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Quanto bancos e corretoras são responsáveis pela educação financeiras dos clientes?

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A resolução conjunta n.º 8/2023 do Banco Central (BC) em parceria com o Conselho Monetário Nacional (CMN), que dispõe sobre medidas de educação financeira para instituições financeiras, de pagamentos e outras empresas validadas pela autoridade monetária, entrou em vigor em julho último.

A norma estabelece a adoção de medidas de educação financeira direcionadas aos clientes das instituições, assim como outras que contribuam para a organização e o planejamento do orçamento pessoal e familiar, além de formação de poupança e de resiliência financeira. Também prevê a adoção de mecanismos de acompanhamento e controle da política de educação financeira.

O novo dispositivo legal ainda gera algumas dúvidas, pois não apresenta um detalhamento de como operacionalizar as diretrizes. De qualquer forma, é imperativo reconhecer que se trata de um avanço importante para diminuir o endividamento da população e os impactos na economia.

Saiba mais: O que bancos têm feito pela educação financeira do cliente?

Dados recentes relativos à inadimplência no Brasil mostram um cenário que começa a reverter um padrão negativo que se estabeleceu principalmente durante a pandemia, quando famílias tiveram uma diminuição de renda e, logo, dificuldade em pagar as contas em dia. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a taxa anual de endividamento caiu pela primeira vez em quatro anos. Ainda assim, o porcentual em 2023 foi de 77,8% das famílias brasileiras, longe dos 58,3% de 2012.

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Políticas de combate ao endividamento são necessárias, sem dúvidas. Mas não se sustentam se não houver uma política de educação financeira estruturada. Não basta quitar as dívidas, é preciso saber e ter ferramentas para se organizar e garantir que o endividamento não volte a acontecer ou que aconteça de maneira consciente.

Um dos objetivos da nova resolução do BC e do CMN é justamente prevenir problemas com o endividamento cíclico. Entende-se que, à medida em que as instituições financeiras oferecem serviços de crédito e empréstimo, por exemplo, elas devem passar a agir com transparência e adotar um caráter educativo para evitar que os clientes assumam dívidas com as quais não podem arcar. Podemos depreender que o mecanismo regulatório funciona como uma espécie de mensagem do governo para o setor financeiro, impondo-lhe uma responsabilidade que, até o momento, era mais difusa.

Sabemos que o equilíbrio – ou a falta dele – nas finanças pessoais tem impactos em diferentes áreas da vida pessoal e profissional. Segundo a consultoria Mercer, na pesquisa Saúde sob Demanda 2023, 32% das pessoas endividadas afirmam ter impactos na saúde e 23% em seus relacionamentos; 45% dizem que o dinheiro é a causa número um de stress; metade das pessoas com dificuldade financeira apresentam problemas de saúde mental; e 52% não possuem ou não sabem como montar um planejamento financeiro para os próximos anos.

Educação financeira nas empresas

Números da Pesquisa de Felicidade Financeira, realizada pela SuperRico com mais de 3.700 colaboradores de empresas de diferentes portes, mercados e regiões do Brasil, corroboram esses dados. De acordo com o levantamento, 40% dos endividados dizem que a situação financeira impacta negativamente a autoestima; 42% afirmam se sentir preocupados ou estressados por causa de dinheiro e 29% culpam a preocupação com as contas e os compromissos financeiros por estresses e brigas em casa.

Esse cenário mostra que a relação com o dinheiro traz impactos no dia a dia e no futuro, uma problemática que recai também sobre as empresas, afinal, um colaborador em crise financeira não terá o mesmo nível de engajamento e produtividade. Por essa razão, muitas companhias vêm oferecendo oportunidades para que os colaboradores assumam um papel ativo na gestão da sua saúde e do seu bem-estar. Quando esses profissionais não estão equilibrados financeiramente, relatam percepções negativas com relação a saúde física, mental e, inclusive, financeira, além da carreira.

Leia também: Como uma dívida de R$ 1 milhão no banco foi quitada com apenas R$ 250

Acreditamos que a educação financeira é um pilar fundamental para garantir um futuro mais estável tanto no nível individual quanto no coletivo, pois uma sociedade amadurecida tem seus recursos destinados a funções e serviços que contribuem para a geração de riqueza compartilhada. Conforme os dados que apresentamos acima, as finanças pessoais impactam diretamente a saúde mental e a vida profissional, sendo um aspecto sob o qual as empresas necessitam destinar a devida atenção. A medida do BC e do CMN é salutar, mas é apenas uma entre tantas outras que a própria sociedade civil e o setor empresarial devem adotar para enfrentar um problema que ainda é um calcanhar de Aquiles para muitos brasileiros.

*Carlos Castro é planejador financeiro certificado CFP®. Formado em Engenharia Elétrica, tem pós-graduação em Administração de Empresas e Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e Finanças pelo Insper. Especialista em Negócios Internacionais pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Em 2014, fundou a SuperRico e é CEO da empresa.

*Tiago Calçada iniciou sua carreira na Mercer como analista atuarial há 18 anos. Ao longo de sua trajetória, ele ocupou várias funções e trabalhou em diferentes localidades, incluindo liderança nos escritórios da Mercer no Rio de Janeiro, Brasília e uma breve passagem pelo escritório de Vancouver, no Canadá. Tiago é atuário com MBA em Finanças e atualmente é Diretor de Previdência na Mercer Brasil.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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