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Dólar a R$ 7? Entenda os gatilhos decisivos que podem provocar nova disparada

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Os primeiros dias de agosto trouxeram um cenário de caos para os mercados globais, o que causou um avanço do dólar em 1,81% no acumulado do mês, segundo dados da Economatica. Além dos conflitos no Oriente Médio, que ganharam um novo capítulo no fim de julho, a alta do juros no Japão e o risco de recessão nos Estados Unidos adicionaram uma preocupação a mais para os investidores. Os eventos fizeram o dólar alcançar a máxima de R$ 5,86 durante o pregão de segunda-feira (5) – embora tenha fechado em R$ 5,73. O temor de uma crise econômica levantou dúvidas sobre até onde o câmbio pode chegar no atual volátil ambiente econômico.

Por enquanto, os ânimos ficaram mais calmos e as negociações de terça-feira (6) mostraram uma recuperação dos mercados. A bolsa do Japão, por exemplo, encerrou a madrugada com uma alta de 10%, enquanto o S&P fechou o dia com um avanço de 1,04%. O câmbio, por sua vez, desacelerou e apresentou uma queda de 1,41%, sendo cotado a R$ 5,65. A leitura dos dados do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços norte-americanos, divulgados na segunda-feira, foi o responsável por reduzir o estresse das bolsas.

Caos na segunda, calmaria na terça: o que está acontecendo com o mercado financeiro?

Com os números do PMI acima das expectativas, a narrativa de uma crise econômica nos EUA perdeu força. O índice subiu de 48,8 em junho para 51,4 em julho, enquanto as expectativas previam um aumento menor, a 51, segundo as projeções da FactSet, empresa de dados financeiros. Ou seja, na avaliação de Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, o dado mostra que os mercadores exageraram nas projeções sobre a possibilidade dos EUA estarem em recessão econômica. “O mercado vai aguardar a próxima CPI (inflação ao consumidor) dos EUA no dia 14 (de agosto). Antes disso, é pouco provável ter grandes stress novamente”, afirma o especialista.

A única certeza que assimilada pelos investidores após os primeiros dias caóticos nos mercados em agosto foi a redução do juros nos Estados Unidos na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), nos dias 17 e 18 de setembro. A dúvida que paira no momento está em saber qual será a magnitude da redução dos juros na próxima reunião. O Citi, por exemplo, estima um corte de 50 pontos-base.

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Paralelo a isso, os mercados acompanham a realidade econômica do Japão. Há uma semana, o Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) aumentou a taxa básica de juros da faixa de 0% a 0,1% para 0,25%. Além disso, o BC japonês sinalizou que há a possibilidade de o mercado se surpreender com novos aumentos caso a economia e os preços dos produtos seguirem as atuais projeções. O momento econômico fez com que o índice Nikkei 225 encerrasse as negociações com perdas por três dias consecutivos. A maior depreciação aconteceu na madrugada de segunda-feira (5), quando o índice apresentou uma queda de 12,40%.

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A preocupação, segundo Rafael Bentes, head internacional da RJ+Asset, acontece porque o Japão é um dos principais destinos dos investidores que buscam se financiar com juros mais baixos para investir em outros mercados com taxas mais altas para lucrar com o diferencial de juros. Mas com o início do ciclo de aperto monetário no país, esse movimento, denominado pelo mercado como carry trade, não se torna mais interessante a ponto dos investidores se verem obrigados a zerar suas posições. “Inclusive muitos fundos americanos pegam dinheiro no Japão para comprar Nvidia (NVDC34), por exemplo. Então, podemos ver uma continuação desse movimento nos próximos dias”, diz Bentes, da RJ+Asset.

E além das condições econômicas dos EUA e do Japão, os conflitos do Oriente Médio também devem permanecer no radar dos investidores e podem movimentar o câmbio nos próximos dias. Se houver um aumento na tensão geopolítica entre Israel e os grupos Hamas e Hezbollah, o apetite a risco dos investidores pode reduzir no mercado internacional ao passo de beneficiar o dólar, assim como aconteceu no dia 1º de agosto, quando a moeda norte-americana subiu 1,41%, sendo negociado a R$ 5,73.

Até onde o dólar deve chegar?

Dado o contexto internacional, a dúvida que permanece entre os investidores é se novos gatilhos podem surgir e causar uma escalada do dólar, como ocorreu nos últimos dias. Para os especialistas em câmbio, a tendência é de que haja um movimento de depreciação do câmbio com os ajustes do mercado após a reação exagerada de segunda-feira. A política monetária dos EUA também deve dar ritmo a essa correção da moeda americana se adotar uma política de flexibilização monetária em setembro, como apontam as expectativas dos agentes econômicos.

Caso essa projeção se concretize, os títulos públicos norte-americanos devem perder a sua atratividade e, em contrapartida, podem aumentar o apetite a risco dos gringos, que devem migrar para os mercados emergentes em busca de retornos ainda melhores. “O diferencial de juros entre Brasil e EUA deve aumentar com o corte das taxas que está por vir em setembro. Isso corrobora para que o dólar possa buscar um valor próximo a R$ 5,30 que é a atual projeção do Focus“, diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

O que esperar das próximas 3 reuniões do Copom em 2024? Veja as dicas para o investidor se antecipar

Segundo os dados mais recentes da B3, pela primeira vez em 2024 a captação líquida (a diferença entre entrada e saída) do capital estrangeiro encerrou o mês com um saldo positivo de R$ 7,4 bilhões. Embora seja insuficiente para reverter a retirada de R$ 31,4 bilhões no acumulado do ano, o fluxo de julho sinaliza que esse movimento pode ganhar força em agosto à medida que o risco de recessão nos Estados Unidos for descartado com a divulgação de novos indicadores econômicos.

“O cenário mais provável é que o dólar encerre o ano em R$ 5,50 e R$ 5,80. Mas não descartamos uma apreciação maior do que a que projetamos”, pontua Cláudia Moreno, economista do C6 Bank. Essa possibilidade de uma nova alta do dólar se baseia no cenário fiscal do Brasil que ainda permanece incerto mesmo com o contingenciamento de R$ 15 bilhões anunciado pelo governo. Com essa realidade, o mercado financeiro enxerga um aumento da inflação nos próximos anos diante do desequilíbrio das contas públicas em função do aumento dos gastos e do esgotamento político nas pautas de arrecadação via criação de novos impostos.

Dólar pode chegar a R$ 7?

Agora, se os dados econômicos norte-americanos confirmarem uma desaceleração brusca, a tendência é de que haja uma apreciação ainda mais elevada com os investidores em busca de proteção. “Se tudo ‘der muito errado’, a máxima prevista para o dólar pode chegar a R$ 6,44”, afirma Marcelo Coutinho, especialista em investimentos e analista CNPI do TradersClub. No entanto, esse é o cenário parece ser o mais distante para o mercado dado a realidade do cenário econômico global.

Segundo Flávio Conde, analista da Levante Ideias de Investimento, o dólar pode alcançar os R$ 5,50 com o primeiro corte de juros dos EUA e a R$ 5,40 no fim do ano com mais um reajuste das taxas norte-americanas. “Não comprem dólar porque a moeda norte-americana recua e pode cair mais indo a R$ 5,60 essa semana”, argumentou o especialista.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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