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Agronegócio

Igor Puga, ex-CMO do Santander, leva bagagem no mercado financeiro para o Enjoei

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Igor Puga, VP executivo do Enjoei, conta o que guiou a sua decisão em iniciar um novo momento de carreira

Depois de oito anos como CMO do Santander, Igor Puga leva a bagagem que construiu no mercado financeiro para o Enjoei, marketplace de produtos usados.  “Startups são empresas atrativas para profissionais ambiciosos e disruptivos”, diz o executivo, afirmando que há uma tendência de profissionais saindo de grandes empresas para liderar companhias mais jovens, com DNA tecnológico e alto potencial de crescimento.

Puga chega como vice-presidente executivo do Enjoei. A empresa brasileira, que fez IPO em 2020, acaba de adquirir a Elo7, plataforma de artesanato, e o Cresci e Perdi, brechó de produtos infantis. A companhia agora também quer expandir a atuação com lojas físicas em modelo de franquia em todo o Brasil. “Também tenho a missão de atuar nas oportunidades de geração e aumento de receita”, diz. “Certamente, o que experienciei nos últimos oito anos no mercado financeiro vai contribuir para esse objetivo.”

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Jornalista de formação, o executivo fez carreira no marketing, com passagens por grandes agências, como Africa, IDTBWA e DM9DDB, e buscou conhecimentos complementares fora da sua zona de conforto – como um mestrado em estatística aplicada. “Nunca fui criativo e tentei preencher essa lacuna com educação. Sempre fui um aluno mediano em exatas e fui procurar suporte.”

Para Puga, o marketing precisa estar integrado ao desenho de gestão de uma empresa. É uma das ferramentas para atingir “metas muito mais ligadas aos objetivos gerais e principais do negócio do que algo estritamente voltado à marca ou à comunicação da empresa.”

Aqui, ele conta como construiu sua trajetória profissional e o que o motivou a tomar essa nova direção na carreira.

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Forbes: O que guiou a sua escolha nesse novo momento profissional?

Igor Puga: Passei por um período sabático, no qual me reconectei com outras áreas do mercado, aprofundei minha visão sobre assuntos que me interessam e pude refletir e estudar mais sobre algumas das principais mudanças que a tecnologia tem imposto a vários setores atualmente. Acredito que o movimento é uma chave importante para o crescimento de qualquer natureza. Era a hora de dar um novo passo em direção a algo que valorizasse a bagagem que carrego até aqui, mas que também me trouxesse novas oportunidades e visões diferentes das que já conheço. Além disso, parece distante, mas não é. Trabalhar no mercado financeiro de varejo é lidar com as pessoas financiando seu consumo. Estar no mercado de moda e usados é apenas um desdobramento adicional da materialização desse consumo financiado.

F: O que te atraiu no Enjoei para deixar um cargo executivo em um dos maiores bancos do país?

IP: O Enjoei é uma empresa em processo ardente de expansão. Diante desse cenário, é possível dizer que ainda haverá muitas oportunidades de crescimento e consequentes mudanças no futuro. O Enjoei me atraiu pelos 6 “Ps” que eu gosto de considerar na minha carreira: pessoas, propósito, perspectiva, protagonismo, pulso e pop, que é um dos adjetivos da empresa hoje.

F: Você observa esse movimento de executivos saindo de grandes empresas para startups como uma tendência do mercado?

IP: Essa talvez seja uma tendência significativa no mercado nos últimos anos. Considerando aspectos de oportunidades de crescimento e impacto unidos à inovação, tecnologia e a uma cultura empreendedora, as startups são empresas atrativas para profissionais ambiciosos e disruptivos. E tudo são fases – muitas vezes, estamos em fases diferentes de maturidade de vida pessoal, o que gera aderência com outras propostas de trabalho. Não é possível generalizar.

F: Como sua formação te ajudou a construir sua carreira?

IP: Eu creio que o modelo educacional precisa ser construído na contramão das suas aptidões naturais. Deveríamos usar o espaço acadêmico para estimular o desenvolvimento fora da zona de conforto. Nunca fui criativo e tentei preencher essa lacuna com educação. Nunca fui bom ouvinte e tentei aprender a perguntar direito e ouvir melhor. Sempre fui um aluno mediano em exatas e fui procurar suporte, dado que não é possível entender de pesquisa e explorar comportamento do consumidor sem algum domínio ferramental em estatística. Essa lógica de estudar algo baseado em teste vocacional sempre me pareceu temerária.

F: Quais habilidades foram mais importantes para desenvolver ao longo da carreira?

IP: Depois de alguns anos liderando times de marketing em posições de alta gestão, posso dizer que minhas entregas sempre estiveram totalmente integradas ao desenho mais amplo de gestão de uma grande empresa. O marketing acaba sendo uma das ferramentas para o atingimento de metas muito mais ligadas aos objetivos gerais e principais do negócio do que algo estritamente voltado à marca ou à comunicação da empresa. Por isso, desenvolver uma visão de complexidade, no sentido positivo da palavra, foi imprescindível para crescer e conquistar posições que combinam a liderança de diferentes áreas de atuação.

F: O que você acredita que te destacou para assumir essa nova posição?

IP: Gosto muito de seguir as inovações do mercado e tenho um forte interesse pelas empresas de consumo e tecnologia. Nesse contexto, o Enjoei tem uma característica de pioneirismo que se alinha muito à minha carreira e aos meus interesses. Eu sempre acompanhei o Enjoei profissionalmente pela sua notável ascensão no mercado, e também pessoalmente. Além disso, em momentos anteriores da minha carreira, tive a oportunidade de conhecer a Ana e o Tiê, fundadores da plataforma, que também acompanhavam o meu trabalho há alguns anos. No fim é uma feliz coincidência de intenções e necessidades mútuas.

F: O que você quer trazer para o Enjoei nessa fase da empresa?

IP: Espero poder contribuir para o negócio do Grupo Enjoei como um todo, que passa por uma mudança transformacional a partir da sua estruturação como grupo – após aquisição de Elo7 e Cresci e Perdi – e sua ida para o mundo físico com a implementação do modelo de franquias nos próximos meses. Também tenho a missão de atuar muito fortemente nas oportunidades de geração e aumento de receita – veja, isso pode estar dissipado em toda a operação. Como exemplo, trago o desafio de compreender a operação financeira do Enjoei cada vez mais como uma área de incremento de receita e geração de negócios, do que apenas como uma área de suporte. Certamente, o que experienciei nos últimos oito anos no mercado financeiro vai contribuir muito para esse objetivo.

F: Qual foi o turning point da sua carreira?

IP: Claramente foi o período em que empreendi. É desafiadora e transformadora a experiência de equilibrar as finanças de uma empresa, se sentindo responsável pela remuneração das pessoas que trabalham com você e prestando contas para um investidor e acionista, sem saber exatamente qual será sua própria remuneração depois dessas etapas.

F: O que você busca em um profissional da sua equipe?

IP: Gosto de trabalhar com profissionais ousados, competentes, disruptivos e corajosos. Costumo me aproximar de pessoas questionadoras e que desafiam o status quo. Valorizo autenticidade, pensamento crítico e profissionais que saibam inovar, melhorar processos e que sejam estratégicos em suas intenções.

 Forbes: O que você gostaria de ter ouvido no início e que poderia ter feito a diferença?

IP: Eu gostaria de ter ouvido o quanto é importante estar em um ambiente criativo, colaborativo, onde as ideias podem ser livremente comunicadas e onde as diferenças são respeitadas. Em especial, destaco a importância de valorizar um espaço plural, sem restrições de faixa etária, gênero, classe social e localização geográfica. Costumo mencionar que o exercício da profissão é, sobretudo, não sobre onde vamos, mas com quem vamos.

Por quais empresas passou

Piblicis, iG, Terra Networks, J Walter Thompson Worldwide, Africa Propaganda, IDTBWA, DM9DDB e Santander Brasil

Formação

Jornalismo na Fundação Cásper Líbero e mestrado em estatística aplicada no IME-USP

Primeiro emprego

Media Treinee na Publicis

Primeiro cargo de liderança

Coordenador de marketing no Terra Networks

Tempo de carreira

25 anos

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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