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Nova alta da Selic? Gestores da Verde, Itaú e Genoa revelam suas apostas

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Assim que Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central deixou o palco do Warren Institucional Day, evento da corretora que ocorreu em São Paulo nesta segunda-feira (12), subiram ao palanque outros três nomes importantes do mercado de capitais brasileiro: Luiz Parreiras, da Verde Asset; Bruno Serra, da Itaú Asset; e André Raduan, da Genoa Capital, que, em comum, têm a visão de que uma alta na Selic, a taxa básica de juros da economia, é praticamente certa em setembro.

Logo de cara, explicaram suas visões sobre as falas ditas por Galípolo no painel anterior – o dirigente do BC, cotado para assumir a presidência da instituição após fim de mandato de Roberto Campos Neto, havia reafirmado o compromisso com o controle da inflação e sinalizado que a próxima alta da taxa básica de juros Selic é uma possibilidade que está na “mesa” do Comitê de Política Monetária (Copom).

“A fala de hoje, do diretor Galípolo, está à frente até de boa parte dos analistas de mercado, que ainda estão teimando um pouco em entender que o Banco Central está só seguindo o rito”, disse Serra, responsável pela família de fundos “Janeiro” na Itaú Asset. “É um rito que tem servido muito bem ao Brasil. Para, no final das contas, trazer a inflação para o centro da meta.”

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Quando foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Galípolo enfrentou a desconfiança do mercado. Os investidores temiam que o novo diretor — possível futuro presidente do BC–, fosse na verdade um braço do Governo Lula dentro da autoridade monetária. Essa incerteza levou ao aumento de prêmios de risco no mercado. Contudo, as novas falas de compromisso fiscal, como as do Warren Institucional Day, apaziguaram a situação.

“Eu fico, de certa forma, otimista com o futuro do país porque esse processo de transição do Banco Central tem sido um pouco mais ruidosa. Vem trazendo diversas especulações sobre o que vai ser o futuro da política monetária. E acho que não só as votações, os discursos têm comprovado que estamos no caminho que a gente sempre esteve, no caminho de uma perseguição da meta da inflação”, diz Raduan, da Genoa Capital.

Parreiras, da Verde Asset, seguiu a mesma linha. “Reconquistar essa credibilidade é um trabalho longo, difícil, que não vai ser feito com uma ou duas falas. Mas, com certeza, estamos indo na direção correta”, afirmou o gestor.

Nova alta da Selic é certa

Para os três gestores, a nova alta da Selic em setembro é praticamente certa. O cenário de expectativas de inflação subindo, desemprego baixo e atividade econômica mais forte criam esse ambiente de necessidade de juros maiores.

“E eu acho que é a decisão correta”, afirma Raduan. “Uma decisão que ancora não só as expectativas, mas diminui o prêmio de risco e, eventualmente, dá até a chance de no segundo semestre do ano que vem o BC fazer cortes ainda maiores.”

A principal diferença é em relação ao câmbio. Para Raduan, está variável terá menos peso em uma eventual nova alta da Selic do que as condições domésticas, de inflação, desemprego e atividade. Já Parreiras, vê o peso da desvalorização de 13% do real no ano, como um dos fatores que foram determinantes para uma nova alta.

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“Se o câmbio tivesse a R$ 4,90 ou R$ 5, talvez só manter a Selic em 10,5% seguraria a inflação por mais tempo”, diz Parreiras. “A verdade é que a combinação de uma economia doméstica pujante e desemprego nas mínimas, fez a inflação a rodar acima da meta e alimentar expectativas acima da meta. Todo esse caldo, mais um câmbio que desvalorizou de uma maneira importante, se combina com uma inflação prospectiva mais alta. E aí o Banco Central tem que agir.”

De acordo com o gestor da Verde Asset, para frente, a maior incerteza para a política monetária do Brasil é justamente o curso dos juros nos Estados Unidos. Na outra ponta, Serra, da Itaú Asset, reforça que o nível do câmbio reflete principalmente as dúvidas do mercado financeiro em relação à independência do BC brasileiro.

Para mim o câmbio provavelmente estaria muito mais perto de R$ 5 do que de R$ 6 se a gente não tivesse passado por essa dúvida. O fato é que essa dúvida vai sendo, aos poucos, esclarecida”, afirma Serra. “No final das contas, o que o mercado precisa ver? Precisa ver que o BC é o BC normal. Na hora que ficar claro para todo mundo, eu acho que a coisa se reverte muito rapidamente.”

Os gestores também têm “dificuldade” em ver uma recessão acontecendo nos Estados Unidos – temor que provocou uma queda generalizada das Bolsas no início de agosto. Parreiras, contudo, faz uma ressalva: para ele, o fator de risco que poderia empurrar os Estados Unidos para uma desaceleração mais forte seria uma escalada rápida do desemprego, que é uma variável que tem característica de crescimento imprevisível. Em relação às eleições nos Estados Unidos, a percepção é de que ambos os lados, republicanos e democratas, possuem planos econômicos que causarão mais inflação ao país.

Ativos preferidos

No final, os gestores listaram os ativos preferidos – e aqueles para ficar longe. Raduan prefere posições tomadas em juros, long em moedas emergentes. Por outro lado, prefere não apostar em ativos ligados a commodities, uma vez que a China (principal mercado consumidor de commodities) ainda não demonstrou conseguir resgatar a atividade econômica do país. Parreiras afirma “gostar” de juro real e bolsa nos Estados, “algumas coisas” na bolsa do Brasil e crédito.

Serra, do Itaú, aponta as posições tomadas na parte curta da curva de juros. Também gosta de Bolsa do Brasil e compara o Ibovespa a um “ativo de colecionador”. “A gente tem um pouco lá e com o tempo vai valorizando”, aponta ele.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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