Agronegócio
Só 15 fundos multimercados batem o CDI no ano. E eles têm uma aposta em comum
Durante a pandemia, o bilionário americano Warren Buffet usou o termo “never bet against America” (“nunca aposte contra os Estados Unidos“, em tradução livre) para expressar a força da economia americana e o investidor que joga contra, perde. Estivesse ele no Brasil, a citação poderia servir para os juros.
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Um ranking de 106 fundos multimercados acompanhados pela Empiricus Research mostra que apenas 15 deles conseguiram superar o CDI no primeiro trimestre do ano. A maior parte dos fundos macro e multimercado estavam posicionados num cenário de queda de juros futuros, que funcionou até fevereiro.
“A maior parte dos gestores neste começo de ano foi pega no contrapé”, diz João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus. “Aqueles que estavam mais defensivos acabaram apresentando um desempenho melhor.”
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De forma geral, os gestores esperavam um fechamento da curva de juros e, focando o Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra uma dinâmica desinflacionária, que alimenta uma visão mais benigna para as taxas. O problema é que o comportamento dos juros nos EUA está jogando contra.
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Os índices divulgados na última quarta-feira (10) serviram para comprovar a tendência, com o IPCA desacelerando para 0,16% em março, abaixo do previsto pelo mercado, enquanto o indicador de inflação dos EUA, o PCI, veio acima do esperado, derrubando bolsas e elevando juros e dólar.
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“Esse movimento começa a causar impactos na curva de juros brasileira e a limitar o alcance do Banco Central (BC) em relação à queda da Selic“, observa Piccioni. Os fundos, por outro lado, estavam posicionados na queda de juros no Brasil e em um dólar mais comportado, na faixa dos R$ 4,80. “Poucos gestores apostaram na alta do dólar frente ao real. Talvez tenhamos uma mudança de patamar, com a moeda americana ficando mais próxima dos R$ 5.”
O comportamento das taxas nos EUA gera saída de capital estrangeiro do País, pressionando a desvalorização do real. As commodities agrícolas, em baixa no trimestre, também pioraram os termos de troca brasileiros.
O resultado desse cenário desafiador para os gestores é de resgate nos fundos multimercados em favor dos voltados à renda fixa. No ano, enquanto o primeiro grupo registra uma captação negativa de R$ 32,3 bilhões, o outro soma R$ 140,4 bilhões positivos, segundo os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Apostando nos juros de curto prazo
Marcelo Augusto dos Anjos, CEO da Concórdia Asset, é realista e diz que o quadro de resgates em hedge funds e fundos de ações vai demorar para ser revertido, pois dependem, basicamente, da queda dos juros no mercado brasileiro. “Com a Selic caindo para 9,75%, 9,50%, 9% ao ano, seja lá quanto for, acredito que esse fluxo pode começar a virar”, diz. E esse quadro, opina, só poderia acontecer no segundo semestre.
Apesar de a curva de juros longa estar abrindo – os títulos NTN-B (Tesouro IPCA+) 2035 pagam retorno real de 5,96% – o gestor da Concórdia acredita numa reversão, devido à política monetária do Banco Central que vem derrubando os juros de curto prazo de forma correta. “Juros longos muito altos não são bons apenas para os fundos. Não é bom para o País como um todo”, comenta.
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Para ele, com a Selic em queda, a tendência é que a NTN-B longa passe a cair. “Sempre que você tem uma queda na Selic, a B60 (NTN-B) 2060 cai também depois de um tempo. Tudo me leva a crer que será igual desta vez também”, afirma.
Estes fundos rendem menos que o CDI e o Ibovespa. Descubra o motivo
Além de apostar que o ciclo de corte do BC vai gerar um efeito positivo nas expectativas, a menor rentabilidade da renda fixa faz com que o investidor se mexa para colocar risco na carteira e tentar manter a rentabilidade, afirma dos Anjos. Por acreditar na queda dos juros, ele afirma que este é um momento para escolher um bom fundo multimercado. “A média da indústria vai estar aplicada em juros e o investidor vai ganhar em cima disso”, explica.
Existe ainda o fator China, que está exportando deflação para o mundo. Mas para ele, o maior risco hoje são os boatos sobre quem vai substituir Roberto Campos Neto na presidência do BC. “Vão começar a surgir nomes e a boataria piora as expectativas. O melhor que o presidente Lula poderia fazer era indicar rapidamente o novo nome para termos uma transição tranquila.”
Antes de escolher um fundo para investir, o investidor precisa buscar o histórico de desempenho mais longo possível e observar como o seu patrimônio se comportou em momentos de crise. “Um desempenho de um ano não mostra nada. Como diz Buffet, é na maré baixa que a gente vê quem está pelado”, afirma dos Anjos.
Mercado exige prêmio
Entusiasta da aplicação em juros, o head de Gestão da Nova Futura Asset, Christian Lupinacci, defende que o investidor brasileiro não deve depender dos fundos de investimento para aplicar ou tomar juros. “Este é um mercado um pouco mais complexo, mas é muito lucrativo. O resultado é ótimo”, diz.
Para corroborar seu argumento, ele cita o histórico do Índice de Duração Constante Anbima (IDkA), que apresenta o comportamento de aplicações de prazos fixos em títulos públicos prefixados e indexados à inflação.
Leia também: Qual investimento da renda fixa rende 12% ao ano com Selic a 10,75%?
Lupinacci conta que desde 2006, o IDkA IPCA de 5 anos rentabilizou 853%, o IDkA Pré de 3 anos deu 770%, enquanto o CDI – Certificado de Depósito Interbancário, o principal parâmetro de rendimento de investimentos – rendeu 460% e o Ibovespa, 280%. “São três vezes mais que o Ibovespa no período. No Brasil vale a pena você ter renda fixa. O governo é mais deficitário e quem banca esse déficit é o mercado, que exige um prêmio”, ressalta.
Em 12 meses o IDkA pré de 3 anos já bate o CDI em três pontos porcentuais, rodando a 15,37% contra 12,36%.
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Antes de começar a digitar os tickers dos títulos futuros nas plataformas das corretoras, no entanto, o investidor pessoa física tem que ter em mente que os juros futuros são negociados majoritariamente por investidores institucionais, que sabem o que estão fazendo. “Tem que estudar primeiro, entender o que é CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês), ter um economista do lado te ajudando a entender o quadro”, adverte Christian.
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Agronegócio
Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto
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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.
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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.
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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.
A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.
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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.
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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.
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Agronegócio
Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15
O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.
Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).
Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.
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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.
Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.
Cenário externo
Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.
Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.
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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.
A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.
Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.
Agronegócio
Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.
Cenários
A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.
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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.
No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.
Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.
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Perspectivas
Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.
Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.
Indicadores
Brasil
Caged (Jul)
Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas
Estados Unidos
Estoques de petróleo bruto
Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris
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