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Ouro vira estrela durante estresse da economia global e mercado espera mais

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O Irã lançou no último sábado (14) centenas de mísseis e drones aéreos contra Israel em retaliação já esperada do ataque no início de abril ao seu consulado em Damasco, na Síria. Com a escalada do conflito, o medo e a incerteza pairaram sobre o mundo todo. Nesse momento, investidores buscam segurança e proteção e não é de hoje que um tipo de ativo vem se destacando no mercado: o ouro.

O metal tem fechado com sucessivas altas e vem renovando a sua máxima história nos últimos dias. Como reação aos desdobramentos no Oriente Médio na última sexta-feira, a cotação chegou a ultrapassar o nível de US$ 2.400 a onça-troy, mas perdeu fôlego ao longo do dia. Já na segunda-feira, com a expectativa de Israel não responder ao ataque, o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta mais contida, de 0,37%, sendo US$ 2.383 a onça-troy.

Dólar dispara após falas de Haddad. O que esperar nos próximos dias?

Segundo o analista-chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal, o ouro é um ativo milenar, considerado uma reserva de valor por investidores e um “porto seguro” em períodos de aversão ao risco. “Esse movimento é impulsionado por fatores como a geopolítica, com destaque para a estratégia dos bancos centrais de diversificar suas reservas além das Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano), especialmente após o congelamento de ativos russos pelos Estados Unidos“, diz.

As altas indicadas pela Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), já vinham ocorrendo mesmo antes da escalada do conflito no Oriente Médio. O ouro estava se beneficiando da leitura como ativo de reserva de valor para cenários de inflação, ao mesmo tempo em que há inclusão do metal nas carteiras de bancos centrais, sobretudo pela China.

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De acordo com um relatório da Bank of America Securities, os próprios bancos centrais estão aumentando suas reservas de ouro, como evidenciado pelo Banco do Povo da China (PBoC). Além disso, essa tendência tem atraído também os investidores de varejo na China, resultando em vendas recordes de joias e importações não monetárias de ouro no início deste ano, conforme apontado pelo banco americano. O quadro sugere que, em parte, o interesse crescente no ouro reflete a escassez de opções de investimento alternativas para os investidores chineses, já que os mercados de ações e imobiliário não estão particularmente atraentes no momento.

A sequência de altas seguidas dos contratos até a última segunda-feira foi a mais prolongada desde 11 de março de 2024, quando o ouro subiu por oito sessões consecutivas, segundo a Dow Jones Newswires. Outro fator relevante diz respeito ao recuo das taxas de curto prazo dos Treasuries, elementos que tendem a pressionar a commodity, após falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no dia 3 de abril.

Segundo declarações do presidente do Fed, a taxa de juros atingiu seu ponto mais alto e a maioria dos membros do banco central dos Estados Unidos concorda que é apropriado reduzi-la em algum momento deste ano. Powell enfatizou que as próximas medidas dependerão dos indicadores econômicos – os dados mais recentes continuam a mostrar a robustez da economia norte-americana.

O ouro como uma reserva de valor segura

De acordo com o economista e presidente do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo (Corecon-SP), Pedro Afonso Gomes, sempre que há determinada instabilidade econômica são afetados os preços dos ativos que garantem valor. “Temendo perder mais dinheiro se seus recursos estiverem aplicados em determinado papel ou negócio, quem investe começa a optar por algo mais seguro”, diz.

Gomes afirma que o ouro se beneficia por ser um ativo material, que possui valor por si mesmo. Isso faz com que o metal seja preferível a outras reservas de valor com mesma particularidade deflacionária, como o bitcoin. As criptomoedas, que surgiram em 2008, estão em fase de aceitação no mundo, de modo geral, segundo o economista. Tal fato explica a queda da moeda digital no último fim de semana.

Leia Também: O que o investidor deve fazer com as criptos após ataque do Irã a Israel

O relatório “A Corrida do Ouro”, da XP Investimentos, aponta que os riscos geopolíticos e as incertezas econômicas são os principais fatores que têm contribuído para a alta do metal. Historicamente, o ouro possui correlação positiva com tensões crescentes, dado que a commodity não apresenta riscos associados à contraparte e é uma alternativa viável como reserva de valor e moeda de troca.

Além disso, a recente crise do Mar Vermelho e as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia têm aumentado preocupações com as cadeias globais de suprimentos, acrescentando riscos inflacionários e impulsionando ainda mais a busca pela proteção do ouro. Já no cenário macroeconômico, com inflação de mercados desenvolvidos ainda se mostrando persistentes, os investidores têm buscado o ouro como reserva de valor e proteção contra à inflação.

Perspectivas para o ouro em 2024

Para o analista de investimentos da Empiricus Research, Matheus Spiess, o caminho do ouro deve ser salutar, independente do que ocorrer no curto-prazo. “Ao que tudo indica, houve um pico nas tensões da guerra, que deve não escalar mais. Se o conflito continuar, haverá uma fuga de capital do qual o ouro pode se beneficiar ainda mais”, afirma.

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A posição dos investidores diante de incertezas globais e o movimento de compra por bancos centrais devem manter o metal em alta. Mas, há uma ressalva, de acordo com Spiess.  “Como o metal está num patamar de tendência, pode haver um momento de correção no curto-prazo. Porém, se as condições atuais se manterem e os juros americanos caírem eventualmente, a alta deve continuar”, diz.

Saiba mais: Como conflito Irã-Israel impacta o preço do petróleo e pode atingir a Selic

Para Eduardo Rahal, da Levante Inside Corp, há potencial para a continuação dessa tendência de apreciação, principalmente se a estratégia de compra e diversificação dos bancos centrais se mantiver. “A emissão maciça de títulos do governo norte-americano tem encontrado uma demanda decrescente, favorecendo outros ativos, enquanto os bancos centrais têm acumulado ouro a um ritmo acelerado”, diz.

Já a sócia da WeTrade e palestrante, Raquel Vieira, acredita que as expectativas relacionadas ao ouro vão depender principalmente da manutenção da taxa de juros pelo Fed. “Quando a taxa dos Estados Unidos cai, os investidores têm o costume de ir para o ouro porque investimentos de renda fixa vão render menos”, diz.

O metal também deve se manter como uma boa opção no longo prazo, de acordo com Raquel. O cenário de inflação nas grandes potências é um fator que contribui. “Os investidores não costumam evadir o ouro para investir no Tesouro Americano, por exemplo. Porque essa é uma forma de se proteger contra o aumento de preços”, afirma.

Ativos recomendados

Conforme indicado no relatório da XP, são feitas algumas recomendações considerando esse contexto. Dada a exposição predominante à mineração de ouro, a XP vê a Aura Minerals (AURA33) como uma oportunidade de obter exposição indireta ao perfil defensivo do ouro, ao mesmo tempo em que se beneficia das perspectivas de crescimento da empresa.

Além disso, a XP destaca a Trend Ouro como outra opção. Este investimento oferece uma abordagem mais direta à commodity. O fundo possui exposição ao Trend ETF LBMA Ouro Fundo Índice (GOLD11) e, consequentemente, ao ETF iShares Gold Trust (IAU), que é referenciado pelo London Bullion Market Association (LBMA) Gold Price, refletindo o preço diário negociado globalmente.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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