos melhores mezcais já produzidos.

Dos Hombres

Dos Hombres mezcal

Foi o início de uma jornada que muitas celebridades consideram, mas poucas levam a sério. Cranston e Paul são uma exceção: eles se comprometeram a fazer parceria com um mestre mezcalero, ao invés de simplesmente colocar seus nomes em um produto pronto. Foi exatamente o que encontraram em Gregorio Velasco, um produtor de mezcal de terceira geração que vinha aperfeiçoando sua arte desde os oito anos de idade.

Além de trazer um conhecimento e habilidades incomparáveis para a produção de Dos Hombres, os métodos tradicionais de produção passados ​​por sua família dão ao rótulo uma complexidade rara. Além do toque defumado tão popular do mezcal, Dos Hombres tem notas de frutas locais como sapoti, maçã, manga, além de fumaça vulcânica e madeira (graças aos barris de madeira nos quais o mezcal é fermentado).

Tudo isso para dizer que, se a fama dos dois atores iriam atrair um público de curiosidades, a qualidade do produto os fidelizaria como clientes.

Claro, equilibrar as demandas da startup com suas carreiras de atuação de sucesso e vidas pessoais não veio sem desafios. “Sabíamos que seria muito trabalho, mas não tanto”, ri Paul. “Se fosse fácil, todo mundo faria, mas tem sido um trabalho de amor”. 

O que mais o encanta é trabalhar ao lado do amigo: “É um sonho que se tornou realidade. Eu sabia que ele seria ótimo para trabalhar, porque, obviamente, já trabalhei com ele antes, mas estávamos enfrentando algo completamente diferente”. 

Houve alguns tropeços ao longo do caminho, claro, mas nada que os impedisse de seguir firme. Auto-financiada desde o início, o trabalho árduo é evidente no sucesso inicial de Dos Hombres: em seu primeiro ano de vida, a marca já entrou no top 12 mezcais mais vendidos nos EUA, e avançou ao top 10 no ano seguinte. 

Atualmente, depois de cinco anos de trabalho, a Dos Hombres acaba de chegar ao número quatro. “Estamos mirando o primeiro lugar!”, se anima Paul.

Dos Hombres

Uma soneca Dos Hombres, com Aaron Paul e Bryan Cranston

Eles aproveitaram essas vitórias para crescer. Além de convidar amigos e familiares para investir, a Dos Hombres tem participação minoritária da Constellation Brands desde 2021, através de seu grupo de capital de risco. Ainda assim, a empresa permanece independente e continua a gerenciar, comercializar e produzir seu mezcal internamente.

“O que percebemos ao entrar em um negócio no qual não tínhamos experiência anterior, foi que você procura coisas com as quais possa se identificar,” diz Cranston. “Lidar com destilados é muito parecido com estar no negócio de entretenimento, porque é tudo lazer. Então, quando vamos a bares e restaurantes e conversamos com clientes e bartenders, todos estão procurando por um ótimo momento. Se eles tiverem uma ótima experiência , vão querer tê-la novamente. E é aí que você obtém a lealdade do cliente.”

Como base de conhecimento, a aprendizagem mais surpreendente foi o quão pouco o mercado conhece o mezcal. “Ainda recebemos parabéns pela nossa tequila, sabe? Gostamos de dizer que somos o parente mais velho e sofisticado da tequila”, afirma Paul. 

“Queremos que cada produtor de mezcal faça um ótimo mezcal, porque então toda a categoria cresce,” acrescenta Cranston. “Em algum momento, eles encontrarão o que mais amam: esperamos que seja Dos Hombres, mas pelo menos toda a categoria está melhorada.”

Até que isso aconteça, eles estão focados em promover Dos Hombres como um produto premium e em fazer parcerias com outras marcas populares que possam impulsionar seu crescimento.

No início deste ano, a marca anunciou um novo trio de Margaritas de Mezcal disponíveis nos restaurantes da Applebee’s em todo os EUA – tornando-se o primeiro mezcal a ser oferecido na rede.

A mais recente collab é com a Modelo, outra empresa mexicana, que tomou o lugar da Bud Light como a cerveja mais vendida nos Estados Unidos no ano passado. Para o Dia Nacional da Michelada, comemorado em 12 de julho, as marcas lançaram duas Micheladas de Mezcal (uma criada por Cranston e a outra por Paul), disponíveis em vários bares nos EUA.

Dos Hombres

Aaron Paul e Bryan Cranston fizeram parceria com Modelo para o Dia Nacional da Michelada

“Quando conseguimos nos associar a bares ou restaurantes de alto padrão, produtos de realmente qualidade…é onde queremos estar, porque é o que sentimos que Dos Hombres é: um produto premium”, diz Cranston.

Sucesso retribuído

A dupla também está levando o sucesso adiante, com um programa de assistência a uma pequena vila no México chamada San Luis del Rio. Financiado por 100% dos lucros da mercadoria de Dos Hombres, ele foi criado para garantir soluções práticas de vida para os moradores da região, não apenas os que trabalham na mezcaleria. 

“A primeira coisa que eles pediram foi água potável. Eles tinham um sistema de filtragem muito antiquado, então trouxemos uma planta de filtragem de água de última geração. Agora esta pequena vila de 500 pessoas tem água potável”, conta o intérprete de Walter White.

Dos Hombres

Bebendo com Aaron Paul e Bryan Cranston

A dupla também tem vários outros projetos para concluir, e já desempenhou um papel importante na pavimentação da estrada de terra que leva até esta vila montanhosa. “Agora queremos fazer uma unidade médica dentro da cidade, para que possam ter um centro de triagem”. 

“São coisas assim que nos faz perceber que você pode ter um negócio próspero e bem-sucedido, como temos com Dos Hombres, e ainda ser bons administradores da terra e de seu povo”, diz Cranston.

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“Não é a maneira certa de fazer negócios, é a única,” diz Paul, cheio de paixão. “Amamos tanto essa comunidade. Estamos tão orgulhosos de trazer um pedaço bonito de Oaxaca para o resto do mundo.”

À medida que nossa conversa chega ao fim, fica claro que Dos Hombres é mais do que apenas um empreendimento comercial para Cranston e Paul – é um testemunho de sua amizade duradoura e dos valores que compartilham.

De superar os primeiros obstáculos a causar impactos significativos na comunidade produtora de mezcal, sua jornada – da metanfetamina em Breaking Bad ao mezcal na vida real – tem sido nada menos que transformadora. E parece que esse é apenas o começo dessa história.

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Aaron Paul e Bryan Cranston

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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