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Carros elétricos: otimismo demais só atrapalha sua adoção

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Foto: Getty Images

Vendas de elétricos estagnou pela primeira vez desde que os veículos elétricos a bateria começaram a avançar

O fenômeno é mundial à exceção da China. Pela primeira vez desde que os veículos elétricos a bateria (BEV, na sigla em inglês) começaram a avançar, houve uma estagnação no crescimento e mesmo recuo em vários países no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2023.

Há algumas explicações, mas a principal é o fim dos incentivos fiscais de vários governos principalmente na União Europeia. A França teve que suspender um programa de alto estímulo ao verificar que errou na mão e as verbas acabaram em apenas dois meses. Na Alemanha, cuja frota é a mais numerosa e também o maior produtor de veículos do continente, houve retirada também de estímulos financeiros. Queda prevista de vendas em 2024 é de 14%. Países do sul da Europa como Itália, Espanha e Portugal, além daqueles da Europa Oriental, apresentam percentuais de participação bem inferiores à média.

Segundo a consultoria Jato para os 28 países europeus, em janeiro deste ano os elétricos representaram 12% do mercado total contra 25% em dezembro de 2022, quando houve o pico dos estímulos.

Os EUA contam com incentivos estaduais (nem todos os 50 estados) e federal, mas as estatísticas não são homogêneas. Recente regulamentação para 2032 projeta 56% das vendas totais de carros elétricos e 16% de híbridos. Objetivo da União Europeia de 100% de elétricos em 2035 é difícil de cumprir e deve sofrer revisões.

Outro indicador de que algo vai mal foi a recente decisão da Tesla de cortar mais de 10% de sua força de trabalho em razão da queda de vendas. A empresa de Elon Musk perder 14.000 funcionários de uma só vez não chega a ser uma surpresa, pois a concorrência, principalmente na China, aumentou muito. O encolhimento no primeiro trimestre foi de nada menos de 20% em relação ao último trimestre de 2023, apesar de seguidos cortes nos preços. Atrapalhou ainda, a renomada publicação Automotive News ter rebaixado o status dos carros de Musk: antes de luxo e agora de marca generalista.

Um dos equívocos que se cometem é exagerar as reconhecidas vantagens dos carros elétricos e omitir ou atenuar seus pontos fracos. Este excesso de otimismo só atrapalha. Preço alto, alcance baixo, tempo de recarga e rede limitada de postos estão entre os problemas. Isso leva a algumas decepções em especial a desvalorização no mercado de usados.

Há desvantagens que só aparecem com o tempo de uso: repetidas recargas rápidas até 100% diminuem a durabilidade da bateria, preço para substituí-la mesmo que aceite uma segunda vida, pneus sujeitos a trocas prematuras e planejamento minucioso de viagens. Fica difícil antecipadamente saber quem está na fila para recarregar. Às vezes, há uma posição livre, mas alguém reservou antes por um aplicativo e tem até 15 minutos de tolerância para chegar.

Cálculos recentes indicam que deve haver pelo menos um carregador público para cada 10 elétricos em circulação. Em cidades grandes pode ser possível, porém em estradas fica bem mais difícil. Em países de maior extensão territorial, como o Brasil, é um grande obstáculo.

Toyota mantém preço do Corolla Cross híbrido 2025

A estratégia da marca japonesa ao lançar as seis versões do Corolla Cross do ano-modelo 2025 foi na direção certa. A começar pelo preço que teve pequeno aumento (entre 0,7% 1,5%) nas cinco versões apenas com motor flex e sem alteração nas duas versões de topo com motorização híbrida flex. No primeiro caso entre R$ 164.990 e R$ 197.790; no segundo, de R$ 202.690 a R$ 210.990. Assim buscou aproximar, ainda que de modo simbólico, motor comum e híbrido.

O que mais se destaca no estilo do SUV é a grade do radiador ao apresentar uma solução inspirada na parte frontal de veículos elétricos com pequenos favos (alguns vazados, outros não), menos visíveis na cor preta que na branca. O conjunto óptico full-LED também é novo, assim como o para-choque. Nada muda na lateral, salvo as rodas de liga leve de 18 pol. Na traseira, praticamente nada novo, inclusive a pintura preta parcial do corpo do silenciador com intenção (apenas) de mantê-lo menos aparente. Mas a tampa do porta-malas agora é elétrica e pode ser aberta por sensor de pé, nas versões de maior preço.

No interior, a mudança mais esperada: sai o criticado pedal de freio de estacionamento e entra o sistema eletromecânico de autoimobilização nas paradas que todo carro com câmbio automático merece ter. O quadro de instrumentos é o mesmo do Corolla sedã, de 12,3 pol., menos na versão de entrada que continua com acanhadas 7 pol. Tela multimídia agora é igual à de 9 pol. do sedã e conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, além do carregador do celular por indução.

Para se enquadrar nas exigências de emissões do Proconve L8, exigíveis no final do próximo ano, o motor flex de 2 litros perdeu praticamente imperceptíveis 2 cv e 0,6 kgf·m. Agora entrega 175 cv (E)/167 cv (G) e 20,8 kgf·m (E/G). Na versão híbrida os motores permanecem inalterados: flex de 1,8 L, 101 cv (E)/98 cv (G) e 14,5 kgf·m (E/G) de ciclo Atkinson e dois motores elétricos que juntos entregam 72 cv e 16,6 kgf·m. Potência combinada de 122 cv, mas torque combinado não é tecnicamente possível medir. Câmbio é sempre automático CVT de 10 marchas.

Aceleração de 0 a 100 km/h do híbrido permanece em fracos 13 s contra 9,8 s do motor tradicional de ciclo Otto. Em compensação, a vantagem do híbrido no consumo é marcante: 11,8 km/l (cidade) e 9,7 km/l (estrada) com etanol; 17,8 km/l (cidade) e 14,7 km/l (estrada) com gasolina.

Segunda geração do SUV TAN evolui em alcance

Lançado no Brasil em dezembro de 2021, a BYD não demorou para importar da China a nova geração do SUV elétrico de sete lugares TAN (nome original Tang, mas aqui perdeu o “g”, devido à marca de suco há quase meio século). As maiores mudanças estéticas estão na parte dianteira, além dos dois para-choques e rodas de 22 pol. (novos desenhos). O carro cresceu 100 mm no comprimento, mas o entre-eixos se manteve em 2.820 mm, o que já garante grande espaço interno.

O porta-malas, segundo a BYD, pode chegar a 940 litros com a terceira fileira de bancos rebatida, mas sem informar o método de medição. Se for pelo padrão realista VDA, deve-se cortar esse volume no mínimo em 30%. Praticamente não houve mudanças mecânicas. Dois motores, um em cada eixo, entregam o total de 517 cv e 71,4 kgf·m, mas têm que lidar com uma massa de assustadores 2.630 kg.

Nova bateria de 108,8 kW·h ampliou o alcance médio de 309 km para 430 km no ciclo padrão Inmetro para elétricos. Apesar do nível muito bom de acabamento, materiais e equipamentos, ainda não está em pé de igualdade com marcas premium tradicionais, mas bem próximo.

Em três voltas no circuito paulista TSO Haras Tuiuti destacou-se, como esperado, o modo de condução “Sport” (o “Eco”, para poupar a bateria, deixa o modelo muito anestesiado). A diferença sobre a versão anterior é grande em termos de rolagem de carroceria e aderência em curvas, ao se acionar o modo de suspensão Sport. Mas se trata de um modelo tipicamente familiar que, no uso diário, não será exigido a tal ponto.

Preço: R$ 536.800.

*Fernando Calmon é engenheiro e jornalista especializado desde 1967. Estreou sua coluna semanal em 1999 e, em 2015, foi apontado como o mais admirado jornalista automobilístico do País por 400 profissionais do setor. É também consultor técnico de automóveis, de mercado automobilístico e de comunicação.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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