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Spider robot, o robô que vai ajudar produtores a combater pragas das lavouras

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Spider robot, o robô em forma de aranha que está indo para o campo

Uma equipe de engenheiros e fitopatologistas está desenvolvendo robôs-aranha, ou spider robots, como a mais nova arma na guerra contra uma devastadora doença que vem atacando as lavouras.

As cucurbitáceas são uma grande família de plantas que incluem culturas alimentares importantes, como pepino, melancia, abóbora e abobrinha, entre outras. Em 2004, um surto de uma doença chamada míldio, que ataca essas cucurbitáceas, devastou a produção no meio-oeste e no leste dos Estados Unidos, reduzindo a colheita em 40%. No Brasil, o míldio – causado por um fungo –, também é uma doença comum que frequentemente causa grandes perdas econômicas aos produtores.

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“Esta é uma doença devastadora e causa milhões de dólares em perdas para nossos produtores na Carolina do Norte, nos EUA e além”, diz Mariana Prieto Torres, que é doutoranda em fitopatologia na Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, e que trabalha com o patógeno de plantas do tipo oomiceto (Pseudoperonospora cubensis), que causa o míldio das cucurbitáceas.

“Estamos tentando detectar a presença do patógeno no campo, antes que possamos começar a ver sintomas da doença nas plantas, para otimizar a aplicação de fungicidas e economizar dinheiro dos produtores”, diz ela. No míldio, o controle da doença deve ser preventivo porque a disseminação do fungo é extremamente rápida nas plantações.

Para chegar ao robô-aranha, inicialmente, os pesquisadores desenvolveram armadilhas estacionárias para capturar esporos transportados pelo ar nos campos, para que a doença pudesse ser detectada antes que as plantas mostrassem sintomas. Mas levaria muito tempo para os agricultores verificarem as armadilhas em grandes fazendas.

Então, o grupo de fitopatologia se uniu à engenheira de robótica agrícola, a professora assistente Lirong Xiang, e ao seu aluno de pós-graduação em engenharia, Zhenghua Zhang, para desenvolver um robô. Eles optaram por um robô em forma de aranha, após perceberem que os drones enfrentariam problemas regulatórios e um robô com rodas ficaria preso nas ramas de muitas dessas plantas.

Mary Lorscheider

Equipes de engenharia e agronomia reunidas em Raleigh, Carolina do Norte, em maio deste ano

O robô é semelhante a uma aranha de seis pernas e desliza pelas fileiras dos cultivos. Por quase dois anos, os pesquisadores trabalharam juntos à NC Plant Sciences para encontrar maneiras de ajudar os produtores a gerenciar melhor o míldio. Agora, que é verão no hemisfério norte, eles começam a testar o robô, que foi construído no laboratório liderado por Xiang.

“O maior desafio tem sido a novidade desse trabalho, especialmente em relação aos veículos de amostragem”, diz Mariana, acrescentando que “ninguém fez isso antes”, então houve muita tentativa e erro para chegar ao robô-aranha.

“Sou muito apaixonada por este trabalho e a maior oportunidade é o impacto que ele pode ter: em uma escala menor, o impacto na indústria de cucurbitáceas nos EUA, mas em uma escala maior, este trabalho tem o potencial de ser aplicado em outras culturas e sistemas”, diz ela.

Um robô para o Sul Global

Mariana nasceu e cresceu na cidade de Cajicá, em Cundinamarca, na Colômbia, antes de começar os estudos de microbiologia e biologia na Universidade de Los Andes, em Bogotá.

“Sempre me interessei pela natureza. Por isso escolhi essas áreas”, diz ela. “Durante a graduação, fiquei muito inspirada pelo que aprendi no curso de fitopatologia, especialmente como a ciência poderia beneficiar as comunidades agrícolas.”

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Mariana explica que se candidatou a estágios de verão nos EUA e conseguiu um na Universidade Estadual da Carolina do Norte, trabalhando no Laboratório de Fitopatologia Vegetal, liderado por Lina Quesada Ocampo.

“Fiquei maravilhada com o sistema de extensão que eles têm, conectando universidades com produtores e suas necessidades”, diz ela. “Depois disso, sabia que queria fazer pós-graduação. Então, me mudei para a Carolina do Norte para começar meu doutorado em fitopatologia em 2021, no mesmo laboratório onde fiz meu estágio de verão.”

Becky Kirkland

Mariana Prieto-Torres em sua bancada de laboratório na NC State University em Raleigh, Carolina do Norte

Mariana explica que grandes pesquisas estão sendo realizadas no Sul Global, termo usado para se referir a países emergentes, porque esses países têm cientistas muito talentosos trabalhando e treinando a próxima geração. No Brasil, por exemplo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem linha de pesquisa e publicações sobre esta doença.

“Há um enorme potencial para inovação com perspectivas diversas e em colaboração com outros”, diz ela. “Existem muitos desafios globais com soluções que dependem da aplicabilidade da ciência, e acredito que esta é uma das perspectivas únicas que o Sul Global está contribuindo de forma singular.”

O futuro da batata-doce e outros vegetais

A supervisora de Mariana Prieto Torres, a pesquisadora colombiana Lina Quesada-Ocampo, cresceu visitando a fazenda da família. Agora, ela ajuda os agricultores a combater surtos de doenças que devastam as culturas de batata-doce e vegetais como pepino, melancia, abóbora e abobrinha.

“Como faço pesquisa e extensão, os projetos são geralmente guiados pelas necessidades dos produtores em nosso estado. Então, pode-se dizer que os projetos me escolhem, e não o contrário”, disse Lina. “Tivemos surtos graves de patógenos que afetam a batata-doce e as cucurbitáceas, resultando em milhões de dólares em perdas para nossos produtores.”

Lina explica que as doenças mais destrutivas em que seu grupo se concentra agora são a podridão-negra da batata-doce, causada pelo fungo Ceratocystis fimbriata, e o míldio das cucurbitáceas, causado pelo oomiceto Pseudoperonospora cubensis. Ambas as doenças ressurgiram após anos de controle bem-sucedido.

“Por meio de nossa pesquisa, estamos tentando entender o que causou seu ressurgimento para que possamos ser proativos e tentar evitar que isso aconteça no futuro”, diz ela.

*Andrew Wight é colaborador da Forbes EUA. Elé é jornalista científico e também escreve para Science, Nature e New Scientist, entre outros.

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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