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Mercearias são a nova aposta da Amazon no mercado dos EUA. Pode dar certo?

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Pascal Rossignol/ Reuters

A Amazon pode estar prestando atenção a uma tendência existente.

A Amazon anunciou recentemente que está testando um novo conceito de loja com a marca Whole Foods, sua rede de varejo de produtos orgânicos e locais. O novo formato se chama Whole Foods Market Daily Shop, um modelo pequeno e versátil de loja. Notícias sobre outro conceito de varejo físico da Amazon remetem à extinta Amazon Books, antes que a pandemia destruísse a imagem de invencibilidade da companhia. E antes mesmo que os aumentos de preço do Amazon Prime e suas mudanças do layout, focadas em anúncios pouco amigáveis para o usuário, levassem a críticas que desmancharam serviços online outrora úteis.

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Antes de tudo isso acontecer, nos últimos anos, a Amazon era a perfeita entusiasta de suas próprias invenções. A Amazon Books, em seu lançamento, alimentou temores da concorrência com a promessa de uma exclusividade que canalizava as classificações com estrelas para o mundo físico. Nem os leitores e nem os concorrentes ficaram surpresos. O que eles disseram ao avaliar a loja? “Não é uma livraria.” Ou seja, o público provou que os motivos que levam uma pessoa à livraria — a comunidade, a sensação do cliente e a curadoria física — não estavam presentes em uma espécie de clone de loja virtual, por mais que se tentasse transportar as vantagens do mundo online para a realidade concreta.

A Amazon Books e seus experimentos similares no segmento de tijolo e argamassa (a Amazon Four-Star e Amazon Pop-Up) foram fechados há dois anos. Mais recentemente, foi anunciado que os supermercados Amazon Fresh também abandonaram a tecnologia JWO (Just Walk Out, cobrança automática na hora das compras) em favor do Dash Cart (carrinho que cobra), mais modesto tecnologicamente. Outro reconhecimento tácito de que a companhia talvez tenha voado muito perto do sol.

O mais chocante dessa última notícia é a revelação de que havia um humano por trás da suposta magia tecnológica: 700 das mil transações realizadas em 2022 não eram totalmente automatizadas, mas sim verificadas por uma equipe de funcionários na Índia, conforme revelou o periódico americano Payments Journal. A automação de ponta nem sempre é o que parece.

A JWO não é a única barreira que a gigante da tecnologia atingiu com a Amazon Fresh. A Amazon interrompeu a expansão da mercearia, fechou lojas e buscou reformulações no intuito de encontrar diferenciais em relação ao restante do mercado.

Se a Amazon Fresh não sofreu com o fato de a marca Amazon ter lhe impregnado o tipo errado de diferenciação, é presumível que a varejista esteja exigindo demais do consumidor. Uma associação, uma conta ou qualquer outra coisa excessivamente complicada — uma vibração nada ideal para um conceito que apregoa a conveniência do cliente como proposta de valor.

Todas essas dificuldades indicam que a Amazon está errando em relação ao varejo físico e onde pode acertar com o novo conceito da Whole Foods.

Uma nova chance de sucesso, em vez de mais um fracasso?

Com o novo piloto de formato pequeno da Whole Foods, a Amazon pode estar prestando atenção a uma tendência existente. A TGT Target (varejo de computadores da companhia), por exemplo, teve uma década de sucesso com seus formatos pequenos e flexíveis, chegando a lugares onde as interações entre as lojas tiveram dificuldade ao oferecer linhas de produtos localmente atraentes. A Amazon poderia nesse caso, em vez de desenvolver algo novo, confuso e “fracassar rapidamente”, empunhar a sabedoria da era pré-startup e não falhar.

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O conceito de loja Daily Shop, conforme descrito num comunicado à imprensa, terá uma variedade de produtos para viagem, itens essenciais de mercearia, carnes e frutos do mar, produtos locais e produtos de marca própria do Whole Foods. Ou seja, revisitará parcialmente uma ideia nascida antes da aquisição da Amazon, em 2017, e descartada logo depois. A Whole Foods já havia lançado um conceito de pequena loja focada em sua linha de marca própria em 2015, mas a interrompeu em 2019, após abrir 12 lojas nos EUA.

O primeiro local planejado, no Upper East Side, em Manhattan, tem uma área prevista de 630 por 1,2 mil metros quadrados — algo menor do que as 365 lojas que foram extintas, e em linha ou menor do que a menor das lojas Target urbanas flexíveis de pequeno formato. A Amazon/Whole Foods ainda planeja abrir outras lojas Daily Shop em Nova York e depois expandir para outras cidades.

O fator mais importante para um mini-Whole Foods

Talvez uma Whole Foods em formato menor tenha um apelo semelhante ao de um micro-Target. Pode-se encontrar ofertas na Target. Mas se há um tipo de energia que a marca Whole Foods não exala é a das promoções. O comunicado à imprensa não menciona se a faixa de preço da nova loja será diferente das principais lojas da Whole Foods e, em caso afirmativo, de quanto serão os descontos.

O conceito da Whole Foods, inicialmente, era uma cadeia de lojas fora do padrão de preços e, ironicamente John Mackey, o fundador e ex-CEO do Whole Foods, apontou esses preços como responsabilidade exclusiva da Amazon, eliminando a necessidade de uma bandeira fora do padrão da gigante como razão para o fim do conceito das lojas. Seria sensato a Amazon baixar os preços na Daily Shop, caso contrário, o principal problema das mini-Whole Foods será o fato de serem Whole Foods. Apesar de Mackey ter falado em queda de preços após a aquisição, em 2017, a Whole Foods nunca conseguiu se livrar da reputação de “Whole Paycheck” (o salário todo) e, embora um conceito pequeno e flexível que seja ao mesmo tempo caro e conveniente possa funcionar em tempos economicamente robustos, as considerações de preço continuam a ser a principal preocupação dos consumidores. Nas cidades grandes, os clientes sem dinheiro, que ainda enfrentam preços inflacionários nos supermercados, estão mais conscientes do que nunca sobre o peso dos preços do varejo em suas rendas.

A nova marca Daily Shop indica que a rede entende o apelo das pequenas lojas para compras rápidas — que uma loja de pequeno formato é boa para compras rápidas e de pedestres. Hoje, porém, o preço é tão importante quanto a conveniência. (Ultimamente, há muitas lojas segmentadas vendendo produtos básicos a preços mais baixos do que nas redes de supermercados locais).

No passado, em sua abordagem de lojas físicas, a Amazon sempre tratou a inovação como uma aspiração, em vez de inovar para atender a uma necessidade do cliente, e suas ambições de varejo físico sofreram com isso no longo prazo. Um novo conceito de Whole Foods tem a chance de estar onde o cliente está, com uma marca que eles entendem e um produto que querem, a um preço que podem pagar — uma abordagem com mais chances de ter sucesso na megaestrutura de varejo físico da Amazon.

*Matthew Stern, colaborador da Forbes EUA. É jornalista, redator e editor. Cobriu varejo por nove anos para a publicação RetailWire, com reportagens em diversas outras publicações e na blogosfera.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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