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O copo americano vai dominar outras línguas

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Caso raro entre os empreendimentos familiares, a companhia chegou à quarta geração com os sócios convivendo harmoniosamente.

O sobrenome parece de gringo. O design é baseado em um modelo desenvolvido na extinta União Soviética nos anos 1940 pela artista russa Vera Mukhina. O vidro era espesso para resistir às primeiras lavadoras de louça que então chegavam ao país. A base mais fina que o topo e a ausência de pedestal destinavam-se a aumentar a resistência e a facilitar a armazenagem e o transporte. Apesar desses antecedentes internacionais, o “copo americano” é tão brasileiro quanto a cerveja gelada que contém – e tão universal quanto. “Nossos produtos estão em 100% dos lares brasileiros”, diz Patricio Figueiredo, CEO da Nadir, antes Nadir Figueiredo.

A empresa foi fundada há 112 anos para produzir embalagens de vidro e atender às indústrias de alimentos e bebidas. O fundador, que batizou a companhia, era irmão do avô de Patricio. Ele migrou de Minas Gerais para São Paulo para trabalhar após a morte do pai. “Minha bisavó não podia cuidar dos filhos, então o Sr. Nadir veio e foi trazendo os irmãos com o tempo.” O copo mais famoso foi lançado há 76 anos. O “americano” deriva da origem das máquinas, importadas dos Estados Unidos.

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Caso raro entre os empreendimentos familiares, a companhia chegou à quarta geração com os sócios convivendo harmoniosamente. “Havia um acordo de acionistas bem amarrado, mas começou a haver questionamentos à medida que a mudança de gerações foi fracionando as participações”, diz Patricio. “Era mais fácil conciliar os interesses de quatro irmãos do que obter a concordância de 30 pessoas em uma sala.”

Naquele momento, em 2019, a gestora de private equity HIG Capital, ligada à americana H.I.G., começou a negociar um aporte de recursos. As conversas evoluíram mais que o esperado e o negócio foi fechado em setembro. “Queríamos vender 40% das ações, mas surgiu a oportunidade de vender 100% e fechar o capital da Nadir em bolsa”, afirma o CEO.

A injeção de recursos permitiu à Nadir avançar em projetos que vinham sendo desenvolvidos nos últimos anos. Em 2022, a companhia realizou seu maior movimento internacional, a aquisição da empresa colombiana Cristar Tabletop, que pertencia ao grupo americano Owens Illinois.

Líder na região andina e com uma boa participação no mercado americano, a Cristar será uma plataforma para a Nadir ampliar suas exportações. “A Colômbia possui acordos comerciais bilaterais com os Estados Unidos e com a União Europeia, o que facilita muito a inserção de nossos produtos nesses mercados”, diz Patricio. A Nadir já exporta para cerca de 80 países, mas a meta é entrar pesado nos mercados consumidores da Europa e também nos Estados Unidos.

Mudança de estratégia

Esse é o corolário de uma mudança estratégica que começou a ser desenvolvida quase duas décadas antes. Desde 2011, com a aquisição das atividades brasileiras do grupo francês Saint Gobain, a companhia reorientou sua estratégia. Você acha que não, mas conhece bem. A 043 Saint Gobain possuía a marca Duralex, produtora dos famosos pratos marrons de vidro “inquebrável”, presentes em nove a cada 10 cozinhas brasileiras. Essas peças saíram de linha (há concorrentes fabricando, se a saudade bater forte), mas a Nadir ainda produz centenas de itens com a marca Duralex.

A aquisição da Duralex levou a uma mudança na orientação estratégica da Nadir. “Éramos uma empresa de embalagens, que representavam 50% do nosso faturamento. Atualmente, esse negócio responde por apenas 10% da receita”, diz Patricio.
“A quase totalidade de nossas vendas é de produtos de consumo.” Segundo ele, a empresa tem cerca de 4 mil itens no catálogo, de copos e pratos a utensílios de cozinha. Daí a alteração do nome.

“Muitas companhias estão encurtando seus nomes”, diz o CEO. No caso, o que motivou a retirada do sobrenome do fundador foi facilitar as exportações. “Nossos clientes internacionais têm muita dificuldade em pronunciar ‘Figueiredo’, por isso a alteração.” Mas Patricio reconhece que a discussão foi “densa” e que a decisão, embora aprovada por unanimidade, causou desconforto.

Segundo o CEO, a companhia não descarta a hipótese de voltar a ser listada em bolsa. “Houve uma janela de oportunidade em 2021, mas ela se fechou logo”, afirma. “A HIG tem o dever fiduciário de procurar as melhores alocações para o capital – e, se houver um valuation adequado, não há por que não retornar aos pregões.” E, claro, brindar o sucesso com os copos americanos.

(Reportagem publicada na edição 116º da Revista Forbes, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa)

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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