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Agronegócio

Vale (VALE3) escolhe novo CEO: veja o que esperar da nova gestão

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A Vale (VALE3) anunciou na noite de segunda-feira (26) que seu conselho de administração escolheu de forma unânime o atual diretor financeiro, Gustavo Pimenta, para ser o CEO da companhia. Na visão de analistas do mercado financeiro, o anúncio foi positivo e diminuiu as incertezas sobre o futuro da mineradora. Pimenta deve assumir o controle da empresa em 1º de janeiro de 2025.

Confira: Gustavo Pimenta: conheça o novo presidente da Vale que assume em 2025

O executivo tem uma extensa carreira no setor financeiro, de energia e mineração. A fase de transição e posse segue o calendário divulgado no último dia 1º de maio. Na visão de analistas da Ágora Investimentos, a sucessão da Vale domina as manchetes nos últimos meses.

No início de março, a Vale anunciou que o Conselho de Administração decidiu estender o mandato atual de Eduardo Bartolomeo (que inicialmente acabaria em setembro) apenas até dezembro, bem como iniciar o processo de sucessão em linha com a sua política.

“Esperamos uma reação positiva do mercado, pois vemos o anúncio do CEO mais cedo do que o esperado como um evento de redução de risco para a Vale. Destacamos que a incerteza relacionada ao próximo CEO foi uma das principais preocupações entre os investidores, e o anúncio deve ser bem recebido pelo mercado”, dizem Rafael Barcellos, do Bradesco BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.

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Os especialistas destacam outros três fatores como positivos. O primeiro foi o momento do anúncio, ocorrida antes do esperado, visto que o mercado estimava a divulgação do nome somente em dezembro. Outro ponto é que Gustavo Pimenta construiu um histórico sólido com investidores e a comunidade de mineração em geral.

Eles comentam que o anúncio tende a trazer uma transição de CEO potencialmente tranquila, com a empresa mantendo sua estratégia disciplinada de alocação de capital. “Olhando para o futuro, os investidores buscarão mais visibilidade sobre um possível acordo relacionado ao acidente de Mariana — que deve ser visto como o próximo evento de redução de risco para a história da Vale”, apontam Barcellos e Chanes.

Para os analistas da Genial Investimentos, a decisão reduz as incertezas e os ruídos de possível interferência estatal na companhia. O anúncio estava previsto para maio, mas foi prorrogado em meio às pressões do governo para indicar um nome. Na época, notícias circularam pela imprensa de que o governo Lula queria indicar Guido Mantega para gerir a mineradora.

“Como a troca de CEO deveria acontecer ainda em maio, vimos a decisão de extensão do contrato por um período tão curto (maio a dezembro) como parcialmente negativa, uma vez que não terminava sobre quem seria o nome por trás das decisões estratégicas da companhia de 2025 em diante, dando margem para o governo continuar a pressionar na indicação, que por ventura, fosse alinhada aos interesses da gestão Lula”, apontam Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.

Escolha do CEO da Vale afasta riscos políticos

Os analistas comentam que muitos investidores se questionavam se a companhia iria ceder às pressões políticas. A Genial afirma que é preciso colocar em perspectiva que, embora a Vale seja uma corporation (companhia sem controlador), a composição do Conselho de Administração favorecia o lado do governo, com Daniel Stieler ocupando a Presidência do colegiado e tendo sido indicado ao cargo pela Previ (fundo estatal de previdência do Banco do Brasil).

“Julgamos que os embates entre Stieler e alguns conselheiros no âmbito da sucessão de Bartolomeo criaram um clima pouco sustentável, culminando na renúncia de José Penido (ex-presidente do conselho e estava na Vale desde 2019) em março, além de Vera Marie Inkster em julho. Destacamos inclusive que ambos eram conselheiros independentes. Com a saída dos dois, a Vale passou a estar em desacordo com o estatuto social sobre a quantidade de conselheiros independentes em seu board”, ressaltam os especialistas.

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Os analistas apontam que o nome de Gustavo Pimenta deve refletir ventos favoráveis para as ações da Vale, afastando de vez a perspectiva de conectar o governo ao cargo de CEO. Além disso, trata-se de um nome já conhecido na companhia e no setor, não só percebido como uma blindagem contra pressões externas do ponto de vista político.

Na visão de Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, Pimenta é um nome de mercado. O novo presidente da mineradora já trabalhou em auditoria, já foi CFO do Grupo AES. “O mandato de Pimenta tende a ter uma boa relação com o mercado, o que estava sendo algo a desejar pelo mandato do Bartolomeu. A Vale não era muito clara em sua comunicação, o que acabava gerando a sensação da empresa prometer e não entregar. No entanto, vejo que isso deve mudar na gestão do Pimenta”, diz Horta.

O especialista também lembra do temor do mercado em relação à indicação de Mantega, que era o nome que Lula queria emplacar para ser o CEO da companhia. Para Horta, a Vale ainda pode apresentar alguns riscos para o investidor. “Não sabemos se houve uma negociação entre o Previ e os demais conselheiros da Vale para essa indicação. Com a saída dos dois conselheiros independentes, o governo ficou um pouco mais forte na empresa, o que pode gerar dúvidas para o investidor sobre o que esperar da empresa daqui para frente”, afirma.

O que fazer com as ações da Vale?

Os analistas ouvidos pela reportagem estão otimistas com o papel. A Ágora Investimentos ressalta que mantém sua recomendação de compra para o ativo pelo fato de o papel estar descontado.

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“Mantemos a recomendação de Compra para VALE3, que estão sendo negociadas a um atraente múltiplo EV/EBITDA de 4,0 vezes para 2024”, apontam Rafael Barcellos do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos.

Já os analistas da Genial afirmam que a decisão parece assertiva e que o mercado deve reagir de maneira positiva, retirando um dos overhangs, mas ainda faltam os empasses envolvendo Mariana e as ferrovias.

Por outro lado, os especialistas também enxergam incertezas sobre quem será o CFO que substituirá Gustavo Pimenta em suas funções. Isso não ficou claro no comunicado oficial da mineradora. Ainda assim, eles comentam que preferem que Pimenta continue sua trajetória na Vale, como também seja elevado ao cargo de CEO, ficando ainda mais à frente do rumo estratégico da companhia.

“Recomendamos compra para as ações da Vale. Principalmente por estar sendo excessivamente penalizada pelo mercado, negociando um EV/EBITDA 2025E de 3,3 vezes (vs. 5,0 vezes na média histórica) e por ser uma companhia com geração sólida de fluxo de caixa nesse nível de preço descontado”, comentam Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.

A Genial tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 78,50, alta de 35,23% na comparação com o fechamento de segunda-feira (26), quando a ação encerrou o pregão a R$ 58,05.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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