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Agronegócio

E se o Brasil não fosse um país produtor agropecuário?

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Preço da cesta básica teve leves altas desde 2016, mas sempre abaixo dos R$ 600

Quanto o brasileiro teria que pagar para comer, se vestir e locomover, se o país não fosse um grande produtor de alimentos, fibras e energia? As pessoas podem não sentir no dia-a-dia, mas a produção agropecuária faz uma enorme diferença.

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A missão desta coluna é tornar transparente o serviço que o setor do agronegócio presta para o Brasil, mostrando como seria distinta a realidade se não o país fosse produtor.

Para entender como se chegou, é preciso voltar no tempo. Até a década de 1970, para garantir a alimentação da população, o país importava alimentos básicos como arroz e feijão, alimentos que chegavam ao prato com preços consideravelmente elevados, comprados em dólar e pagando frete internacional. Com o desenvolvimento do agronegócio, o Brasil saiu do patamar de país importador de alimentos básicos, alçando-se ao patamar de um dos maiores países produtores e exportadores de produtos agropecuários no mundo.

A partir da década de 1970, testemunhou-se um vultuoso salto de produtividade sustentável e desenvolvimento fundamentado num trabalho de pesquisa sobre cultivares, técnicas e soluções tecnológicas, que se transformaram no que é hoje a moderna agropecuária tropical.

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O agronegócio brasileiro produz alimentos para a população e ainda vende o excedente, que não é consumido dentro do país, equilibrando a balança comercial com a entrada dos dólares de produtos vendidos ao exterior, venda que injeta dinheiro no país, fazendo a roda da economia girar.

Para exemplificar, basta entender qual o impacto da produção agropecuária na cesta básica. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) elaborou um estudo com os valores desses alimentos no estado de São Paulo, o estado com mais dados disponíveis no período de 1974 a 2021.

Segundo o Dieese ( Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os preços da cesta básica, deflacionados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), passaram de R$ 1.054,75 no início da década de 1970 para R$ 599,41 em dezembro de 2021, uma redução de 43,17%. Em anos recentes, a partir de 2016 os preços apresentam leve tendência de alta, embora tenham permanecido abaixo dos R$ 600. Portanto, sem a inflação, o preço da cesta básica brasileira caiu 43% durante esses 47 anos.

Existe um mito de que o agronegócio produz somente para exportação, entretanto, o agro produz primeiro para os brasileiros. Mais de 60% da nossa produção abastecem o mercado interno e o excedente é exportado. Analisando, por exemplo, o mercado da carne, 80% da produção são consumidos pelos brasileiros e somente 20%, exportados, e ainda assim somos os maiores exportadores de carne do mundo.

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Paralelamente à redução dos custos da cesta básica, houve aumento da oferta sustentável de alimentos, por mais que a população não sinta, os alimentos, fibras e energia que consomem, tem uma enorme carga de pesquisa, tecnologia e geram impacto econômico.

A inflação dos alimentos é um problema global, aliando a demanda crescente a conflitos como o da Rússia e Ucrânia, e o resultado é a elevação dos preços. A produção agropecuária tem colaborado para impedir um maior aumento da inflação, mesmo com o aumento dos preços dos alimentos, dos custos de produção e da tributação da cesta básica.

De acordo com Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial, foi de 2,62% para alimentos e bebidas em 12 meses até fevereiro deste ano, mais de dois pontos percentuais abaixo do IPCA total, que foi de 4,5% no mesmo período. De acordo com o diretor, os alimentos formam a grande maioria dos produtos que tiveram maior queda de preço no período. Citando como exemplo os combustíveis, enquanto a gasolina teve uma das maiores altas nos últimos 12 meses, o etanol fez parte da relação dos itens com maior queda.

Se o país não fosse um grande produtor, a população sentiria no bolso, pois continuaria importando alimentos básicos enquanto o valor dos alimentos, roupas e combustíveis seriam muito mais elevados.

*Helen Jacintho é engenheira de alimentos por formação e trabalha há mais de 15 anos na Fazenda Continental, na Fazenda Regalito e no setor de seleção genética na Brahmânia Continental. Fez Business for Entrepreneurs na Universidade do Colorado e é juíza de morfologia pela ABCZ. Também estudou marketing e carreira no agronegócio.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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