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Agronegócio

Um olhar mais profundo sobre a alta do dólar e o Ibovespa

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O mercado financeiro foi marcado na terça-feira (16) por mais um dia de alta do dólar frente ao real brasileiro. Após uma valorização significativa no dia 12, quando a moeda subiu mais de um ponto porcentual, a divisa norte-americana encerrou a terça-feira cotada a R$ 5,26, representando um aumento de 1,72%.

Essa foi a quarta alta consecutiva do dólar, culminando em seu maior valor em mais de um ano, uma tendência de valorização que tem despertado atenção e gerado repercussões tanto no cenário nacional quanto internacional. Dado o cenário, talvez seja um bom momento para explorar a relação complexa – e, à sua maneira, harmônica – entre o dólar Ptax e o Ibovespa.

Dólar Ptax é uma medida de referência para a taxa de câmbio entre o real brasileiro e o dólar norte-americano. Já o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo, indica o desempenho das empresas listadas no mercado brasileiro.
Há uma relação inversamente proporcional entre os dois: quando um sobe, o outro tende a cair – e vice-versa. O essencial aqui é entender quais fatores econômicos explicam essa correlação negativa.

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Dança a dois

Quando o dólar se valoriza frente ao real, isso tende a aumentar os custos de importação para as empresas brasileiras, especialmente aquelas que dependem de insumos estrangeiros. Esse aumento de custos pode reduzir seus lucros e, consequentemente, levar a uma queda no valor das ações, refletida no Ibovespa.

Uma valorização do dólar pode também aumentar a inflação no país, levando o Banco Central a aumentar as taxas de juros para controlar os preços. Taxas de juros mais altas podem desencorajar investimentos e afetar negativamente o mercado de ações.

Por outro lado, quando o dólar se desvaloriza em relação ao real, isso pode beneficiar as empresas exportadoras, tornando seus produtos mais competitivos no mercado internacional. Esse aumento nas exportações impulsiona os lucros das empresas e que, por sua vez, leva a um aumento no valor das ações no Ibovespa.

O dólar impacta ainda empresas que têm dívida em moeda estrangeira. Quando o dólar se valoriza em relação ao real, o passivo das companhias que têm dívida naquela moeda também sobe. Isso pode aumentar o custo de financeiro das empresas, reduzindo sua margem de lucro e, consequentemente, afetando negativamente o desempenho de suas ações no mercado de capitais.

Reversão de tendência

Há uma reviravolta em curso no valor do dólar Ptax. Após um período de desvalorização consistente, o dólar Ptax registrou valorização de 6,43% em 16 de abril deste ano (tomando por referência os 12 meses anteriores, isto é, desde abril de 2023).

Isso tem implicações diretas no desempenho do Ibovespa. Por exemplo, em 27 de dezembro de 2023, o Ibovespa atingiu sua maior pontuação, alcançando 134.194 pontos. Nessa mesma data, o dólar Ptax estava sendo negociado a R$ 4,85, o que evidencia a correlação negativa entre os dois ativos.

É interessante notar que, em 16 de abril, o Ibovespa caiu 0,75%, ante uma valorização de 1,72% do dólar Ptax. No acumulado do ano até essa data, o dólar apresentou uma valorização de 8,72%, enquanto o Ibovespa registrou um recuo de 7,30%. Ambos os índices se movimentaram de forma quase idêntica, mas em direções opostas.

A tendência futura do Ibovespa frente à valorização recente do dólar Ptax é uma incógnita que merece nossa atenção. Se a subida do dólar persistir, o Ibovespa pode entrar em tendência de queda, enquanto uma desvalorização da moeda americana poderia levar a novos recordes no mercado de ações.

O importante é que, como em um acorde musical, essas duas notas precisam ser ouvidas em conjunto para que o todo faça sentido. Compreender essa harmonia negativa entre dólar Ptax e Ibovespa é fundamental para quem busca decifrar a música tocada pelo mercado.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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