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Agronegócio

Investe em bitcoin? Entenda o que influencia o mercado futuro do criptoativo

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Os contratos futuros de bitcoin estrearam na B3 no último dia 17 de maio sob muita expectativa, mas duas semanas depois a baixa liquidez das negociações tem afastado muitos operadores.

Para se ter uma ideia, a média diária de volume financeiro negociado na primeira semana ficou na casa dos R$ 356 milhões, resultado de cerca de 10,5 mil negócios a cada pregão. Em comparação, o dólar futuro negocia a um volume diário de R$ 131 bilhões e cerca de 2 milhões de transações.

“Estou analisando para ver o que se pode buscar de oportunidade no futuro de bitcoin”. A declaração é do empresário e operador de day trade, Mauro Botto, mas poderia ser de outros profissionais do setor, que também estão no “modo espera”.

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A principal dificuldade, repetem os especialistas, é a baixa liquidez. O volume financeiro baixo,  gera spreads muito altos, que podem gerar fortes distorções de preços. O spread é a diferença entre o valor pedido para compra e para a venda do ativo financeiro.

Para entender o ruído deste início de operações do futuro de bitcoin, é preciso entender que num mercado mais funcional, com mais participantes, se tem uma operador comprando a R$ 10, tem outro vendendo a R$ 11.

“No bitcoin futuro hoje, se eu quero compara a R$ 10 quem tá vendendo pede R$ 30. Tem uma variação de preço que não acontece nada. E, como essa diferença é muito grande, você pode pagar muito mais caro ou vender barato e alguém no meio do caminho pode fazer uma contraoferta e você perder dinheiro”, explica Botto.

Risco de margem também é alto

Gabriel Fioravante, especialista de criptomoedas do Banco Inter, reforça que o mercado está engrenando e que ainda levará um período de tempo para sua maturação. Ele aponta outro problema decorrente da baixa liquidez, este relativo às margens.

“No fluxo atual, com essa falta de volume e liquidez, qualquer pessoa que entra no mercado, acaba levando os pontos junto”, diz Fioravante.

A forte abertura de preços também amplia o risco de margem. Como as corretoras dão stop automático em perdas a partir de 70%, a grande variação de preços pode liquidar rapidamente a operação do trader, num momento em que o mercado andar contra ele. Ou seja, o risco de sair da brincadeira antecipadamente no prejuízo também é outro fator que faz os operadores  mais experientes a esperarem a maturação deste novo mercado.

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Apesar dos riscos mais acentuados, já tem gente operando nos futuros de bitcoin. É o caso do fundador da Scalper, empresa de Educação e Tecnologia, e operador de day trade, André Antunes. Ele diz que vem conseguindo fazer dinheiro justamente na divergência de preços deste início de operações. “No primeiro dia que foi lançado fiz R$ 3 mil em três minutos”, afirma.

Ele diz que percebeu diferença de preço, com o Bitcoin sendo negociado a R$ 370 mil no Brasil, enquanto, no mundo, estava a R$ 328 mil. “Percebi essa ineficiência, vendi a R$ 370 mil e esperei outros participantes equilibrarem o mercado na arbitragem”, disse.

Gap de preços de fechamento e abertura de mercado

Um outro fator de atenção é que o Bitcoin futuro não é negociado apenas na B3. Todo mundo negocia neste mercado, 24h por dia, sete dias por semana, através das corretoras especializadas, a exemplo a Binance, uma das maiores.

A diferença para o mercado da B3 é que este funciona no horário do pregão de segunda a sexta, das 10h às 18h . Essa diferença de horários pode ocasionar um gap muito forte entre o preço de fechamento de um dia e a abertura do outro.

Por isso, há uma grande diferença de margem do day trade para o swing trade, sendo o primeiro caracterizado pela compra e venda dos ativos financeiros no mesmo,  enquanto a outra operação busca movimentos de médio prazo. No day trade, a margem é de  R$ 100 para começar a operar. Mas, o operador que decidir levar o contrato para o outro dia e dormir posicionado, vai ter que deixar de garantia 50% do valor do lote. Hoje isso representa algo em torno de R$ 16 mil, já que cada lote representa 10% do valor de uma bitcoin, em torno de R$ 320 mil.

Questão de tempo para deslanchar

Apesar dos deasfios, todos concordam que o mercado de derivativos de bitcoin tem tudo para deslanchar no Brasil, sendo uma questão de tempo. A B3 possibilitou a negociação do ativo em real, sem a necessidade de operar em dólar.

“Basta ter conta numa corretora de primeira linha e sair operando. O dinheiro fica aqui no Brasil. É uma grande vantagem, pois não tem o risco de a corretora quebrar e sumir com o  dinheiro, como já aconteceu com algumas lá fora”, diz Botto. Em novembro de 2022 a quebra da corretora FTX foi um dos motivos que fez o bitcoin cair em descrédito no mercado, passando vários meses em baixa.

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Dos três pontos que fazem os maiores operadores a se interessar no mercado futuro, só faltam a liquidez para os derivativos de bitcoin, porque volatilidade e a recém conquistada regulação, já são realidade. “O mercado de bitcoin é um dos que têm mais oportunidades hoje, porque tem muita volatilidade, tem muita coisa acontecendo”, diz Antunes.

Volatilidade não falta ao Bitcoin

Isto é verdade, depois de se recuperar nos últimos meses de um período de forte baixa por causa da quebra da FTX em 2022,  o Bitcoin voltou a ceder forte em abril, na casa dos dois dígitos. A recente queda vem após o anúncio das autoridades financeiras dos EUA de que os fundos de índice (ETFs) de Bitcoin, e de outras criptomoedas, não podem ser usados como garantia para crédito. O lançamento de  ETFs de Bitcoin, por sinal, foi um dos motivos para a recuperação do mercado de criptoativos, e já representam 10% dos negócios do ativo, com produtos lançados por grandes gestoras globais como BlackRock e Fidelity.

Comparado com os futuros do índice  S&P, lançado na Bolsa há pouco mais de três anos, os derivativos de Bitcoin já mostram que tem bastante potencial. “O futuro do Bitcoin agora, me parece, pelo volume, está tendo tanta liquidez quanto o futuro do S&P que é negociado há três, quatro anos. Então, é uma questão de tempo para esse mercado se estabelecer”, diz Botto.

O futuro de Bitcoin foi lançado pela B3 no último dia 17 de abril depois de aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 28 de março. Esta matéria explica como como negociar o ativo.

O que diz a B3 sobre o mercado futuro de Bitcoin

O valor de R$ 100 de margem para operar no day trade de Bitcoin é considerado pelo mercado como um estímulo para atrair operadores. A B3, por sua vez, informa que  possui programas de incentivo para fomentar a liquidez do Futuro de Bitcoin, assim como possui programas similares para seus demais produtos. “Essa é uma prática bastante tradicional para estimular a liquidez nos mercados de bolsa, inclusive no exterior”, argumenta a companhia através de nota.

A margem de R$ 100 para daytrade, explica a B3, é o valor mínimo que a corretora deve exigir do seu cliente para cada contrato a ser negociado. O valor foi definido utilizando metodologia já adotada para produtos semelhantes como os minicontratos de dólar e índice. “A B3 tem o compromisso de reavaliar esse valor periodicamente para garantir aderência do valor às condições do mercado.”

Sobre a baixa liquidez, a operadora da Bolsa braileira diz que o mercado recebeu bem o novo produto e que os números de negócios já chegam a uma média de 10 mil contratos sendo negociados por dia, o equivalente a 1 mil Bitcoins. “Como referência, a última edição do Relatório de Dados de Criptoativos da Receita Federal, publicado em junho de 2023, registrava a negociação de 250 Bitcoins por dia considerando o volume de todas exchanges brasileiras.”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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