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Agronegócio

Como as transformações na economia do Japão afetam o investidor

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Após três décadas de estagnação marcada pela deflação, o Japão, com seus 126 milhões de habitantes, está finalmente testemunhando um fenômeno há muito tempo aguardado: a inflação. Vemos com um olhar positivo este acontecimento, pois significa que o país e sua economia também voltaram a crescer.

Um exemplo é o aumento dos ganhos salariais, que atingiram 5,3%, o maior crescimento em 30 anos. Essa transformação é acompanhada por uma série de mudanças significativas que oferecem uma nova perspectiva para os investidores atentos.

Há alguns meses, percebemos que a economia nipônica começa, finalmente, a colher os frutos de uma política monetária orientada para impulsionar seu crescimento. Vários movimentos fortaleceram a situação favorável em que o país se encontra hoje. E quais foram eles?

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Como primeiro ponto, destaco a determinação do Banco do Japão (BOJ) para enfrentar persistentes pressões deflacionárias, o que resultou em medidas agressivas como a expansão quantitativa e a política de taxas de juros ultrabaixas. Essas estratégias interromperam a espiral deflacionária e pavimentaram o caminho para a inflação sustentada que vemos hoje.

As grandes mudanças de paradigmas no setor macroeconômico são um segundo ponto de atenção. Este ambiente de inflação emergente traz uma série de implicações positivas, que sinalizam uma recuperação econômica robusta, alimentada pelo aumento do consumo e do investimento. Além disso, a inflação moderada pode impulsionar os lucros das empresas e fortalecer a competitividade das exportações japonesas.

Para os investidores, é evidente que esse cenário oferece uma oportunidade única de capitalizar em setores estratégicos que se beneficiarão desse crescimento, como tecnologia, saúde e infraestrutura. Os próprios membros do maior grupo sindical do Japão garantiram aumentos médios anuais de 5,28%, ultrapassando os 3,8% do ano passado, que representou o maior aumento em 30 anos, segundo dados da BlackRock.

Além das mudanças na política monetária, o Japão está passando por uma revolução silenciosa no âmbito corporativo. Foram várias as reformas significativas nas normas de governança corporativa, com foco na bolsa de valores de Tóquio, alteradas a favor dos investidores e acionistas. Tudo isso promoveu uma cultura de transparência e responsabilidade. A devolução de capital, por meio de recompras de ações, também é positiva para os acionistas.

É importante destacar que os investidores estrangeiros voltaram a investir em peso no Global ETP Japão (produto que representa a bolsa japonesa). Ainda de acordo com a BlackRock foram mais de US$ 16,5 bi em entradas líquidas no país, em nível mundial, em 2023. Mais da metade destes fluxos vieram de investidores dos EUA e da Europa.

Mesmo com esses investidores alocando em grande quantidade no Japão em 2023, é possível notar que eles estão neutros em comparação com o benchmarking. Com isso, existe ainda uma oportunidade de eles continuarem alocando em fundos onde os fluxos podem continuar fortes. Costumamos falar que eles não estão overweight, mas podem estar.

Mesmo com o retorno dos investidores estrangeiros em 2023, só agora estamos vendo o retorno das alocações aos índices de referência à neutralidade. Isso ocorre tanto no fluxo de ETFs iShares, quanto no fluxo de investidores institucionais estrangeiros, reforçando uma grande oportunidade de realocação nesse cenário. Esses fluxos positivos são o terceiro ponto a favor de investir no Japão.

Pensando nos investidores domésticos, a transição do Japão de uma economia deflacionária para uma inflacionária também abre uma janela de oportunidade. Com uma variedade de ativos em caixa, agora potencialmente ainda mais atrativos, esses investidores podem diversificar suas carteiras e buscar retornos mais elevados. Além disso, o aumento da inflação pode estimular a busca por ativos reais, como imóveis e commodities.

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Embora reconheçamos que o fim da política de taxas de juro negativas do BOJ possa causar alguma volatilidade provisória, este fato deve ser visto como uma vitória na luta para sair da deflação. Vemos que as ações japonesas não estão caras. Seja na compração com a sua própria história, ou em relação às ações dos EUA, justamente pelo capital de fluxo apresentado. De acordo com o BlackRock Investment Institute, os analistas de mercado têm uma estimativa consensual de crescimento dos lucros de 7,9% em 12 meses. No entanto, neste último ano, essas companhias japonesas apresentaram um crescimento dos lucros de 24%, ou seja, conseguem entregar mais do que já está precificado.

A conclusão é que a continuidade das políticas monetárias acomodatícias sugere que os ativos de renda fixa manterão sua importância no panorama de investimentos do Japão. Embora possa haver volatilidade temporária associada ao fim da política de taxas de juro negativas do BOJ, é essencial reconhecer isso como um passo positivo em direção à recuperação da deflação. Diante dessas perspectivas e oportunidades, os investidores estão se posicionando para aproveitar ao máximo o potencial de crescimento e mudança no cenário econômico do Japão.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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