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“A IA poderia salvar o planeta, mas tem contribuído para a crise”, diz fundadora do Women in AI

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Moojan Asghari: “A IA nos desafia a repensar nossa existência e sobrevivência, especialmente à medida que ela se torna mais integrada ao tecido de nossas vidas diárias e sistemas críticos.”

Uma inofensiva consulta ao ChatGPT gera impactos ambientais dignos de preocupação. Essas e outras reflexões foram feitas por Moojan Asghari, iraniana residente em Paris que fundou a Women in AI, entidade que se propõe a encontrar caminhos para ampliar a presença feminina em empresas, vagas e discussões relacionadas à inteligência artificial.

Moojan falou com a Forbes Brasil durante sua passagem pela Bahia, no IT Forum, no final de semana passado. Em sua apresentação, ela alertou que a IA pode ajudar a resolver os problemas gerados pela crise climática, mas sua demanda por energia em função do alto processamento de dados gera impactos diretos ao meio ambiente. Em um de seus slides, Moojan mostrou que para 200 milhões de consultas no ChatGPT são emitidas mais de 300 toneladas de CO2.

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Ela também destacou a necessidade de ampliar o acesso e educação para a IA e a importância da regulação responsável. “Iniciativas que tornam a educação e os recursos de IA acessíveis a grupos sub-representados podem ajudar a democratizar seu uso e influência. Precisamos de regulamentações que mandem conselhos diversos para empresas que desenvolvem IA, garantindo que diferentes perspectivas sejam trazidas à mesa. Além disso, promover modelos e exemplos de empresas que valorizam a diversidade pode ajudar a mudar a narrativa”, destacou.

Forbes Brasil – Dentre vários outros conceitos tecnológicos, a IA é um dos poucos que nos colocam para pensar sobre existência e sobrevivência. Você concorda que estamos diante de uma tecnologia que determina nosso futuro como espécie?
Moojan Asghari – A IA, de fato, nos desafia a repensar nossa existência e sobrevivência, especialmente à medida que ela se torna mais integrada ao tecido de nossas vidas diárias e sistemas críticos. Por um lado, tem o potencial de ser uma virada de jogo no enfrentamento de alguns dos desafios globais mais urgentes, como mudança climática, crises de saúde pública e distribuição de recursos. No entanto, com esse poder vêm questões éticas e existenciais significativas. Se desenvolvermos sistemas de IA que priorizam a eficiência sem considerar os impactos ambientais, poderíamos acabar exacerbando os mesmos problemas que estamos tentando resolver.

FB – Quais são os principais paradoxos ou armadilhas quando falamos do impacto da IA em nossa sociedade?
Moojan – Um dos paradoxos mais significativos da IA é seu duplo potencial de resolver e criar problemas. Estamos em um ponto de inflexão em que o desenvolvimento da IA coincide com a maior crise existencial da humanidade: a mudança climática. Por um lado, a IA poderia ser uma poderosa aliada na resolução, otimizando o uso de energia, prevendo os impactos da mudança climática e oferecendo soluções inovadoras que talvez nunca alcançássemos por conta própria. No entanto, ironicamente, a própria tecnologia que poderia nos salvar também está contribuindo para o problema. O desenvolvimento e a implantação da IA são extremamente intensivos em energia, com centros de dados e a criação de grandes modelos de linguagem consumindo vastas quantidades de eletricidade – às vezes excedendo o uso anual de países inteiros. Além disso, a IA pode amplificar os vieses humanos se não for cuidadosamente projetada, minando os esforços para promover a diversidade e a equidade.

“A ideia de que a IA pode nos tornar mais humanos é uma faca de dois gumes. Por um lado, sugere que a IA pode nos libertar de tarefas mundanas e repetitivas, permitindo-nos focar no que realmente nos define como humanos – criatividade, empatia e resolução de problemas complexos”

FB – Regulação é um ponto sensível sobre IA, quais os caminhos possíveis?
Moojan – Regulamentar a IA é de fato um dos desafios mais complexos que enfrentamos hoje, especialmente à medida que essa tecnologia evolui rapidamente. Estamos em uma situação em que a influência da IA atravessa fronteiras, enquanto os frameworks regulatórios permanecem em grande parte nacionais. Nos EUA, a abordagem tem sido focada na inovação, enquanto o ambiente regulatório da China é estritamente controlado e dirigido pelo estado. No entanto, o desafio está em equilibrar essas abordagens regulatórias globais para criar um padrão internacional coeso. Para corporações globais, isso apresenta um verdadeiro dilema. Como elas podem cumprir ambientes regulatórios vastamente diferentes enquanto continuam a inovar? As startups enfrentam um desafio ainda maior – como elas podem escalar e inovar sob o fardo de regulamentações potencialmente conflitantes? O caminho a seguir pode estar na criação de coalizões internacionais que se concentrem em estabelecer padrões globais, enquanto também permitem espaço para inovação.

FB – A IA, atualmente, está na mão de grandes corporações cujos líderes não expressam nenhuma diversidade, existe um caminho para democratizar o uso e o conceito?
Moojan – Infelizmente, é verdade que a IA está atualmente nas mãos de algumas grandes corporações, e muitas dessas organizações carecem de diversidade no nível de tomada de decisões. Em alguns casos, elas não possuem conselhos éticos ou, se os possuem, esses conselhos muitas vezes não são representativos do mundo diverso em que vivemos. Essa falta de diversidade não é apenas uma questão ética – é uma questão de negócios. Equipes diversas foram comprovadas como geradoras de mais receita e redução dos custos associados a produtos tendenciosos e danos à reputação. As empresas que não priorizam a diversidade eventualmente perceberão que estão perdendo benefícios significativos. Para garantir que a IA beneficie a todos, precisamos diversificar as vozes envolvidas em sua criação. Isso significa não apenas promover a diversidade de gênero e étnica, mas também incluir perspectivas de diferentes setores e regiões.

“O desenvolvimento e a implantação da IA são extremamente intensivos em energia, com centros de dados e a criação de grandes modelos de linguagem consumindo vastas quantidades de eletricidade – às vezes excedendo o uso anual de países inteiros. Além disso, a IA pode amplificar os vieses humanos se não for cuidadosamente projetada, minando os esforços para promover a diversidade e a equidade”

FB – Qual o cuidado que precisamos ter ao afirmar que a IA pode nos tornar mais humanos?
Moojan – A ideia de que a IA pode nos tornar mais humanos é uma faca de dois gumes. Por um lado, sugere que a IA pode nos libertar de tarefas mundanas e repetitivas, permitindo-nos focar no que realmente nos define como humanos – criatividade, empatia e resolução de problemas complexos. Nesse sentido, a IA tem o potencial de aprimorar nossa humanidade, dando-nos mais tempo para nos envolver nessas atividades inerentemente humanas. No entanto, há o risco de que essa ideia possa deslocar a responsabilidade de nós. Pode implicar que somos de alguma forma menos humanos agora. O verdadeiro desafio é reconhecer que primeiro precisamos definir nossos valores e ética, antes de podermos fazer isso para nossas tecnologias. Caso contrário, é fácil se perder à medida que desenvolvemos essas tecnologias.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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