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Agronegócio

Decisão que afeta a Petrobras (PETR4) pode reduzir preço do gás para o consumidor

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Os consumidores brasileiros poderão verificar uma vantagem de 10% a 15% no preço do gás natural previsto para importação de Vaca Muerta, na Argentina. Em um dos cenários prospectivos, a venda poderá ficar em US$ 12,00 por milhão de BTU (British Thermal Units), no momento em que a Petrobras (PETR3; PETR4) comercializa na ordem de US$ 14,00 por milhão de BTU.

Os cálculos foram feitos pela Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a partir de informações do setor privado argentino e brasileiro. Embora não sejam números fechados e a redução de preço não seja elevada, a proposta é recebida positivamente no meio empresarial.

O escoamento transfronteiriço deverá ser feito pelo gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). Pela previsão, o gás vai sair do megacampo de Vaca Muerta – com grande reserva de gás de xisto (ou shale gas) – no valor de US$ 4,00. O transporte até o Brasil deve adicionar mais US$ 4,00. Já em terras brasileiras, há outros custos no sistema de transporte interno, por exemplo.

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São 3,5 mil quilômetros de gasoduto que o combustível deverá percorrer. Apesar da logística, que naturalmente encarece o produto, o gás conseguirá chegar no Brasil mais competitivo do que os preços que estão sendo praticados atualmente no mercado interno, como na estatal.

“Isso traz mais concorrência para o mercado brasileiro, que ainda é muito dominado pela Petrobras. É uma pressão de redução de preço, embora não seja nenhuma mudança estrutural no setor”, avalia Adrianno Lorenzon, diretor de Gás Natural da Abrace Energia.

Detalhes da operação que visa tirar monopólio da Petrobras

Negociações

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deve realizar uma visita técnica em Vaca Muerta em breve. Ainda neste ano há expectativa na pasta para a formalização de Memorando de Entendimento (MoU) com o governo argentino sobre o tema.

Outra via de escoamento do gás que entrou na discussão é o gasoduto Néstor Kirchner, ligando a região de Vaca Muerta até o Rio Grande do Sul, mas a infraestrutura não está totalmente concluída. No curto prazo, a opção é considerada inviável por integrantes do setor, pois seriam necessários pelo menos de 500 quilômetros adicionais de gasoduto para chegar até o sul do RS.

Silveira tem defendido uma comercialização direta com as empresas brasileiras, sem intermédio da petroleira. A Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer) e a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer) estão em contato com os principais produtores de gás na Argentina. Em julho, o setor cerâmico brasileiro consumiu 3,3 milhões de m³/dia de GN.

A expectativa é que ainda nas próximas semanas seja realizada uma rodada de visita das empresas na Argentina, com tratativas sobre a garantia de fornecimento, preço da molécula e condições de flexibilidade nos contratos.

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“O aumento do número de players ofertantes é condição indispensável para que a indústria nacional tenha a possibilidade de obter GN a preços mais competitivos do que temos no dia de hoje”, apontou o diretor relações institucionais e governamentais (RIG) da Aspacer, Luís Fernando Quilici.

Oferta e demanda

Hoje, a demanda de gás está em aproximadamente 100 milhões de m³ por dia, segundo levantamento do Ministério de Minas e Energia (MME), com uma produção nacional de gás natural estimada em 140 milhões de m³/dia. Porém, há uma reinjeção na casa de 73 milhões de m³/dia. Ou seja, a oferta interna efetiva acaba não cobrindo a demanda.

A reinjeção do gás é justificada por diferentes frentes. Ela é utilizada, por exemplo, para melhorar o aproveitamento do reservatório. A introdução de gás natural no reservatório após a sua produção é feita para manter dentro dos poços uma pressão suficiente no processo de extração de petróleo, resultando em aumento na produção de petróleo.

Essa técnica também é apontada como alternativa à queima do gás, com a insuficiente integração física para escoamento. “O ideal seria reduzir o nível de reinjeção, principalmente dos campos do pré-sal, que estão lá em Búzios. Então não é um problema de falta de gás no Brasil, é um problema de falta de infraestrutura para trazer esse gás para o litoral e oferecer ele domesticamente”, analisa Bruno Pascon, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Neste mês, a Petrobras anunciou que iniciará as operações do gasoduto Rota 3, com 355 km de extensão, sendo 307 km referentes ao trecho marítimo e 48 km referentes ao trecho terrestre. Visando ampliar o escoamento de gás natural, a conexão será do pré-sal da Bacia de Santos ao polo Gaslub – antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

“Ao invés de importar da Argentina ou de qualquer outro país, o melhor cenário é usar o gás doméstico, investir em gasoduto no Brasil para aproveitar esse gás. Aí sim vamos chegar a um preço mais competitivo, nas nossas contas, entre US$ 8,00 a US$ 9,00 já para a distribuidora”, estima Pascon.

Empresas mobilizam

Na semana passada, Alexandre Silveira tinha agendado um encontro com empresários brasileiros e argentinos na Província de Neuquén, além de visita à planta de gás natural em Vaca Muerta. A reunião foi desmarcada, com expectativa de nova data.

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O gás natural, como combustível industrial, é utilizado em setores como siderurgia, cerâmica, química e petroquímica. Procurada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nota que consumidores industriais de gás veem “com expectativa” a possibilidade de compra direta pela indústria de gás natural da Bolívia e da Argentina.

“A recuperação da competitividade da indústria intensiva em energia passa por uma abertura do mercado de gás que promova a diversidade de oferta”, disse em nota a entidade.

O MME estimou em abril deste ano o potencial de garantir gás natural em 3 milhões de m³ por dia, se o Brasil fechar parceria para importar o combustível da reserva de Vaca Muerta, na Argentina. As negociações continuam, visando reduzir o monopólio da Petrobras (PETR3; PETR4).

* Com informações do Broadcast

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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