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Agronegócio

Dubai está em busca de um PIB de R$ 300 bilhões

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Somente em 2022, as startups de Dubai faturaram mais de US$ 2 bilhões

No fim de 2023, Dubai sediou um evento internacional, com o qual tentou desviar a atenção do petróleo e valorizar seus outros atributos, por assim dizer. A atividade petrolífera de fato hoje corresponde a menos de 2% do PIB do emirado, enquanto no vizinho mais rico, Abu Dhabi, representa quase 50%. E, de olho nos mercados emergentes, o Dubai Business Forum 2023 quis mostrar para o mundo como, graças a uma notória política de incentivos em que os setores público e privado se confundem, o mais turístico dos Emirados Árabes é uma potência também em tecnologia e inovação.

Realizada no complexo Madinat Jumeirah no início de novembro, a quarta edição do fórum atraiu 2 mil delegados, entre lideranças empresariais, investidores e economistas vindos de 49 países para ouvir alguns dos quase 50 palestrantes que discursaram nas 24 plenárias, na arena principal ou nas diversas apresentações estilo TED Talk no Future Theatre.

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No Deals Hub, espaço para fazer networking, as delegações agendaram mais de 550 reuniões virtuais, informaram-se sobre como expandir para Dubai ou fazer parcerias com as empresas locais e selaram mais de 20 negócios, a exemplo de um acordo (de valor não relevado) com a Mastercard, que vai estabelecer um hub de inovação em inteligência artificial no emirado.

“O grande propósito do evento é colocar ênfase no que podemos oferecer não apenas às empresas da região como para todos os nossos parceiros comerciais”, disse Mohammad Ali Rashed Lootah, presidente da Dubai Chambers, responsável pelo evento. “Nossa política é muito conectada com o setor privado, o que permite que o Estado se flexibilize para acomodar os negócios”, comentou Saeed Al Gergawi, vice-presidente de economia digital da DC, a Câmara de Comércio e Indústria local.

Brasil na sétima posição

Com o tema “Mudando o Poder Econômico: Dubai e o Futuro do Comércio Global”, a programação foi dividida em quatro pilares: globalização, investimento estrangeiro direto, transformação digital e mercados emergentes. Segundo diferentes levantamentos, como o da PwC, em 2050, seis das sete maiores potências do mundo serão economias emergentes, com o Brasil na sétima posição.

O Dubai Business Forum está alinhado com o D33, plano econômico anunciado em janeiro de 2023 pelo xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, príncipe herdeiro de Dubai e vice-presidente dos Emirados Árabes. Estimada em US$ 8,7 tri, a agenda tem a ambiciosa meta de dobrar o PIB de Dubai (de mais de US$ 30 bi) na próxima década e injetar anualmente US$ 27,3 bi em projetos relacionados à transformação digital.

“Em 1995, Dubai teve um empurrão do governo para desenvolver projetos de tecnologia e, em 2012, o príncipe deu subsídio para todas as empresas se tornarem mobile em um ano. Além de iniciativas como a Dubai Internet City”, disse Saeed Al Gergawi, referindo-se a uma base estratégica, montada em 1999 com os mercados emergentes na mira. “Ainda não existe um consenso quanto à definição de economia digital, por isso acolhemos qualquer empresa que assim se defina”, acrescentou ele.

Somente em 2022, as startups de Dubai faturaram mais de US$ 2 bi. Mais de 40% das scale-ups da região do Oriente Médio e norte da África (Mena) estão sediadas por lá. Com a perspectiva de um aumento ainda maior em 2024, a Dubai Chambers planeja atrair mais de 300 novas startups e prevê, até 2033, um crescimento para a economia digital dos Emirados Árabes (recém-admitidos no Brics) dos atuais US$ 38 bi para US$ 140 bi.

No balaio digital de Dubai, entram desde as blockchains até projetos de IA. “O lançamento do Chat GPT no ano passado pegou todo mundo desprevenido. Muitas novas startups estão sendo criadas, inclusive em Dubai, para navegar por IA. Vai ser uma onda longa, diferente do Web3 ou do metaverso, que não passaram de hype”, disse à Forbes o palestrante Ted Souder, que trabalhou por 20 anos no Google, inclusive como CFO.

Outro participante importante do tech foi Solaiman Al Rifai, executivo do ramo de blockchains que apresentou a empresa de soluções em criptomoedas Mining Race. “Percebemos que podíamos criar uma ferramenta, um acesso para as pessoas poderem garimpar bitcoins comde diferentes licenças e garimpos, os provedores de serviço que oferecem mineração de bitcoin. Nosso software permite conectar fornecedores, os provedores de serviço e gateways inclusivos para facilitar a experiência do usuário.”, explicou Al Rifai, que está de olho em outros mercados, como Brasil. “Uma das razões é que o governo brasileiro apoia projetos de blockchain. Também vimos como a revolução do bitcoin aconteceu rápido no Brasil, que é o maior ecossistema de criptomoedas da América Latina”, vibrou o empresário.

“O escritório da Dubai Chambers em São Paulo é a porta de entrada para empresas brasileiras que desejam estabelecer relações com o emirado. A awareness de Dubai no mercado brasileiro ainda não é o que deveria. Acho que podemos fazer muito mais”, concluiu Saeed Al Gergawi.

A agenda econômica de Dubai até 2033

Impulsionar o comércio externo de bens e serviços para US$ 6,97 trilhões
Levar o investimento direto estrangeiro a US$ 177 bilhões
Elevar as despesas do governo a US$ 190,62 bilhões
Chegar a US$ 270 bi em investimentos do setor privado
Aumentar o valor da procura interna de bens e serviços para US$ 810 bilhões
Gerar uma contribuição anual de US$ 74,33 em projetos de transformação digital
Injetar US$ 27,3 bilhões em projetos relacionados à transformação digital
Dobrar o PIB para atingir US$ 60,6 bilhões
Movimentar US$ 8,7 trilhões

(Reportagem publicada na edição 115º da Revista Forbes, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa)

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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