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Beatriz Souza: “O que me manteve firme foi o sonho da medalha”

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Mike Egerton/PA Images via Getty Images

Beatriz Souza se emocionou ao dedicar medalha de ouro para avó em Paris 2024

Beatriz Souza fez história ao conquistar o primeiro ouro do Brasil na Olimpíada de Paris. Além de trazer a medalha para casa, a judoca conquistou uma legião de fãs pelo país como exemplo de força e superação. Aos 14 anos, ela saiu de casa para seguir o sonho olímpico e, no último sábado (10), voltou para sua cidade natal, Peruíbe, no litoral paulista, com duas medalhas no peito. “Abri mão de muita coisa para estar aqui. Hoje, posso falar que sim, realmente vale a pena.”

Em sua estreia nos Jogos Olímpicos, a atleta não apenas levou o ouro, como também ajudou a conquistar o bronze por equipes ao lado da seleção brasileira de judô. Mas o sucesso, para ela, não se resume às medalhas: “Agora, envolve muito mais. Quero ser um espelho para as pessoas.”

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Não faltaram inspirações para a atleta, dentro e fora do tatame. Beatriz construiu sua carreira no esporte graças ao esforço dos pais, Poscedonio de Souza e Solange Rodrigues, que se desdobraram para investir no sucesso da filha. Em Paris, a atleta dedicou a vitória à sua avó, Brecholina da Silva, que morreu em junho de 2023. “Sempre tive excelentes exemplos de guerreiras na minha vida, é de onde eu tiro a minha força.”

Beatriz Souza, ou Bia, foi abraçada pelos fãs do Brasil. No dia da competição em Paris, somava 13 mil seguidores no Instagram e alguns torcedores brasileiros em meio à multidão francesa na arena do Campo de Marte. Hoje, acumula mais de 3,4 milhões de fãs nas redes sociais.

A judoca ainda está se situando depois da vitória em Paris, enquanto se prepara para as próximas conquistas rumo a uma nova medalha em Los Angeles. “Por mais que possa parecer impossível, não é. Mas não vai ser fácil.”

Catherine Steenkeste/Getty Images

Aos sete anos, Beatriz Souza se descobriu no judô

Confira os destaques da entrevista

Forbes: Como surgiu sua paixão pelo judô? 

Beatriz Souza: Comecei o judô porque eu era uma criança muito hiperativa. Cheguei a fazer natação e dança para ver se acalmava, mas nada dava resultado. Meu pai, que é um ex-judoca aposentado, me levou para assistir um treino e foi aí que eu me apaixonei pelo judô e pelo esporte. Passou uma semana e já estava treinando com o pessoal.

Desde então, não parei mais. Com 14 anos, fui para São Paulo. Fiquei uns 10 meses no Palmeiras e, depois, fui convidada para o Esporte Clube Pinheiros, que é onde estou até hoje.

O significado de sucesso mudou para você depois das medalhas olímpicas?

Normalmente, o atleta tem uma visão só de resultado e de ir atrás de mais medalhas. Agora, envolve ser espelho para outras pessoas. Se eu vejo que as crianças começaram o judô por minha causa ou não desistiram de um sonho porque se inspiraram em mim, com certeza posso chamar isso de um grande sucesso.

Como está lidando com a fama nas redes sociais?

Ainda é novo para mim. No dia da competição, acordei com 13 mil seguidores e fui dormir com um milhão e meio. Ver o quanto está crescendo é muito bacana. Espero poder trazer um pouco mais da minha vida e da trajetória de um atleta de rendimento para o pessoal acompanhar um pouco da loucura e se inspirar.

Como você avalia sua trajetória?

Abri mão de muita coisa para estar aqui. Hoje, posso falar que sim, realmente vale a pena. Mas, no caminho, sempre tive dúvidas se estava fazendo a coisa certa. Vejo que me mantive muito bem durante todos esses ciclos. Desde que comecei a disputa da vaga de Tóquio, tive uma evolução muito grande, sempre me mantendo no pódio e brigando pela medalha. Espero continuar nessa evolução até Los Angeles.

O que podemos esperar de você até a próxima Olimpíada?

Espero amadurecer e crescer ainda mais no judô, com uma evolução não só dentro do tatame, mas fora também, como pessoa. Não vai ser como a primeira vez, mas tenho certeza que vai ser mágico. Sempre faço da competição meu parque de diversões.

Muitas brasileiras começaram a se inspirar em você. Já tinha imaginado ser exemplo para outras mulheres?

Nunca tinha passado pela minha cabeça que eu ia chegar aqui. Sempre tive muita inspiração, não só dentro de casa, mas nos tatames também, com colegas de treino.

Quando cheguei no Pinheiros, estava simplesmente dividindo o tatame com Leandro Guerreiro, Tiago Camilo e Rafael Silva, então não me faltavam inspirações ali. A forma deles de me contarem suas histórias me fez querer escrever a minha também.

Usei eles como espelho e espero que as pessoas façam o mesmo comigo. Mas não só como um objetivo profissional, e sim na vida, para ser uma pessoa melhor e alcançar os sonhos, mesmo que não seja no esporte. Quero muito ser uma inspiração positiva.

Sarah Stier/Getty Images

Beatriz Souza celebrou o bronze por equipe mista com a seleção brasileira

Você sempre fala sobre a importância dos seus familiares na sua trajetória. Qual a sua relação com as mulheres da sua família e como elas te inspiraram?

Deus me abençoou com uma família incrível e cheia de inspirações. Minha mãe é maravilhosa, uma super guerreira. Meus pais sempre trabalharam muito, então nunca faltou nada para mim e para a minha irmã quando éramos crianças, graças à luta deles.

Minha avó, para quem eu dediquei a medalha, sempre foi uma guerreira também. Criou minha mãe e meu tio desde cedo porque meu avô faleceu novo. Sempre tive excelentes exemplos de guerreiras na minha vida e é de onde eu tiro a minha força. Elas nunca pensaram em desistir e sempre seguiram em frente, foram minhas inspirações dentro de casa.

Você faz questão de que sua família fique em casa durante as competições. Como surgiu esse hábito?

Desde que eu saí de casa, eles nunca assistiram uma competição presencialmente. Sempre acompanham pela internet. Eu não ia fazer nenhum teste em Jogos Olímpicos, não era o momento de testar nada. Meu marido queria muito ir, mas avisei logo no começo. Saber que eles estão bem e seguros em casa me deixa mais tranquila, não preciso me preocupar.

Você já se sentiu sozinha em algum momento nessa trajetória? Teve alguma vez que pensou em desistir?

Com 15 anos, já estava fora de casa. É muito mais difícil sair de onde tem tudo arrumado e a comida feita para começar a se virar com tudo. O amadurecimento teve que ser muito rápido, em questão de meses. Foi uma fase bem difícil para mim, mas o que me manteve firme nesse caminho foi a esperança de realizar o sonho da medalha olímpica. Sempre foi o meu maior foco.

Qual foi a sensação de entrar na arena em Paris antes da luta?

Quando passei pelo corredor para entrar na área de competição, bem embaixo da arquibancada, meu coração estava acelerado. Na hora que cheguei na entrada e deu para ver o lugar, me deu uma tranquilidade gigante. Falei ‘estou em casa, está tudo bem. Eu sei o que fazer aqui’. A competição toda fluiu, estava super à vontade e muito feliz de estar vivendo tudo aquilo.

Quais dicas você deixa para quem quer seguir os seus passos?

Escutem seu Sensei. Pode parecer loucura, mas eles têm uma experiência grandiosa. Se inspirem em grandes atletas, sejam disciplinados e acreditem no processo. Por mais que possa parecer impossível, não é. Mas não vai ser fácil.

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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